quarta-feira, 29 de junho de 2011

Pela paz

Atualíssimo!!!

O último discurso de "O Grande Ditador"
Charles Chaplin
Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: "Não desespereis!
A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.
Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!
Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!
Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!"

domingo, 26 de junho de 2011

Pai, começa o começo

A Elaine Neutlizng me enviou. Mas parece que vem de longe.

Quando eu era criança e pegava uma tangerina para descascar, corria para meu pai 
e pedia: - "pai, começa o começo!". O que eu queria era que ele fizesse o 
primeiro rasgo na casca, o mais difícil e resistente para as minhas pequenas 
mãos. Depois, sorridente, ele sempre acabava descascando toda a fruta para mim. 
Mas, outras vezes, eu mesmo tirava o restante da casca a partir daquele primeiro 
rasgo providencial que ele havia feito.
Meu pai faleceu há muito tempo (e há anos, muitos, aliás) não sou mais criança. 
Mesmo assim, sinto grande desejo de tê-lo ainda ao meu lado para, pelo menos, 
"começar o começo" de tantas cascas duras que encontro pelo caminho. Hoje, 
minhas "tangerinas" são outras. Preciso "descascar" as dificuldades do trabalho, 
os obstáculos dos relacionamentos com amigos, os problemas no núcleo familiar, o 
esforço diário que é a construção do casamento, os retoques e pinceladas de 
sabedoria na imensa arte de viabilizar filhos realizados e felizes, ou então, o 
enfrentamento sempre tão difícil de doenças, perdas, traumas, separações, 
mortes, dificuldades financeiras e, até mesmo, as dúvidas e conflitos que nos 
afligem diante de decisões e desafios.
Em certas ocasiões, minhas tangerinas transformam-se em enormes abacaxis......
Lembro-me, então, que a segurança de ser atendido pelo papai quando lhe pedia 
para "começar o começo" era o que me dava a certeza que conseguiria chegar até 
ao último pedacinho da casca e saborear a fruta. O carinho e a atenção que eu 
recebia do meu pai me levaram a pedir ajuda a Deus, meu Pai do Céu, que nunca 
morre e sempre está ao meu lado. Meu pai terreno me ensinou que Deus, o Pai do 
Céu, é eterno e que Seu amor é a garantia das nossas vitórias.
Quando a vida parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma tangerina para 
as mãos frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a Deus:
"Pai, começa o começo!"
Não sei que tipo de dificuldade eu e você estamos enfrentando ou encontraremos 
pela frente neste ano. Sei apenas que vou me garantir no Amor Eterno de Deus 
para pedir, sempre que for preciso: "Pai, começa o começo!". 

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Precisamos de uma Copa do Mundo?


Diversas figuras do cenário nacional têm solicitado que se discuta uma questão muito séria: o Brasil tem ou não tem condições de sediar uma Copa do Mundo de Futebol? Se olharmos pela lógica de mercado, sim. Muitos serão os negócios, muitos serão os investimentos, além da circulação de dinheiro, a possível criação de novos empregos. Pela lógica social é que chegam as questões: qual é o custo para um país que ainda enfrenta tantas mazelas e os apregoados benefícios, existirão de fato?
A primeira pecha que se dá a quem levanta estes questionamentos é de atrasado, inimigo do desenvolvimento, arauto da desgraça. O noticiário recente tem mostrado que eles estão com a razão. A recente copa da África não deixou os benefícios anunciados e uma série de “elefantes brancos” foram erguidos e, hoje, estão abandonados.
Por aqui, o apregoado é que o governo investirá muito pouco. Verdade, diretamente. Inverdade, indiretamente. A movimentação da área bancária ligada ao governo já detecta que o previsto para ser investido poderá ser multiplicado por dois ou três. Mais ainda, que as mesmas empresas que sempre lucram com estes eventos é que serão beneficiadas e que o seu retorno social é, no mínimo, duvidoso.
Ainda temos uma população na faixa da miserabilidade. Enquanto a copa do mundo pode ser realizada no nosso país em dez, vinte ou trinta anos, os investimentos que não se farão em educação para as crianças e os jovens de hoje – salários de professores, infra-estrutura, alimentação, saúde - não terão uma nova chance. As marcas que receberão de uma educação capenga é o legado que levarão para o resto de suas vidas.
Gosto muito de futebol. Mas lembro sempre do seu Chico Silva (para os saudosistas, foi o gerente das extintas Loja Principal), quando dizia que este esporte passou a ser apenas uma questão de negócios e que o beijo no distintivo da camiseta é volúvel e facilmente trocado. Por favor, não transformem a realização da copa numa cruzada nacional capaz de salvar a pátria. Não vai. Será apenas uma chance de bons negócios, para poucos, e um investimento errado como, infelizmente, estamos acostumados a ver no Brasil.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Teus olhos


