domingo, 15 de junho de 2025

Simplesmente assim: Morrer

Não é a finitude que angustia, mas, sim, a dor.

Envelhecer é o caminho em que se outona a vida,

Quando as folhas secam, tombam e nutrem a terra.

No tempo em que as ausências são mais sentidas,

A finitude afronta e cria a consciência de que

Se dissolvem os derradeiros rastros que ficaram no amor.

Tem-se um dia para morrer e todos os outros para viver, 

Ao se perceber que o fim se torna o espelho 

Em que somos apresentados à solidão.


O desejo de aceitar um bem maior: a própria vida,

Pois ao querer mudar o Mundo, aprende-se que, antes,

É necessário mudar a si mesmo.

O jeito de perceber que as transformações 

São feitas ao sabor da brisa... E não dos ventos.

Iniciam, exatamente, quando se ressignifica 

A capacidade de acolher e cuidar de quem se ama.

O próximo que não cabe em discursos, mas, sim, 

Num abraço em que se alcançam as presenças…

E se acalentam as ausências!


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