sábado, 29 de outubro de 2011

Uma leitura enganosa

Embora haja controvérsias, nos próximos dias, a população mundial deve chegar a um número que, se não é assustador, é, ao menos preocupantes: sete bilhões de seres humanos sobre a face da Terra. Diversas leituras podem ser feitas num planeta onde, embora não exista a falta de alimentos, a sua distribuição é profundamente injusta, mostrando uma das mazelas da relação entre os diversos mundos que se estabeleceram, dos chamados desenvolvidos, até aqueles que ficam literalmente na periferia.
Uma população preponderantemente jovem mostra que, em pouco tempo, teremos também uma população de aposentados em grande número. A leitura enganosa fica por conta de dizerem que a questão previdenciária se torna, praticamente, insanável. Que estranho. Esta população que se encaminha para a aposentadoria, levou 30 anos para ter este direito (entre as mulheres), ou 35 (entre os homens). Pior ainda, em muitos casos, se não alcançou o tempo necessário, vai ter que chegar aos 60 anos (mulheres), ou 65 (caso dos homens).
Nem discuto, aqui, os benefícios concedidos a diversos segmentos da população por parte de um governo que não planejou estes gastos, mas que deseja usufruir de um ganho político. Mas discuto, sim, a má gestão que não foi feita pelos possíveis aposentados, mas pelas esferas governamentais.
Vamos combinar que se alguém foi imprevidente, não foi a sociedade, e, ao que tudo indica, os cofres estão em boa situação - mesmo que o governo diga o contrário - mas quer se prevenir para o futuro, com medo de uma frágil arquitetura financeira que, se desmoronar, leva toda a máquina governamental junto.
Estamos vivendo um problema sério. Muitos querem se aposentar para se livrar do stress de muitas atividades profissionais. Querem encontrar algo alternativo para fazer na terceira etapa de suas vidas. É um direito que adquiriram pois cumpriram com a sua parte e, o que ao menos esperam, é que o governo tenha a dignidade de honrar com a parte que lhe toca. Sem desculpas, sem escapatórias, fazendo aquilo que se espera de um governo: antes de pensar no financeiro, realize o sonho de quem plantou durante toda uma vida.

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