Teus olhos eram o caminho mais seguro
Para o teu coração.

Quando transbordavam vida,
Motivavam outros a viver;
Quando fitavam com intensidade,
Eram capazes de buscar os segredos mais bem guardados;
Quando se mantinham abaixados,
Eram o mais triste dos instantes,
Pois privavam daquele festival
De carinho e amor.

Quando te tinha em meus braços,
Era por eles que passavas tua energia,
Que se espargia por meu corpo,
Capaz de dizer tudo, sem a necessidade de palavra alguma.

Onde ficaram teus olhos?
Ouve um momento em que eles se perderam
No horizonte.
Foram tragados pela noite,
Que os condenou a estarem longe,
Como quem é segregado a esperar novamente a luz do sol.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Iluminar a vida

Assistindo um dvd do padre Fábio de Mello. Ainda sou saudosista, sinto falta de shows assim do padre Zezinho, o precursos de toda esta leva de padres cantores. Mas a mensagem é bonita e sensível. Iluminar. Uma proposta de mostrar o quanto precisamos da luz de Deus, da mesma maneira que precisamos da luz do sol.
Mas o interessante em uma das canções é a necessidade de incentivar as pessoas a cantar. Cantar faz bem para a alma, cantar acalma o espírito, cantar nos aproxima. Bonita homenagem a todos aqueles que cantaram a provocaram outros a cantar.
O desafio, quando se canta junto, é fazer com que as vozes se transformem numa só. Uma grande prece, um grande pedido, um grande esforço de unidade. Desta forma, não tem sentido a que uma voz se sobressaia a outra, mas que dê sentido ao conjunto.
Não é fácil "cantar" assim em sociedade, no meio escolar, na própria igreja e até na família. Talvez esta seja uma grande lição a ser apreendida: para se saber cantar, antes é preciso saber conviver, transformar pequenos momentos em partes de uma canção que dá um rumo à própria vida.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Viver e ser feliz

Recebi do Cláudio Lemes.

Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo no Egito, com o objetivo de visitar um famoso sábio.
O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muitosimples e cheio de livros.
As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.
- Onde estão seus móveis? Perguntou o turista.
E o sábio, bem depressa, olhou ao seu redor e perguntou também:
- E onde estão os seus...?
- Os meus?! Surpreendeu-se o turista. Mas estou aqui só de passagem!
- Eu também... - concluiu o sábio.
"A vida na Terra é somente uma passagem...No entanto, alguns vivem como se fossem ficar aqui eternamente, e esquecem-se de serem felizes."

"NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL...
SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA...”

