Quando chegar a hora da partida,
Não faz uma longa despedida.
Mesmo dizendo um adeus,
Que seja apenas para assegurar
Que ainda vais esperar por mim.
Me acompanha com o olhar
Enquanto me perco numa curva da estrada.
Prefiro guardar no corpo o afago do teu abraço.
Pode passar muito tempo e, mesmo assim,
cada parte do meu ser vai lembrar do teu calor.
Perdão, se seguir meu destino é inevitável.
Mesmo que se deixe uma possibilidade
De retornar ao lugar de origem.
Quantas vezes teu olhar simplesmente sorriu
Ao ver minha agonia por desbravar outros rumos,
Crendo que a felicidade estava em outras fronteiras,
Havendo quem estivesse à minha espera
Para novas e grandes descobertas.
Queria ampliar horizontes,
Saindo do que julguei insignificante,
Diante de todas as possibilidades imaginárias.
Voltar é a oportunidade de rever o próprio caminho.
Refazer a trilha não é realizar o mesmo,
Mas ressignificar perdas e desencontros.
Somente quando segurei tua mão, na hora da partida,
Entendi que nunca havias desistido de mim.
De que eras minha bússola, meu norte,
Com quem podia partilhar meu destino,
A âncora dos meus sonhos e devaneios.
Tua entrega silenciosa me fez perceber que,
De alguma forma, nunca desististe de mim.
Eu que não entendi o jeito como querias
Cuidar de alguém que não te dava atenção.
Quando voltar à tua porta e te pedir perdão,
Sei que vais, como sempre, me abraçar em silêncio
E repetir o que somente agora entendi: “Te amo!”
Sou grato por não desistires de me amar!