Já recebi mensagens de pessoas que leram meus textos em sala de aula, grupos, até em igrejas de diversos credos. Quem escreve sabe que o prazer que se tem está - quando um texto nasce - que crie asas e alcance o coração do leitor. Depois… é o insondável! As experiências são variadas. Mais de uma vez, ao escrever sobre espiritualidade e envelhecimento, amigos leram - pessoalmente ou por telefone - para idosos.
Mas, neste final de ano, faltaram-me palavras quando a mensagem veio de uma jovem para quem a mãe havia lido o texto de Natal! Ambas recebem meus artigos pelo Facebook. Mas a mãe sabia que sua menina - como muitos de nós - tinha dificuldade de viver as festas de final de ano. Queria fazer um gesto de carinho - uma massagem na alma - ajudando a filha, tornando menos pesado a perda e a ausência.

As perdas vividas e não esperadas... As perdas anunciadas e não concretizadas... O fato de se seguir rumos diferentes… Tudo deixa marcas e saudades. Porque o passar dos anos nos faz mais experientes, mas a experiência - algumas vezes - tem um gosto amargo do tempo passado inutilmente e até desperdiçado.
Há muitas desculpas para se postergar um momento para acarinhar alguém: um chimarrão (não é verdade, Charles e Gilvan?), o convite para um lanche surpresa, o reencontro com amigos já amados (promessa feita, Maria Clara), um passeio despreocupado ou pura e simplesmente “gastar” um tempo com alguém…
Afinal, se 2017 já foi é hora de escrever o roteiro para 2018. Não existe um jeito de fazer o tempo passar mais devagar, mas há muitas formas de sorver a vida junto daqueles que ainda se ama. Momentos de ternura são o combustível que ajudam a suportar a dor… a perda… e as ausências!
Quando se sentir cansado, esqueça as grandes decisões para 2018. Partilhe um momento em que o sentido escorrega pelas palavras e toma conta de todo o seu ser através do silêncio. Abençoado 2018. Muitos “silêncios” envolvam de ternura o seu coração!