Meu mundo não tem porta
E a porteira não tem cadeado.
A chegada é apenas por um caminho.
Verás uma ponte sobre um riacho de águas rasas.
Não tenhas medo, sequer estanques os teus passos.
Basta entregar as rédeas do andar ao teu coração.
Restará apenas cerrar os olhos,
Sentir e te deixar levar pela brisa do fim da tarde.
Ao atravessar o que parecerá um pequeno espaço,
Haverá um altar para nele depositar uma flor.
Ali deixarás teus medos, angústias, pesadelos.
No entanto, não te desvencilha dos sonhos, das esperanças,
Especialmente, dos afetos conquistados.
Recolhe a bandana que uma ninfa te entregar.
Podes colocá-la sobre a testa.
Está escrito: Aqui encontras a paz!
Quando atravessares a ponte,
Segue qualquer um dos caminhos.
Todos te levam ao meu encontro.
Será um momento de sorrisos e olhares,
De carinhos travessos e abraços apertados.
As palavras e as mágoas ficaram na outra margem.
No silêncio em que apenas a brisa murmura encantamentos.
Finalmente poderemos deixar que o pôr do sol siga seu rito
E que as estrelas nos encontrem embevecidos pelo entardecer.
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