terça-feira, 17 de junho de 2025

Abstinência do uso de eletrônicos

Artigo da semana:

Recentemente, li postagem de um casal que resolveu deixar o celular guardado em casa quando jantou fora. Diziam que, no início, foi difícil, pois, ao sentarem para fazer o pedido, ficavam colocando a mão no bolso/na bolsa para conferir mensagens. Depois de algum tempo, a conversa fluiu, pois não havia interrupção com “alertas” ou toques desnecessários. Após a comida, passaram um bom tempo passeando e conversando. Ao chegar em casa e conferir o telefone, viram que havia algumas mensagens, mas nenhuma delas que fossem urgentes.

Ao discutir o uso de novas tecnologias, especialmente as redes sociais, tenho que confessar minha dependência com os eletrônicos. Na maior parte das vezes em que saio de casa, carrego o celular comigo. Não pelas mensagens ou ligações, mas porque se transformou no meu “player”. Selecionei cerca de 160 músicas, especialmente das décadas de 70 e 80. Coloco meus fones de ouvido e faço a caminhada ou ando pelas ruas, comércio e serviços com a minha trilha musical de fundo.

A dependência dos recursos eletrônicos leva a sermos desrespeitosos em situações como a sala de aula em que alunos mantêm o celular ao lado dos cadernos e dos livros. O motivo é dar uma “frestiadinha” ocasionalmente, para ver se existe alguma “emergência”. Infelizmente, é o motivo de distração para quem usa o aparelho, quem está no entorno e deixa o professor ou palestrante com a sensação de que não está agradando… os resultados das restrições impostas ao seu uso em sala de aula e ambientes escolares mostrou uma redobrada atenção e intensificou o convívio social.

Também há o caso de uma vizinha e amiga que fez o que faz a maioria das pessoas: após adquirir o celular, abriu mão do telefone fixo. Só que tem um detalhe: no caso, não carrega o aparelho com ela. Somente atende em casa. Os conhecidos já sabem as “manias" e se programam para ligar no horário do almoço ou à noite, quando se preparam para um bom papo. E nem pensa em usar o WhatsApp. Não tem. Diz que não sabe usar e prefere falar ao vivo, ir até a casa das pessoas amigas ou vizinhos.

Tento e falo a respeito da necessidade de se fazer abstinência do uso de eletrônicos. Caminhar “sem rumo e sem destino”, apenas ouvindo o som das ruas, muitas vezes pode ser construir espaços de sanidade mental. Prescindir do celular em sala de aula, na mesa de refeições, quando se está em família ou comunidade, oportuniza uma convivência mais saudável e necessária para desintoxicar o organismo, a mente e o próprio coração… (Imagem gerada pela IA Gemini)


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