Quando a gente se envolve,
Resta apenas o dedilhar
Das cordas de um violão;
A mão que afaga e
Desliza por sobre o teclado;
O sopro que insufla a flauta,
Fluindo do espírito que alça voo.
Acordes são mapas da magia
Que provocam alcançar a plenitude.
Revestidos de palavras,
Tentam fazer o que é improvável:
Encorpar as notas com significados,
Na essência do que
Se liberta da própria partitura.
A trilha sonora que afina mentes e corações.
O âmago da canção bate
Diretamente na porta da alma.
Quando a voz lhe faz companhia
É o aconchego, o abraço do etéreo...
A plenitude da música está em quem
A conduz, superando o instrumento,
Interagindo com o espírito.
Apenas um toque, apenas uma canção.
O enlevo que afasta da realidade
Para percorrer os caminhos em que
O silêncio é espaço privilegiado.
A parte da música que provoca o coração.
Quem a cultiva
Rega a pauta com as notas de onde se
Depreende o suspiro do Universo.
A toada que supera a concretude
De um momento ou de uma dor.
O arranjo que brinca repetidamente nos lábios.
Memórias assobiadas no gosto
Das lembranças que o tempo escondeu.
Bálsamo e perfume.
O sentido de não desistir
E reger o próprio destino…
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