domingo, 19 de junho de 2011

A pedagogia da mata


Seu Ferreirinha é agricultor. Mora num pequeno município na zona da mata, no Nordeste brasileiro. Sempre gostou de acompanhar noticiários esportivos e, lá pelas tantas, resolveu unir o que gosta de ver na televisão com a sua realidade. Na pequena escola local, estavam matriculados cerca de cinqüenta crianças, entre os 6 e 14 anos. Ofereceu-se para orientá-las em práticas esportivas, especialmente no atletismo. A curiosidade foi reforçada pela vontade de conhecimento e levou à busca em livros e na Internet de conhecimento que o ajudasse a motivar seus pequenos seguidores.
E conseguiu. As cenas mostradas eram muito bonitas, nas corridas feitas por todo grupo, iniciando por aquecimento e alongamento de pequerruchos animados e dispostos a aceitar a provocação daquele “professor” que desejava dar algo de diferente para a sua gente. Mas havia uma surpresa especial: a própria filha, que se animou com o trabalho do pai e começou a frequentar competições locais e regionais, buscando, na corrida, um jeito de fugir ao mesmismo que o meio lhe proporcionava.  A retribuição se deu nas inúmeras medalhas conquistadas, enchendo-a de orgulho, assim como seu treinador.
O desafio, agora: construir, no meio do mato, um simulacro de pista, em conformidade com as normas da Federação Internacional de Atletismo. Segundo Ferreirinha, não faltará nada. Embora não seja o mesmo material oficial, o que estiver disponível na mata ajuda os pequenos a treinar próximo do que enfrentarão em competições oficiais.
A filha deu um depoimento emocionado a respeito do pai que mudara a própria vida, assim como a das crianças daquela localidade. O pai mostrava-se orgulhoso de ter uma filha que fazia a exceção. Mais do que isto, construía um futuro com uma perspectiva até então inimaginável. Mas, o mais importante, ambos sabem do que a vida pode causar de percalços e foi lapidar a frase do Ferreirinha: “filha, tens tudo para conquistas bem maiores. Mas, no mínimo, serás uma grande mulher!” Pra que mais? De fato, um pai que soube entender qual é seu papel na vida da filha. Na sua simplicidade, uma lição digna de qualquer manual de pedagogia.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Cores, sentidos e sentimentos

A tarde adormece sobre a lagoa.
Serena, acolhe o sol que se espreguiça
numa partida dolente.
Um entrevero de cores entre
o esverdeado das águas
e de matizes no céu poente.
Mistura de cores, de sentidos e de sentimentos.
Um suspiro profundo
e o gosto de que se perdeu alguma coisa.
Não basta caminhar ao longo da praia
enquanto a noite chega.
A noite desembarca soberana,
esconde o astro rei
e resta somente a esperança
de um um novo dia tenha
a beleza das cores,
a doçura dos sentidos e
o encanto dos sentimentos.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Entre o soja e a religião - passando pelo futebol

Engraçado como, embora não mudem os valores, acabam mudando as referências. Nos meus anos de juventude - e isto já vai longe - discutia-se os perigos que a banha de porco (usada para frituras e tempero da comida) poderiam causar à saúde. Coincidentemente, era a época em que o soja passou a invadir as lavouras como monocultura, chegando ao óleo de soja que, até hoje, é o mais usado na alimentação.
Hoje se descobre que as coisas não são bem assim.Alguns médicos chegam a sugerir que se use qualquer outro óleo - arroz, linhaça, milho, arroz - menos o de soja. O mesmo aconteceu com o ovo, que foi crucificado, e hoje as coisas são colocadas no seu devido lugar: tudo o que se consome em demasia, claro, pode criar problemas. Mas, na dose certa, tem lá o seu valor.
Porque toda esta preleção? Porque ontem me surpreendi com a repercução de um texto onde juntava religião e futebol. Embora ache que o futebol, hoje, arrebata mais emoções do que a religião, creio que é exatamente aí o problema das religiões: resolveram ser intelectualizadas e perderam o poder da fé, que também pode ser traduzida como emoção.
Com todas as pregações modernas, as pessoas continuam fazendo seus antigos ritos, buscando no sagrado a solução para seus problemas (pode ser até em afogar o santo), num jeito muito simples de encarar a vida: os santos foram e continuam sendo considerados como humanos, portanto, compreendem nossas carências exatamente por este motivo.
Não sou saudosista, mas creio que as igrejas precisam se reinventar. E talvez isto signifique voltar a relações mais simples, mais pessoais, onde a presença do divino se dá exatamente porque se sabe que a figura do padre, do pastor, do pai de santo, é um jeito de estar mais próximo de Deus. Pena é que nem todos estão preparados para esta interação, embora façam discurso no sentido contrário. Mas, tudo o mais é busca por poder e satisfação de vaidades.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O Grêmio Esportivo Brasil de Santo Antônio

