domingo, 1 de setembro de 2024

Os “estrangeiros” da minha rua

 

Minha rua guarda ecos de tempos perdidos.

Passaram-se os anos e testemunhei

Muitas partidas e outras tantas despedidas.

Poucos ficaram, muitos não voltaram.

No entanto, mesmo com tudo mudado,

Ali se definiram rumos,

Percursos com marcas nas lembranças.

 

Vivências fixadas nos meandros das memórias,

Voltando para não esquecer do passado.

Nas pedras e no asfalto,

Que substituíram a terra e as valas,

Há um resquício de risos, crianças brincando,

Gemidos de idosos,

O olhar esperançoso de jovens e adultos…

 

Para um passante desavisado,

Parece apenas um corredor de carros ou de 

Pessoas refugiando-se em seus pequenos mundos,

Transitando na ida ou na volta do trabalho.

Os lugares que eram esconderijos e

Campinhos de futebol ou de taco

Foram ocupados por condomínios.

Os novos moradores já não têm

As mesmas memórias.

Tristemente, perderam suas referências.


Os “estrangeiros” da minha rua

Veem na vila apenas um dormitório,

Não é local marcante nas suas histórias,

Onde se abrigam raízes.

Homens e mulheres que

Fazem das casas um refúgio da solidão,

O existir com pouco ou nenhum sentido…

Quem passa pela vila, 

Talvez o faça com indiferença.

Não compartilhou momentos

Com quem conviveu e luta para não esquecer.


O que dá sentido à minha rua é que,

Mesmo comparada com muitas outras,

Sua diferença está em ser nela que 

Turbinamos as mentes e os corações.

O tempo para enfrentar lugares e destinos diversos,

Onde apenas os sonhos conseguiram encantar

O que ansiávamos que se tornasse realidade…

Nenhum comentário: