sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Uma história mal contada...

Os homens e mulheres da França não têm culpa... Os homens e mulheres da Síria não têm culpa... Os cristãos da Europa não podem ser responsabilizados... Os muçulmanos do mundo não podem ser estigmatizados... Enquanto inocentes eram massacrados por estratégias de guerrilha que enlouqueceram Paris, na sexta, grande parte do Oriente transformou-se num campo minado ou alvo de ataques de potências ocidentais.

Já disse, mas vale a pena repetir: não há uma guerra envolvendo religiosos, mas fanáticos que deturpam o Islamismo, hoje, como deturparam o Cristianismo no passado. Mais, há uma mortífera atividade de produção de armas que nasce no ventre das grandes potências e que não se importa com a opção partidária, a cor da pele, a religião do sangue que corre como fruto dos seus ataques.

Guerras são frutos de estratégias políticas e econômicas, utilizando do fanatismo de pessoas e grupos. Esta mistura, sim, é explosiva. Neste caso, é só seguir o rastro do interesse por petróleo, dólares e euros que ensanguentaram as mãos de algumas das maiores fortunas internacionais.

Ao ver a discussão entre qual é a pior desgraça, se Mariana ou Paris, ou de que cores as redes sociais devem se cobrir em luto, percebe-se o equívoco em que as pessoas entram por questões emocionais: nosso caso é fruto de anos e anos de políticas equivocadas e omissão de todos nós; Paris é um alerta que preocupa a paz mundial.

As redes sociais estão jogando nas casas imagens dos ataques feitos por países como os Estados Unidos e aliados na Síria e adjacências.

Alvos militares foram exterminados, mas também população civil e, até, quem se dispôs a prestar serviços humanitários. Não é uma guerra "cirúrgica" como a mídia internacional reproduziu dos "relises". É um massacre inclemente que levou pessoas a buscarem o rumo da Europa, assim como grande parte da população da Europa buscou abrigo no norte da África e em outros lugares quando sentiu que a 2ª Guerra Mundial chegava às suas fronteiras.

Uma coisa as "autoridades" reconhecem: sabiam que algo iria acontecer. Mas foram incompetentes em barrar a ação dos "terroristas". Tudo ainda é muito recente. É previsível que haja retaliação e que a vida dos migrantes que cercam as fronteiras da Europa se torne pior do que já é. Isto acontecendo, as supostas "autoridades" esquecem que o mal maior que fizeram foi incentivar ditadores de plantão pelo Oriente ou insuflar rebeliões contra governos estabelecidos. Não acolhendo ou dando uma justa destinação para esta gente, é certo que cairão nas garras do Estado Islâmico.

Esta é uma história que precisa ser mais bem contada...

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