sexta-feira, 8 de novembro de 2024

A distância entre dois corações...

Qual distância separa dois corações?

Quando a vida toma outro rumo e sentido?

Ou que a gente se perde no curso e no destino?

Os afastamentos não

Se medem em metros ou quilômetros.

São os que afastam as pessoas

Ao perderam a oportunidade do encontro

Por mal entendidos, receios, timidez…

 

É o olhar que ainda não compreendeu

O quanto de ternura cabe num sorriso.

Leva-se toda uma vida para entender que

Não existem encontros perfeitos, 

Mas encontros possíveis.

Precisa-se de tempo, disponibilidade e

Abrir o coração para acolher as contingências

Do que se tem receio de arriscar. 

 

Arriscar é a regra que afasta

Quem se acomodou na vida

De quem aceita os perigos,

Com marcas na pele,

Podendo ser dos anos ou das feridas,

Testemunhando

As vezes em que não deu certo e,

No entanto, sempre acreditou

Que valia a pena tentar uma vez...

E, novamente, se preciso fosse!

 

O ocaso é sempre o tempo de aceitar

O destino que se traçou e auscultar as mãos.

Comprovam que as rugas e os lanhados

São as páginas que contam a própria história.

Com momentos felizes, também

De tristezas e muitas expectativas.

Ali, cada letra, cada palavra, cada linha

Testemunham o gosto do que se chama viver.

 

Ao passar o tempo,

A cumplicidade compartilhada

Na proximidade entre dois corações

Desacelera,

Tornando vívida a necessidade

De receber (e dar) apenas afago e carinho.

O doce sentir de alguém que estende a mão e

Anuncia a finitude como um caminho

Que não se precisa percorrer sozinho…


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