sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Saúde pública: reze para entrar, torça para sair.

Uma das manchetes de jornal de Porto Alegre, de hoje, (sexta – 14) é: “SUS perdeu quase 42 mil leitos nos últimos sete anos, indica estudo. Entre as especialidades mais atingidas estão psiquiatria e pediatria”. Não há como, olhando para estes dados, lembrar da situação do agricultor que morreu, depois de percorrer mais de mil quilômetros em busca de tratamento médico.
O sofrimento começou quando tropeçou em um fio de arame e causou um ferimento, no interior de Cachoeira do Sul. Estava iniciado o seu infortúnio: atendido no Pronto Socorro, não havia recursos adequados, teve que recorrer a Bagé, onde a situação se complicou e voltou a Cachoeira, somente tendo que fazer um exame em Santa Cruz do Sul, a 300 quilômetros. De volta à cidade de origem, não resistiu a uma cirurgia que lhe amputaria a perna.
Em tempo de campanha eleitoral, olhar para as propagandas dos candidatos, em todos os municípios, cheira a desrespeito e mesmo a deboche: todos têm pronta a receita para qualificar a saúde, fazendo delas algo como “nunca aconteceu neste país”.
Infelizmente, todos eles já foram candidatos e já apoiaram candidatos que, em outras eleições, prometeram o mesmo e não cumpriram, ou fizeram muito pouco para transformar esta realidade.
Infelizmente, hoje, do posto de saúde, passando pelas unidades de pronto atendimento, até chegar ao pronto socorro, os problemas vão se acumulando, com a falta de profissionais, de especialistas, de recursos e de vontade política.
A saga de Almedorino Élcio da Silva é a saga do brasileiro que depende do SUS (mas também, hoje, não é muito diferente daqueles que dependem da iniciativa privada): rezam para entrar, mas não sabem se vão sair.

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