Quando a vida toma outro rumo e sentido?
Ou que a gente se perde no curso e no destino?
Os afastamentos não
Se medem em metros ou quilômetros.
São os que afastam as pessoas
Ao perderam a oportunidade do encontro
Por mal entendidos, receios, timidez…
É o olhar que ainda não compreendeu
O quanto de ternura cabe num sorriso.
Leva-se toda uma vida para entender que
Não existem encontros perfeitos,
Mas encontros possíveis.
Precisa-se de tempo, disponibilidade e
Abrir o coração para acolher as contingências
Do que se tem receio de arriscar.
Arriscar é a regra que afasta
Quem se acomodou na vida
De quem aceita os perigos,
Com marcas na pele,
Podendo ser dos anos ou das feridas,
Testemunhando
As vezes em que não deu certo e,
No entanto, sempre acreditou
Que valia a pena tentar uma vez...
E, novamente, se preciso fosse!
O ocaso é sempre o tempo de aceitar
O destino que se traçou e auscultar as mãos.
Comprovam que as rugas e os lanhados
São as páginas que contam a própria história.
Com momentos felizes, também
De tristezas e muitas expectativas.
Ali, cada letra, cada palavra, cada linha
Testemunham o gosto do que se chama viver.
Ao passar o tempo,
A cumplicidade compartilhada
Na proximidade entre dois corações
Desacelera,
Tornando vívida a necessidade
De receber (e dar) apenas afago e carinho.
O doce sentir de alguém que estende a mão e
Anuncia a finitude como um caminho
Que não se precisa percorrer sozinho…
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