domingo, 10 de abril de 2011

Flagrei-te


Flagrei-te com o olhar
perdido lá onde o mar
completa a moldura do céu.

Não pude decifrar
o que os traços de teu rosto
diziam.

Havia dor?
Teu rosto se contraia.
Havia saudade?
Uma serenidade encantada.
Havia uma doce lembrança?
Todo o teu ser transpirava
a sede de um encontro.

Só pude ser solidário
com teu silêncio.

E também perdi meu olhar
imaginando
que o mar e o céu
haviam tomado teu corpo:
fazias parte de um todo,
mar, céu e um rosto silencioso.

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