sábado, 31 de agosto de 2013

Umbanda

Umbanda é uma religião tipicamente brasileira, cuja evolução se deve à pluralidade religiosa existente no Brasil, resultado de motivações diversas, inclusive de ordem social, que originaram um culto à feição e moda do país. O vocábulo é oriundo da língua quimbundo, de Angola, e significa arte de curar. O sincretismo religioso no Brasil, ou seja, a mistura de concepções, fundamentos, preceitos, ritualísticas e divindades se processou num quádruplo aspecto: negro, índio, católico e espírita porque outros foram menos dominantes ou de modo superficial e restrito a certas áreas.
O marco inicial surge com a escravatura do índio feita pelos primeiros colonizadores no Brasil. Entretanto, o aborígene pelas suas características de raça, de elemento da terra, conhecedor das matas, espírito guerreiro exaltado, sem qualquer organização com um rudimento de estrutura social, tendo a liberdade como apanágio de toda sua vida, não aceitou o jugo da escravidão. Tinha, contudo, uma crença no espírito e suas religiões.
A influência do índio contribuiu para a formação da Umbanda fornecendo elementos da sua mitologia e cultivos, tais quais, a Pajelança (rituais nos quais um especialista entra em contato com entidades não-humanas (espíritos de mortos, de animais etc.) com o fim de resolver problemas que acometem pessoas ou coletividades), o Toré (religião ameríndia, na qual as pessoas buscam remédios para as suas doenças, procuram conselhos com os caboclos que baixam. Já o mestre defuma, receita e aconselha), o Catimbó (conjunto específico de atividades mágico-religiosas, originárias da Região Nordeste do Brasil, resulta da fusão entre as práticas de magia provenientes da Europa e rituais indígenas de pajelança, que foram agregados ao contexto das crenças do catolicismo). Ademais, o caboclo, ancestral do índio que incorporava em suas manifestações, foi consolidado na prática umbandista.
O colonizador, portanto, foi buscar nas terras africanas o elemento negro, o qual oferecia condições mais favoráveis para a lavoura, já conhecidos nas regiões de origem. Desse modo, houve um circuito branco-índio-negro que contribuiu sobremaneira para o complexo da formação brasileira, nele ressalvando, como uma constante a religiosidade em vários aspectos. Na época das senzalas, os negros escravos costumavam incorporar o que se conhece hoje como pretos-velhos, antigos escravos, que ao se manifestarem, compartilhavam conselhos e consolo aos escravos.
O sincretismo católico, produto da simbiose dos cultos de escravo e escravocratas no Brasil, chegou a tal ponto que se cultiva um orixá com nome e imagem do santo católico, não se podendo diferenciar em certas exteriorizações onde começa um onde termina o outro. São flagrantes os casos de São Jorge - Ogum; Nosso Senhor do Bonfim - Oxalá; São Cosme e São Damião – Ibeji; Santa Bárbara - Iansã. Não raro, muitos chefes de terreiro mandam rezar missas e se declaram também católicos, além de haver um grande número de praticantes que frequentam as duas religiões. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Umbanda).
Há uma corrente da Umbanda que se denomina Umbanda branca, versão rústica do kardecismo, onde não há mais sacrifícios e os médiuns "trabalham" por caridade. A Umbanda é o espiritismo à moda brasileira. Origem: mistura de crenças espiritualistas dos escravos bantos (África), dos indígenas brasileiros e do catolicismo.
Os umbandistas não têm doutrina clara. Acreditam no deus dos católicos romanistas, em Jesus, na virgem Maria, creem nas doutrinas Kardecistas sobre caridade para salvação. Não têm claro o destino de sua alma depois da morte. Pendem os umbandistas mais para o espiritismo, mas continuam fazendo sacrifícios e pactos com os deuses que se apresentam nos terreiros. (Antônio de Paula R, respondendo à pergunta: Umbandismo x espiritismo. Qual a diferença?)

