Em
nosso país vivemos mais uma semana da pátria. Há convites para
manifestações no dia 07 de setembro; de um lado e de outro; da
posição e da oposição! Há liberdade para expor pensamentos e
lutar pelo que se considera melhor. Mas não deve haver espaço para
violência! Absolutamente não deve haver violência!
Como
pastor não assumo posição partidária. E sigo essa postura não
apenas por força de um regimento ou ordens superiores, mas por
convicção! Anuncio uma pátria celeste, mas bem sei que esse
anúncio de fé tem e deve ter repercussões nas pátrias terrenas.
Alguns acusam a posição pastoral que defendo como “ficar em cima
do muro”; mas retruco que não tem nada a ver com ficar em cima do
muro; tem a ver com ficar em cima do “púlpito” - do ofício
pastoral, que cuida, exorta e consola a todos; e não somente uma
parte (partido).
Declaro
aqui uma palavra bíblica que diz: “Se a nossa esperança em Cristo
se limita apenas a esse mundo (a pátria terrestre) somos os mais
infelizes de todos os homens. (1 Co 15.19)”. “Pois não há
justo. Não há um sequer! (...). Todos pecaram e carecem da glória
de Deus (Rm 3.10,23).
Por
isso, temos o conselho bem direto: “Não confiem em príncipes, nem
nos filhos dos homens, em quem não há salvação (Sl 146.3)”. A
palavra “príncipe” se refere as autoridades e líderes
políticos. Alguns poderiam deduzir que a política é do mal. Mas
não é bem isso. Na verdade, está escrito que “toda autoridade é
constituída por Deus (Rm 13)”. Por isso é da vontade de Deus que
honremos e respeitemos as autoridades. No entanto, jamais devemos
colocar nossos corações nelas.
Ao
contrário dos egípcios dos tempos bíblicos, que consideravam faraó
o seu deus – os cristãos têm apenas um só Senhor e Redentor. Ao
contrário do império romano que proclamava César como um deus - os
cristãos anunciam um único Criador e afirmam que antes importa
obedecer a Deus do que a homens. (Atos 5.29).
Jeremias
chegava a clamar: “Maldito o homem que confia no homem (Jr 17.5).
Aqueles que fizeram a si mesmos de deuses, foram tiranos; que
roubaram a liberdade dos demais.
Na
semana que celebramos a pátria; repitamos a palavra do Salmo 33.12:
“Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor.” Ter Deus como Senhor
é colocar absolutamente nele a fé, e não em ideologias e sistemas!
Por isso, em nome do Senhor, e certo de como é triste perceber que
amigos não estão debatendo e construindo ideias, mas brigando por
sistemas, que apesar dos méritos também tem falhas, uso a partir de
agora, uma expressão bíblica e profética (os ais), e anuncio, com
dureza, mas com carinho e intenção de reflexão a todos - cada
tópico mereceria contra-argumentos, mas fico a exortação direta:
Aí
dos esquerdistas que impõe suas vontades, antes da vontade divina.
Ai
dos direitistas, que limitam Deus aos seus esquemas e a sua cartilha
e desejam tirar o cisco do olho do outro e não percebem a trave
diante dos seus olhos!
Ai
dos esquerdistas e de todos os que desvalorizam a vida humana, que
parecem clamar por minorias, mas esquecem os menores, os pequenos
fetos, desconsiderando suas vidas em prol de abortos.
Ai
dos direitistas que lutam para manter seu status e fazem uso de suas
posições para impor pela força; com suas bocas enaltecem suas
famílias, mas traem seus maridos e esposas e se distanciam de seus
filhos.
Ai
dos esquerdistas que enaltecem o barro e esquecem do oleiro! Que
criam um discurso que confunde a identidade sexual, e trocam a
liberdade por libertinagem, gerando acúmulos e acúmulos de
ansiedade!
Ai
dos direitistas que enaltecem o barro e esquecem o oleiro, quando
usam o nome do Senhor em vão, em prol dos próprios benefícios,
misturando o Reino celeste de Deus com seus pequenos reinados.
Ai
dos esquerdistas que desejam decidir o que fazer com a propriedade do
outro, mas que acabam esquecendo de procurar o progresso do
semelhante. Clamam por direitos e esquecem os deveres.
Ai
dos direitistas, que a semelhança dos fariseus, protegem suas
propriedades, que de fato são suas, mas não se esforçam para
proteger as pessoas ao seu redor; e assim apenas alimentam a
desigualdade social.
Ai
dos esquerdistas e direitistas que esquecem que as instituições são
feitas para os indivíduos e não os indivíduos para as
instituições.
Ai
dos corruptos espalhados por todas as partes.
Ai
dos mentirosos e de todos os que criam narrativas para contar meias
verdades. Ai dos que distorcem a justiça, e não me refiro apenas
aos que usam togas.
Ai
dos que se consideram “gente do bem” e olham para os outros como
se fossem inferiores.
Ai
dos pecadores! Ai de mim! Ai de todos nós que formamos essa, e
muitas outras pátrias humanas.
O
juízo de Deus virá sobre todos nós! Não há justo; não há
sequer um! Dos Céus Deus olha e procura se há algum justo (Sl 14).
Olha para a esquerda e nada encontra. Olha para a direita e nenhum
justo há.
Miseráveis
seres que somos! Na luta por uma pátria melhor, somos como cegos
guiando outros cegos! (Mt 15.14). Quem nos livrará desta perdição?
(Rm 7.24) Quem nos livrará dessa escuridão?
Graças
a misericórdia do Pai do Céu, algo já foi feito. Graças a
misericórdia de Deus, ele resolveu fazer isso! E fez do único jeito
possível. Através de Jesus. Ele se fez gente e habitou em meio as
pátrias humanas - e habitou em justiça. Um justo que assumiu a
culpa de todos os injustos. Um justo que recebeu sobre si a pena de
todas as injustiças. Um justo que recebeu o direito de justificar os
outros. De declarar inocência! De salvar. De redimir! E ele o faz,
por meio da fé. Ele prometeu assim e podemos sentir no coração que
ele cumpre; perdoando e renovando!
Ele
é aquele que faz novas todas as coisas! Em Cristo “nascemos de
novo” (Jo 3). E assim, o Senhor promove transformação, proibindo
nossa acomodação (Rm 12), e nos impulsionando a olhar para o mundo
com amor. Assim como Deus Pai enviou Jesus ao mundo pecador; Cristo
também nos envia (Jo 20.21), como sal e luz (Mt 5.13-14). Não para
julgar e condenar, mas promover salvação.
Assim,
lutemos e oremos por um país mais justo. Que a pátria de fato seja
amada! Que somente Deus seja adorado E REALMENTE OUVIDO! Que a força
do seu amor nos proteja; mantendo a paz externa e gerando a paz no
coração e; quem sabe, uma união que nos faça, não alimentar
polaridades, mas avançar para o bem comum; pois Jesus deseja que
caminhemos juntos rumo a pátria celeste!
TEXTO
ESCRITO POR: Pastor
Ismar Lambrecht Pinz – 03/09/2021