Duas semanas atrás, os repórteres - e torcedores - que cobriam as atividades do Grêmio Esportivo Brasil para o UCPel Notícias (da TV UCPel, onde também faço comentários) foram gentis em afirmar que "ainda havia esperança" para a classificação com três vitórias subsequentes. Tive que registrar que não era apenas uma questão de esperança, mas de um milagre. E que os torcedores procurassem por uma encruzilhada, porque a reza tinha que ser muito forte.
Pois não é que o milagre está acontecendo? Ontem à noite eu tinha na minha caixa de e-mails diversas "advertências" de que deveria registrar as duas vitórias que já aconteceram. Quem se atreve a contestar que até pode acontecer uma terceira?
Meu tico e teco começaram a se cruzar e tudo ficou claro: proeza de Santo Antônio! O santo que se comemora neste 13 de junho, além de ser casamenteiro, também o é das causas impossíveis. Corre pela cidade que suas imagens, quase sempre bem guardadas por mulheres, haviam desaparecido! Os homens todos disfarçavam ao afirmar que não viram nada. Mas, de boca pequena, comenta-se que uns foram amarrados pelos pés e jogados em cacimbas (como estas quase não existem mais, bastou um copo de água), colocadas de cabeça para baixo ou, pior das atrocidades: lhe arrancaram do colo a imagem do menino Jesus.
Da mesma forma que as casamenteiras, os torcedores também somente retirarão o santo da água, virarão sua imagem, ou restituirão o pequeno menino, quando o terceiro milagre acontecer. E se isto acontecer, valei-me Santo Antônio, nem o papa segura a massa xavante que vai ficar impossível. Oremos e rezemos. Amém.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O amor pelo próximo


A manhã de um professor que trabalha à noite faz o inverso do mortal comum. Portanto, minha manhã é light, inclusive com um tempo para o simulador de caminhada, acompanhado da Ana Maria Braga e do louro José. Entre as muitas notícias interessantes (algumas nem tanto, em especial as de tragédia), assisti a matéria sobre um garoto de 18 anos que revelou um câncer e precisava fazer quimioterapia.
Se para uma pessoa mais velha, já é difícil, imagina para quem está na chamada “flor da idade”, sabendo os resultados físicos, em especial no corte de cabelo, tão doloroso, quanto depressivo. A primeira sessão foi em uma clínica em Belo Horizonte, de onde voltou para a tentativa de uma vida o mais próximo possível do normal.
A surpresa veio quando foi assistir à primeira aula com seus colegas de 3ª série do segundo grau: o garoto parou na entrada da sala, entre aturdido, surpreso e emocionado. Todos os seus colegas também haviam raspado a cabeça, num gesto de solidariedade, carinho e demonstração de que estariam juntos.
Um deles chegou a dizer que conviviam desde os primeiros anos escolares, aproveitando as melhores e as piores situações. Quando foi divulgado que seu colega estava com câncer, aconteceu uma intensa comoção, que precisavam extravasar de alguma forma. E o jeito encontrado foi não deixar que a depressão do colega viesse por se sentir um diferente. Mas que todos se tornassem “diferentes” para melhor acolher as sua fragilidade deste momento.
Depois de acompanhar um caso semelhante, não tenho nenhuma dúvida da recuperação do menino. Um médico chegou a me dizer que três elementos eram fundamentais para uma recuperação: o tratamento profissional, a solidariedade dos amigos e da família, assim como a fé.  Parece que a este garoto não falta nenhum. O tratamento já está iniciado, a solidariedade lhe veio de uma forma bonita e diferenciada e a fé se alimenta exatamente destes pequenos gestos. Capazes de apontar que, no final do túnel, a luz é da vida, que sussurra seus encantamentos e faz jovens aprenderem o significado do sentimento mais nobre que existe: o amor pelo próximo.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Um milagre


Meus amigos sabem: gosto muito de histórias, que chamo de "parábolas", bem contadas e com uma lição moral. Pois vou começar a postar algumas que me enviam. Esta é emocionante.