Uma pedagogia para o homem

Seguidamente acompanho pelo Facebook ilustrações que buscam a valorização do professor, para que também se valorize o processo educacional. Embora todos sejam bem intencionados, não os compartilho, porque julgo que são equivocados. Da mesma forma, há um engano perigoso em se acreditar que um conjunto de meios eletrônicos pode substituir os elementos rotineiros de uma sala de aula nas diferentes etapas do aprendizado.
Recentemente, os diversos governos têm se preocupado em qualificar o ensino exigindo formação superior para os professores. Desta forma, aumentou o volume daqueles que obtêm graduação superior, em detrimento da qualificação para aqueles (as), que faziam do magistério (em nível de segundo grau), um ponto de partida para o grande desafio que é entrar em sala de aula e dar conta do recado.
As “pedagogias” do terceiro grau deixaram de lado a preparação prática, que, em muitos casos, estando no meio dos alunos, prova a velha máxima: “na prática, a teoria é outra!”. Não há uma receita única para lidar com uma classe de 20, 30 ou 40 alunos. Aprende-se no “olho no olho” que se tratam de indivíduos, cada um necessitando de certo tipo de motivação para encaminhar o seu aprendizado.
Eletrônicos podem servir como entretenimento. Veja-se uma sala de aula de curso superior em que, muitas vezes, um bom número de alunos encontra-se com seu notebook, tablet, smartphone acionados não nos conteúdos que estão sendo apresentados, mas viajando pela internet e pelas redes sociais. Neste caso, um professor pode se incomodar, mas precisa solicitar que, ou deixam seus brinquedos eletrônicos, ou deixem a sala de aula.
Também nas redes, seguidamente há postagens falando a respeito da integração entre a educação que inicia em casa e se prolonga através da escola. A formação de uma criança tem que ter, obrigatoriamente, a cumplicidade entre aqueles que são os responsáveis primeiro – os pais – e os que dão ao processo formal a continuidade para o caminho do amadurecimento.
Os recursos financeiros, físicos e eletrônicos são muito bons. Mas são apenas instrumentos que se podem aperfeiçoar. Uma das postagens recentes era de uma sala de aula a céu aberto na África, em que um professor tinha uma parede meio destruída, um quadro negro e cerca de 40 crianças sentadas em latas, tocos, bancos rústicos. Ali está o autêntico espírito do que é ensinar: força de vontade. Tanto de quem se propôs a ser um educador, quanto daqueles que foram motivados, distantes do conforto, a empreenderem uma longa caminhada que os diferencie para os rumos que desejam tomar em suas próprias vidas.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Cidade limpa...

A imagem é de um monte de lixo colocado sobre uma calçada, próximo a uma faixa de pedestre. A frase dizia: “Sabe o que reduz a poluição?” E a resposta: “a sua educação!”. O material postado na Internet levou-me aos idos de 1980 – 83, para ser mais exato – quando participei da administração municipal em Pelotas e lançamos uma campanha com o título “Cidade limpa é a que ninguém suja”.
Parece redundância, mas não é. Deveria ser um elemento motivador para que as pessoas se policiassem e não fizessem o que vemos hoje com absoluta banalidade: baganas de cigarro sendo jogados junto de bancos, em praças; papeis de doces atirados em passeios públicos, sem nenhuma cerimônia; ou pessoas que saem para o passeio de seus animais de estimação e permitem que defequem em qualquer lugar, sem recolher os seus dejetos.
De lá para cá, tenho acompanhado muitas campanhas com esta mesma proposta. O efeito, infelizmente, é quase nulo. Porque, de resultado prático, vemos que os meios de comunicação vendem seus espaços, os publicitários ganham seus investimentos, as prefeituras fingem que fazem, mas, no dia a dia, não acompanham a “pregação” com gestos concretos que deveriam tomar do jeito mais simples: instalação de lixeiras, recolhimento adequado do lixo, cuidado do patrimônio público.
No entanto, esta semana, no Rio de Janeiro, entrou em vigor uma lei que penaliza aqueles que jogam lixo na rua. Uma simples bagana de cigarro dá uma multa de 156 reais. Num primeiro momento, está havendo uma campanha de conscientização, num processo que envolve pessoal da segurança pública. Mas já deu resultados. Alguns se mostraram assustados diante dos valores das multas.
Pode parecer um exagero, mas não é. Infelizmente, as pessoas somente ajudam a limpar as ruas da cidade quando sentem doer na parte mais sensível do corpo humano, que é o bolso. Se esta norma se espalhar e chegar por aqui, vai ter gente tendo que fazer empréstimo bancário para poder pagar as suas multas!
Assim, eu acredito: que se façam as campanhas publicitárias, porque estas começam a fazer efeito naqueles que estão sendo iniciados na sociedade: as crianças. Mas, para os demais, que ouçam as lições, mas se teimarem em fazer do jeito errado, que sejam penalizados. Multados uma vez, dificilmente irão repetir o erro.

