terça-feira, 3 de junho de 2025

Eu, a garça e a dança do pescoço reto…

 Artigo da semana:

Antigamente (meu tempo), quando alguém aparecia com o pescoço se projetando para a frente, falava-se no mau costume da leitura, costura ou atividade que exigisse muita atenção. Era, como hoje, um jeito viciado de se comportar. Que, infelizmente, está aparecendo nos jovens cada vez mais cedo. Pelo acesso excessivo de telas, especialmente de celulares, mas também de tablets e computadores em alturas que exigem dobrar o pescoço e o rebaixamento da cabeça.

Recentemente percebi isto em jovens que saem de uma cancha de futebol em frente da minha casa. A primeira coisa que fazem é retirar seus celulares das mochilas e caminharem consultando mensagens. Impressiona como aumentou o número daqueles que tem esta postura viciada. O "pescoço de texto", ou "anteriorização da cabeça", como tratam os especialistas, é a porta para muitos problemas. Sobrecarrega os músculos e a coluna cervical, causando dores, rigidez e, até mesmo, a síndrome do pescoço reto.

Quando percebi que fazia isto, tentei corrigir, não somente policiando a postura, mas incluindo exercícios apropriados. O engraçado é que "torcido o pepino" até inconscientemente se repete o mesmo vício. Num vídeo que gravaram da minha participação no encontro da Pastoral da Juventude em Bagé, houve um momento de música em que dei uns passinhos de dança. O ridículo dos ridículos! Podia ser tudo, menos dança. Com o pescoço torto, parecia mais uma garça tonta, ou bêbada.

Já vinha reparando nas fotos e vídeos que faziam de encontros ou palestras dos quais participava. Busquei orientação e me disseram o óbvio: a má postura cervical, o longo tempo passado em leituras de forma desleixada ou trabalho em equipamentos que faziam encurvar para a frente judiaram a postura. Vencê-los exige persistência e cuidado, pois o que aparentemente não causa problemas agora se transforma em algo bem sério na fase adulta e, especialmente, no envelhecimento. Dois exercícios básicos me auxiliam.

Em tese, sabe-se que os problemas de hoje têm origem na educação. O que muitas vezes não se sabe é o que fazer. É assim no comportamento físico dos jovens. O desleixo ao sentar e caminhar são maus hábitos. Usar eletrônicos corretamente, fortalecer a musculatura, pedir apoio de pessoas mais próximas para ser alertado e, em casos extremos, a ajuda de um profissional, que pode ser um fisioterapeuta ou ortopedista. Sem isto, é bom se acostumar com as dores e desconfortos. E evitar fotografias e filmagens…


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