sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Sou grato por não desistires de me amar

Quando chegar a hora da partida,

Não faz uma longa despedida.

Mesmo dizendo um adeus,

Que seja apenas para assegurar

Que ainda vais esperar por mim.

Me acompanha com o olhar 

Enquanto me perco numa curva da estrada.


Esquece as muitas palavras ditas.

Prefiro guardar no corpo o afago do teu abraço.

Pode passar muito tempo e, mesmo assim,

cada parte do meu ser vai lembrar do teu calor.

Perdão, se seguir meu destino é inevitável.

Mesmo que se deixe uma possibilidade

De retornar ao lugar de origem.


Quantas vezes teu olhar simplesmente sorriu

Ao ver minha agonia por desbravar outros rumos,

Crendo que a felicidade estava em outras fronteiras,

Havendo quem estivesse à minha espera

Para novas e grandes descobertas.

Queria ampliar horizontes, 

Saindo do que julguei insignificante, 

Diante de todas as possibilidades imaginárias.


Voltar é a oportunidade de rever o próprio caminho.

Refazer a trilha não é realizar o mesmo,

Mas ressignificar perdas e desencontros.

Somente quando segurei tua mão, na hora da partida,

Entendi que nunca havias desistido de mim.

De que eras minha bússola, meu norte,

Com quem podia partilhar meu destino,

A âncora dos meus sonhos e devaneios.


Tua entrega silenciosa me fez perceber que,

De alguma forma, nunca desististe de mim.

Eu que não entendi o jeito como querias

Cuidar de alguém que não te dava atenção.

Quando voltar à tua porta e te pedir perdão,

Sei que vais, como sempre, me abraçar em silêncio

E repetir o que somente agora entendi: “Te amo!”

Sou grato por não desistires de me amar!


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