sábado, 17 de agosto de 2013

Doutrina espírita, Espiritismo ou Kardecismo

Doutrina espírita, Espiritismo ou Kardecismo é a doutrina codificada por Allan Kardec. Esta é baseada em cinco obras básicas, escritas por ele, através da observação de fenômenos que o mesmo atribuía a manifestações de inteligências incorpóreas ou imateriais, denominadas espíritos. A codificação espírita está presente em: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.
O termo Espiritismo foi cunhado por Kardec em 1857 para definir especificamente o corpo de ideias por ele reunidas e codificadas no "O Livro dos Espíritos". Refere-se a uma doutrina que trata da "natureza, origem e destino dos espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal e as consequências morais que dela emanam", e fundamenta-se nas manifestações e nos ensinamentos dos espíritos. Também é compreendido como uma doutrina de cunho científico-filosófico-religioso voltada para o aperfeiçoamento moral do homem, que acredita na possibilidade de comunicação com os espíritos através de médiuns.
Na publicação do livro O que é o Espiritismo, o codificador a define como "uma ciência que trata da natureza, da origem e da destinação dos espíritos, e das suas relações com o mundo corporal”.
Embora o espiritismo tenha importado, a fim de estruturar de seu corpo de conhecimento, muito da metodologia científica, mostra-se importante ressaltar que ele desenvolve-se sobre princípios que transcendem os rigores dessa metodologia, de forma que vários dos resultados e fenômenos dentro do espiritismo entendidos como válidos perante sua metodologia própria não se sustentam frente à metodologia científica - essa estabelecida com base e princípios certamente mais rigorosos e restritivos.
Quando o termo ciência é usado com acepção estrita (acadêmica) tais extrapolações ao método cientifico, embora internamente úteis ao validarem vários preceitos da doutrina, impedem a classificação do espiritismo como ciência; e essa doutrina não constitui cadeira científica, mesmo compartilhando com a ciência de outrora o estudo de vários fenômenos, e nela encontrando-se por vezes referências frequentes a vários cientistas de renome.
O termo ciência a vigorar junto ao espiritismo caracteriza-se por acepção lata e não estrita na grande maioria dos casos, sobretudo na atualidade. O espiritismo pode ser visto como uma doutrina estabelecida mediante a fusão da ciência, filosofia e religião, buscando a melhor compreensão não apenas do universo tangível (científico), mas também do universo a esse transcendente (religião).
Contudo, embora constituindo em princípio uma questão científica plenamente válida, e embora muito explorada nos primórdios de nossa ciência atual, a existência de espíritos ainda transcende todos os paradigmas científicos atualmente estabelecidos; e a existência de espíritos não se encontra estabelecida, ao menos perante os rigores da metodologia científica moderna.
A parte os rigores científicos, a doutrina muito tem se expandido, e segundo dados do ano 2005, conta com cerca de 15 milhões de adeptos em diversos países, como, Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Bélgica, Estados Unidos, Japão, Alemanha, Argentina, Canadá, e, principalmente, alguns países americanos como Cuba, Jamaica e Brasil, este, tendo uma das maiores proporções, com um considerável número de seguidores em sua população. Alguns nomes são tidos como continuadores da doutrina, e de fundamental importância para sua expansão, entre eles: Bezerra de Menezes, Chico Xavier, Divaldo Pereira Franco, Raul Teixeira.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Espiritismo (síntese)

