Após vagar solitária, como um cometa errante.
Procura por abrigo,
Nas andanças e desesperanças da vida.
Deseja a réstia de luz de uma estrela norteadora
que ilumine os rumos do seu destino.
A estrada é sua sina,
Onde se abrem as gavetas das recordações.
As estátuas que se fazem têm a pretensão
de carregar um pouco de todas as vivências.
Não é apenas homenagem
E, sim, o indicativo de um gesto marcante,
Alertando e vislumbrando rumos.
Todo e qualquer monumento
É o sonho de aportar em algum lugar de
onde se contemple a Eternidade.
Mas é na carne que os sentimentos
Manifestam a pretensão de ter o
suficiente para não desperdiçar a vida.
A pele formiga no desejo de que,
Depois do descanso, ainda se possa vagar.
Quando o tempo pergunta se já se pode parar,
Possivelmente, até o corpo diga que sim,
No entanto, certamente, o espírito dirá que não.
Com o passar dos anos,
Rompem-se relações com espelhos e fotografias.
Elas já não são fiéis ao que a alma idealiza.
Mesmo antes do derradeiro suspiro, se mira
A porta, em busca do Sol,
Que aqueça a jornada definitiva.
Na chegada ao portal da Eternidade,
Encontra-se o sentido para não desistir de amar.
É quando se alcança a liberdade do sonho pleno.
A infidelidade da imagem
É a mãe Natureza brincando com nossos corpos.
Sem que o espírito desista,
Dourar ou perder os cabelos é praticar
A arte de viver intensamente.
Morrer se morre em todas as idades.
Envelhecer é lutar para ainda ser feliz!
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