domingo, 24 de abril de 2011

Não partas com a chuva


Cada pingo da chuva que cai,
cada parte da música que toca,
o vento que brinca em minha janela.

Já não me alegram mais.
São velhos tempos, velhos dias,
como me diz a música,
tempos em que ouvíamos juntos
a sinfonia dos pingos na janela,
as músicas especiais para dois,
o vento que teimava em brincar com teus cabelos.

E cada vez que um destes pequenos milagres acontecia,
ficavas distante,
silenciosamente dentro de ti.
Em meu desespero, procurava ir ao teu encontro.
Não havia tempo suficiente,
já estavas voltando,
sorrindo,
quebrando com a minha angústia.

Será que hoje, onde quer que estejas,
ouves a chuva, a música, o vento?
E se ouves, lembras de mim?

Porque, por detrás da chuva,
da música e do vento,
vejo teus olhos distantes,
implorando que eu vá ao teu encontro,
mesmo que nunca tenhas me permitido
chegar aonde te recolhias
em teus pensamentos.

Ei de te encontrar,
trazida pela chuva e pelo vento,
com a música que dizias ser de nós dois.
E não te deixarei mais partir,
nem para dentro de ti mesma.

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