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Contador de histórias – A onça e o gato – enviada pelo Arthur Fiss – do livro Contos Populares do Brasil, de Sílvio Romero.


A onça pediu ao gato que lhe ensinasse a pular, e o gato prontamente lhe ensinou. Depois, indos juntos para fonte beber água, fizeram uma aposta para ver quem pulava mais. Chegando à fonte, encontraram lá o calango, e então disse a onça para o gato:
- Compadre vamos ver quem de um só pulo pega o camarada calango? - Vamos, disse o gato. - Só você pulando adiante, disse a onça. O gato pulou em cima do calango; a onça pulou em cima do gato. Então o gato pulou de banda e escapou. A onça ficou desapontada e disse: - Assim, compadre gato, é que você me ensinou? Principiou e não acabou... O gato respondeu: - Nem tudo os mestres ensinam aos seus aprendizes.
- No mundo dos homens, como no mundo dos animais, vence a força por meio da astúcia e da esperteza.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Mulher

Texto do Luís Fernando Veríssimo
Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Flores também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e
adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade. Respeite a natureza. Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia. Não faça sombra sobre ela. Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado.
Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda. Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo. É, meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay. Só tem mulher quem pode!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O mestre e o escorpião

Um mestre do Oriente viu um escorpião que se estava a afogar e decidiu tirá-lo da água, mas quando o fez, o escorpião picou-o. Pela reação de dor, o mestre soltou-o e o animal caiu de novo na água e estava se afogando de novo. O mestre tentou tirá-lo novamente e novamente o animal voltou a picá-lo. Alguém que o estava a observar aproximou-se do mestre e disse-lhe: — Desculpe-me, mas você é teimoso! Não entende que todas as vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo? O mestre respondeu: — A natureza do escorpião é picar, e isto não vai mudar a minha, que é ajudar. Então, com a ajuda de uma folha, o mestre tirou o escorpião da água e salvou a sua vida. Não mude a sua natureza se alguém lhe fizer mal; apenas tome algumas precauções. Alguns perseguem a felicidade, outros a criam. Preocupe-se mais com sua consciência do que com a sua reputação. Porque a sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de si. E o que os outros pensam, não é problema nosso... é problema deles.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Contador de histórias - terça - 13 - colaboração Arthur Fiss

Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente quando vê um chinês colocando um prato de arroz no túmulo ao lado.
Ele se vira para o chinês e pergunta:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o arroz?
E o chinês responde:
- Sim, geralmente na mesma hora em que o seu vem cheirar as flores!

Respeitar a opção dos outros – em qualquer aspecto – é uma das maiores virtudes que o ser humano pode ter. As pessoas são diferentes, agem diferente, pensam diferente.
Nunca julgue, apenas tente compreender...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Contador de histórias - desta segunda - 12 de agosto

Um garoto perguntou ao pai:
Qual o tamanho de Deus?
Então, ao olhar para o céu, o pai avistou um avião e perguntou ao filho:
Que tamanho tem aquele avião?
O menino disse:
Pequeno, quase não dá para ver.
Então o pai o levou a um aeroporto e ao chegar próximo de um avião perguntou:
E agora, qual é o tamanho deste avião?
O menino admirado respondeu:
Nossa, pai, esse é enorme!
O pai, então, disse:
Assim é Deus, o tamanho vai depender da distância que você estiver dele. Quando mais perto você está dele, maios Ele será na sua vida!

