segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

"Não foi meu aluno"

Sábado assisti ao último capítulo da novela Fina Estampa, pois, a partir desta semana, minhas noites são tomadas por aulas. Fiquei indignado com a participação de um jornalista, Beto Júnior (personagem de Danilo Sacramento), que anda muito perto de deixar a ética e percorrer o território maldito do jornalismo de espetáculo.
Em duas ocasiões, ele violou os códigos mais elementares do jornalismo: ao invadir um apartamento para forçar uma fonte a lhe dar uma entrevista e, ao realizar a entrevista, distorcendo o que a fonte dizia, além de dizer que já tinha opinião formada, contrária à pessoa que estava ouvindo.
Fiquei chocado e tive que pensar: "não foi meu aluno". Logo, tive que voltar atrás, ao lembrar de muitas ocasiões em que alunos já no mercado diziam que "na prática, a teoria é outra". Um quadro surreal em que narravam situações em que tinham sido orientados para exacerbar uma situação emocional, de tal forma que pudessem registrar lágrimas, muitas lágrimas.
Ouvi outras pessoas, que também disseram algo semelhante: Danilo Sacramento conseguiu um personagem que deixa uma boa parcela da população indignada. Mas é claro, jornalistas assim não são a regra, mas exceções: agredir as normas da ética não fazem um bom jornalismo, mas criam, ao contrário, o constrangimento e a descrença, o que é ruim para todos. Na verdade, tenho o prazer de dizer que a maior parte daqueles que passaram por nossas salas de aula dão exemplo de um jornalismo que deseja colaborar para tornar a sociedade melhor e mais solidária.

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