Uma garotinha foi para o quarto e pegou um vidro de geléia que estava escondido no armário e derramou todas as moedas no chão.
Contou uma por uma, com muito cuidado, três vezes. O total precisava estar exatamente correto. Não havia chance para erros.
Colocando as moedas de volta no vidro e tampando-o bem, saiu pela porta dos fundos em direção à farmácia Rexall, cuja placa acima da porta tinha o rosto de um índio.
Esperou com paciência o farmacêutico lhe dirigir a palavra, mas ele estava ocupado demais. A garotinha ficou arrastando os pés para chamar atenção, mas nada. Pigarreou, fazendo o som mais enojante possível, mas não adiantou nada. Por fim tirou uma moeda de 25 centavos do frasco e bateu com ela no vidro do balcão. E funcionou!
- O que você quer? - perguntou o farmacêutico irritado. - Estou conversando com o meu irmão de Chicago que não vejo há anos -, explicou ele sem esperar uma resposta.
- Bem, eu queria falar com o senhor sobre o meu irmão -, respondeu Tess no mesmo tom irritado. - Ele está muito, muito doente mesmo, e eu quero comprar um milagre.
- Desculpe, não entendi. - disse o farmacêutico.
- O nome dele é Andrew. Tem um caroço muito ruim crescendo dentro da cabeça dele e o meu pai diz que ele precisa de um milagre. Então eu queria saber quanto custa um milagre.
- Garotinha, aqui nós não vendemos milagres. Sinto muito, mas não posso ajudá-la. - explicou o farmacêutico num tom mais compreensivo.
- Eu tenho dinheiro. Se não for suficiente vou buscar o resto. O senhor só precisa me dizer quanto custa.
O irmão do farmacêutico, um senhor bem aparentado, abaixou-se um pouco para perguntar à menininha de que tipo de milagre o irmão dela precisava.
- Não sei. Só sei que ele está muito doente e a minha mãe disse que ele precisa de uma operação, mas o meu pai não tem condições de pagar, então eu queria usar o meu dinheiro.
- Quanto você tem? - perguntou o senhor da cidade grande.
- Um dólar e onze cêntimos -, respondeu a garotinha bem baixinho. - E não tenho mais nada. Mas posso arranjar mais se for preciso.
- Mas que coincidência! - disse o homem sorrindo. - Um dólar e onze cêntimos! O preço exato de um milagre para irmãozinhos!
Pegando o dinheiro com uma das mãos e segurando com a outra a mão da menininha, ele disse:
- Mostre-me onde você mora, porque quero ver o seu irmão e conhecer os seus pais. Vamos ver se tenho o tipo de milagre que você precisa..
Aquele senhor elegante era o Dr. Carlton Armstrong, um neurocirurgião. A cirurgia foi feita sem ônus para a família, e depois de pouco tempo Andrew teve alta e voltou para casa.
Os pais estavam conversando alegremente sobre todos os acontecimentos que os levaram àquele ponto, quando a mãe disse em voz baixa:
- Aquela operação foi um milagre. Quanto será que custaria?
A garotinha sorriu, pois sabia exatamente o preço: um dólar e onze cêntimos! - Mais a fé de uma criancinha.
Em nossas vidas, nunca sabemos quantos milagres precisaremos.
Um milagre não é o adiamento de uma lei natural, mas a operação de uma lei superior. Sei que você vai passar esta bola pra frente!
Lá vai ela. Jogue de volta para alguém que significa algo para você!
Uma bola é um círculo, sem início, sem fim. Ela nos mantém unidos como nosso Círculo de Amigos. Mas o tesouro interior que você verá é o tesouro da amizade que você me concedeu.
Hoje eu passo a bola da amizade para você.
Passe ela para alguém que seja um amigo seu.
MEU JURAMENTO PARA VOCÊ.
Quando você estiver triste... Vou secar suas lágrimas.
Quando você estiver com medo... Eu lhe darei conforto.
Quando você estiver preocupado... Vou dar-lhe esperança.
Quando você estiver confuso... Vou ajudá-lo a enxergar.
E quando você está perdido... E não pode ver a luz,
Vou ser o seu farol... Brilhando cada vez mais.
Este é o Meu juramento... Prometo até o fim...
Por que? Você pode perguntar... Porque você é Meu amigo.
Assinado: DEUS