domingo, 11 de agosto de 2013

Protestantismo

O Protestantismo é um dos principais ramos (juntamente com a Igreja Romana e a Igreja Ortodoxa) do cristianismo. Este movimento iniciou-se na Europa Central no início do século XV como uma reação contra as doutrinas e práticas do catolicismo romano medieval. Os protestantes também são conhecidos pelo nome de evangélicos. No entanto, no contexto brasileiro, o nome 'protestante' deve ser usado mais corretamente para se referir às igrejas oriundas da Reforma Protestante, como a Presbiteriana, a Luterana, a Anglicana, a Metodista, a Batista e Congregacional; e o termo 'evangélico' é mais utilizado para se referir aos pentecostais e neopentecostais.
O termo protestante não foi inicialmente aplicado aos reformadores, mas foi usado posteriormente para descrever todos os grupos que protestavam contra a Igreja Católica.
Desde aquele tempo, o termo protestante tem sido usado com diversos sentidos, muitas vezes como um termo geral para significar apenas os cristãos que não pertencem à Igreja Católica, Ortodoxa ou Ortodoxa Oriental (inclusive àqueles cristãos que não pertencem à Igreja Anglicana, pois esta não se define como católica ou protestante).
O protestantismo apresenta elementos em comum apesar de sua grande diversidade. A Bíblia é considerada a única fonte de autoridade doutrinal e deve ser interpretada de acordo com regras históricas e linguísticas, observando-se seu significado dentro de um contexto histórico. A salvação é entendida como um dom gratuito (presente, graça) de Deus alcançado mediante a fé. As boas obras não salvam, sendo resultados da fé e não causa de salvação. O culto sempre é no idioma vernáculo e em sua grande maioria é simples tendo como base as Escrituras Sagradas.
O protestantismo se disseminou principalmente nos meios urbanos e através da nobreza. A difusão das ideias protestantes foi facilitada pela invenção da imprensa, que tornou possível a divulgação e a tradução da Bíblia nas línguas vernáculas. Desde então, as doutrinas cristãs passaram a necessitar do aval bíblico.
As diferenças entre a doutrina católica e a doutrina da maioria dos grupos protestantes é grande. As divergências mais significativas dizem respeito ao papel da oração e das indulgências; à comunhão dos santos; à doutrina do pecado original e da graça; à predestinação; à necessidade e natureza da penitência; e ao modo de obter a salvação, com os protestantes a defenderem que a salvação só se atinge apenas através da fé, em detrimento da crença católica de que a fé deve ser expressa também através das boas obras (essa grande divergência levou a um conflito sobre a doutrina da justificação).
Há também diferenças importantes na doutrina da Eucaristia e dos outros sacramentos (os protestantes só professam o Batismo e a Eucaristia, além do rito sacramental da confirmação, também conhecido como catecumenato); na existência do Purgatório; no culto de veneração à Virgem Maria e aos santos; na forma de interpretação (com os protestantes a defenderem a interpretação pessoal ou livre-exame das Sagradas Escrituras) e na composição do Cânone das Escrituras; no papel da Tradição oral; na própria natureza, autoridade, administração, hierarquia e função da Igreja (incluindo o papel da Igreja na salvação); no sacerdócio; e também na autoridade e missão do Papa.
Contudo, visto que entre as denominações protestantes há diferenças consideráveis, de alguns setores do Anglicanismo, aproximam-se do catolicismo, auto intitulando-se como anglo-católicos. Recentemente, o diálogo ecuménico moderno levou finalmente a alguns consensos sobre a doutrina da justificação entre os católicos e os luteranos, através da Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação (1999). Além disso, esse diálogo trouxe também vários consensos sobre outras questões doutrinárias importantes, nomeadamente entre os católicos e os anglicanos.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Protestantismo (leia mais neste link – síntese)

sábado, 10 de agosto de 2013

Trabalho infantil: um norte para o futuro

O programa Globo Repórter (Rede Globo) do dia 9 de agosto abordou uma das grandes preocupações quando se pensa em formar as novas gerações: o trabalho infantil. Por diversos motivos, crianças são levadas ao trabalho para completar a renda da família, criar uma renda para si mesma, ou mesmo atenderem aos ditames do mundo do consumo.
Diversos casos de crianças trabalhando em feiras, produção de bijuterias e fábrica de artefatos que utilizam pólvora. Em todos os casos, o desejo de conseguir alguns reais a mais faz com que desejem acelerar o processo, deixando de lado as mínimas condições de segurança.
Mas há o outro lado. O daqueles que já estando em condições de trabalhar, não o podem por determinação legal. Neste caso, como disse um juiz, é tratar cada caso em particular, levando em condições se a criança continua estudando e tendo bom rendimento.
Os exemplos eram bem pontuais: a menina em família bem constituída com boa desenvoltura para a música, que tendo participado como integrante de um grupo de aprendizado chamou a atenção do maestro que convenceu a instituição a contratá-la. Para a repórter, a menina disse que deixava de ser um peso para a família. Amorosamente, a mãe disse que não: “você não é um peso para nós, você é uma bênção!”.
O outro caso, de um garoto de 16 anos, vivendo numa casa de passagem, tendo um irmãozinho que dele depende, sem pais, que trabalha num supermercado e já sabe os degraus que vai precisar galgar para a sua realização pessoal. A orientadora da casa, em seu depoimento, disse que foi emocionante, porque desde o seu primeiro salário, todo o dinheiro foi para uma caderneta de poupança, a fim de auxiliar na sua vida a partir do momento em que, completado os 18 anos, vai precisar deixar o lar que hoje o abriga: “e quando eu for, vou levar também o meu irmão. Quero ter a guarda dele”.
No entanto, a grande sacada esteve nas palavras de um acompanhante de políticas para a infância, quando disse que a solução não está em se encontrar soluções paliativas ou localizadas. Está na escola. E este é o grande problema. Para a erradicação da pobreza, não é possível ter todas as crianças nos espaços escolares, em dois turnos, onde também possam ser alimentadas e usufruir de formação complementar.
Infelizmente, os poderes públicos ainda fazem muito pouco a respeito. Cobrar deles é prioritário quando se quer ver um novo destino para aqueles que serão os responsáveis pelas mudanças que tanto sonhamos. Mas vem de dois pais que tocam um sítio e também uma feirinha na cidade o exemplo: os filhos estudam toda a semana. No sábado, ajudam na feira: “porque a gente não quer que eles passem o que nós passamos. A gente faz o que pode e o que não pode para que eles tenham o futuro que nós não tivemos”.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Não julgue alguém.

Um médico entrou no hospital com pressa depois de ser chamado a uma cirurgia de emergência. Ele respondeu ao chamado, o mais rápido possível, mudou de roupas e foi diretamente para o bloco cirúrgico. Ele encontrou o pai do menino indo e vindo na sala de espera do médico. Depois de vê-lo, o pai gritou:
... "Por que você tomou todo esse tempo para vir, não sabia que a vida de meu filho está em perigo... você não tem senso de responsabilidade??"
O médico sorriu e disse: "Desculpe, eu não estava no hospital e eu vim o mais rápido que pude depois de receber a chamada... E agora, eu gostaria que você se acalma-se para que eu possa fazer o meu trabalho"
"Me acalmar? E se fosse seu filho quem estivesse nesta sala agora, você estaria calmo? Se o seu filho fosse agora o que estivesse morrendo?" Disse o pai irritado
O médico sorriu novamente e respondeu:. "Eu vou dizer o que disse Jó na Bíblia "Do pó viemos e ao pó voltaremos, bendito seja o nome de Deus" Os médicos não podem prolongar a vida. Vou interceder por seu filho, vamos fazer todo o possível pela graça de Deus "
"Dar conselhos quando não estamos em situação é tão fácil", murmurou o pai.
A cirurgia levou algumas horas, depois que o médico saiu feliz, "Graças a Deus! Seu filho está salvo!"
E sem esperar por uma resposta do pai, com muita pressa olha para o relógio e foge. Ao mesmo tempo que vai, ele disse: "Se você tiver alguma dúvida, pergunte a enfermeira!"
"Por que é tão arrogante? Não podia esperar mais alguns minutos para eu pedir mais informações sobre o estado do meu filho"
E a enfermeira, cheia de lágrimas pelo seu rosto:
"O filho do Dr. morreu ontem em um acidente de estrada, o médico estava no cemitério quando você chamou para realizar a cirurgia do SEU FILHO. E agora que ele salvou a vida de seu filho, ele correu para terminar o sepultamento de seu filho."

Não julgue as pessoas, você não sabe qual é a realidade delas... Nunca julgue ninguém, porque você nunca sabe nada sobre a vida dessa pessoa e o que está acontecendo na vida dela.

Cachorro que come ovelha...

A partir de segunda – 5 de agosto – tivemos novidades no rádio de Pelotas. Pela Rádio Tupanci, entre 9h30m e 10 horas, vai ao ar o programa “Agenda Tupanci – com o professor Manoel Jesus”, dosando informação, análise e reflexão.
Até o início deste ano, fazia minhas participações às segundas e sextas, num breve comentário pela mesma emissora, no programa do professor Jorge Malhão. Com a mudança de estrutura da manhã, acreditei que não encaixava na dinâmica da nova programação.
Foi quando recebi o convite de produzir e apresentar um programa de meia hora de caráter jornalístico. Como diz o jargão do gaúcho: “cachorro que come ovelha, só matando”. Por um motivo bem simples, vai acabar comendo outras ovelhas. Então não tem remédio.
Porque a comparação? Para quem algum dia já trabalhou em rádio, sabe que é bem assim: fez rádio um dia, o sonho de voltar a trabalhar neste meio vai ser um desafio pelo resto da vida! Ainda cursando a faculdade, no final da década de 70, tive uma oportunidade de fazer jornalismo pela Rádio Universidade, produzindo o programa “Pelotas 13 Horas”, assim como os noticiários da manhã e do meio-dia.
Minha experiência durou três anos, mas possibilitou um treinamento para aguçar o sentido da informação e procurar ser o mais objetivo possível no trato com a notícia. Sempre que tinha oportunidade, voltava à frente da “latinha”, que me levou, também, a participar do UCPel Notícias, da TV UCPel, e a fazer comentários em coberturas eleitorais.
Agora, o desafio é outro, pois os tempos são novos e abrem espaços para que a informação se dê não apenas pelo faro apurado do repórter, mas também pela interatividade da internet que permite transformar todas as pessoas em “potenciais repórteres de rua”.
As novas tecnologias estão aí, oferecendo e-mails, redes, torpedos para que se tenha a informação e o serviço o mais rapidamente possível e, depois, pautar o repórter que vai procurar a notícia mais aprofundada.
Para não dizer que já sou um “jornalista velho”, vou dizer que já sou um “jornalista rodado”, mas que aceita buscar no rádio o velho encanto que sempre tem o seu valor, desde aquele agricultor que trabalha com um radinho pendurado no arado, até o garotão que potencializa as ondas das emissoras em seus fones de ouvido.
Uma vez disseram que a televisão iria matar o cinema e que acabaria com o rádio. Em novos tempos em que a internet permite ouvir emissoras de todo o Mundo, é bom fazer um rádio que trata da sua paróquia, mas que tem uma abrangência expandida por aqueles que matam saudades da sua terrinha, buscando uma informação que não está na grande mídia, mas que trabalha o pequeno mundinho de cada um!

domingo, 4 de agosto de 2013

Cristianismo e outras religiões

O diálogo da Igreja com outra religiões é um tema que hoje tem muita força, porque em muitos países o convívio diário com outras culturas religiosas é uma realidade, com as suas riquezas, mas também com os seus desafios. Falando do contexto mais português, onde a religião católica é maioritária e a própria cultura é tradicionalmente ligada a ela, as outras religiões e confissões cristãs, se bem que existem, acabam por não ter uma expressão muito grande e nisso até podemos dizer que vivemos num ambiente bastante tranquilo e respeitoso, comparando com outros países onde isso não sucede.
Antes de mais nada, talvez seja uma informação desnecessária, mas pode ajudar a esclarecer algumas coisas que talvez não se saibam. Da parte da Igreja, há duas vertentes de diálogo com outras tradições religiosas. Uma é o Ecumenismo, o diálogo entre várias Igrejas cristãs, entre a Igreja católica e as Igrejas protestantes, a Igreja anglicana (sobretudo em Inglaterra) e as Igrejas ortodoxas (sobretudo na Europa de Leste, Grécia e Médio Oriente). Há outras Igrejas cristãs não católicas, mas apontei as mais numerosas e conhecidas. Todas têm como principais elementos em comum a fé em Jesus Cristo, sua morte e ressurreição, a Bíblia, o batismo e a celebração da Eucaristia.
A outra vertente de diálogo é o diálogo inter-religioso, com as outras religiões não cristãs: Judaísmo, Islamismo, Hinduísmo e Budismo, falando das mais representativas. Estas religiões têm em comum a crença no Divino, quer como Deus, quer como um princípio de Unificação, etc.
Quando se fala destes temas, imediatamente vêm à memória a história passada de guerras e violência, a inquisição, cruzadas, colonização, excomunhões mútuas... É evidente para nós que continuam a haver infelizmente guerras e violência a vários níveis, motivadas por algumas visões da religião mais extremistas, que acabam por ser o maior contratestemunho daquilo que a religião pode trazer à humanidade que é a paz, fraternidade, ajuda aos desfavorecidos...
A Igreja não condena um bom muçulmano, ou um bom judeu ou um bom anglicano. Na sua própria religião, cada um deve viver de coração o que lhe é transmitido. As religiões têm em comum, apesar das diferentes linguagens e culturas, o amor a Deus, o respeito e o serviço aos outros, sobretudo os pobres e necessitados, e a construção da paz.
Nos últimos anos, tem havido um esforço de diálogo entre igrejas cristãs e outras religiões não para se converterem uns aos outros, mas para partirem de bases comuns, a fim de ajudar a promover a paz e a justiça e a tornar visível o amor de Deus pela humanidade. Todos se foram dando conta que é impossível o regresso ou a existência de uma única religião, mas que é a partir das diferenças que se pode dar o maior sinal de unidade, rezando juntos e trabalhando juntos pela paz, pelo perdão e pela justiça.
Há, por fim uma questão: se o essencial é o bem, a paz, a boa consciência e a ajuda aos outros, como é que a Igreja diz ser a religião verdadeira? Não são todas iguais? E o mesmo em relação às outras religiões que se afirmam verdadeiras? É sempre uma questão de entender o que quer dizer a Verdade. A Verdade é que todos os homens são amados por Deus e chamados a amá-Lo. Quando isto acontecer plenamente, acontece o chamado Reino de Deus, que se está a construir, mas não está completo. A Igreja é o sinal que expressa, de forma humana - e por isso também contraditória, como todos nós - esta união que há de acontecer. Não há coincidência entre Reino de Deus e Igreja, mas a Igreja é e deveria ser cada vez mais o referente desta Verdade que está entre nós.
Texto de António Valério,sj
em http://amar-tesomente.blogspot.com.br/2009/02/cristianismo-e-outras-religioes.html - síntese.