sexta-feira, 30 de setembro de 2022

A morte da música, a morte do sonho...

A ausência da música não é apenas a presença do silêncio,

É ingrediente que potencializa a dor.

Para quem julga que a melodia não importa,

Seus amantes afirmam que, sem ela, existir se torna insosso,

Perde o sabor, o seu real sentido.

É um bom tempero, que não precisa ser notado,

Ao contrário, sem ser percebido, torna tudo diferente.

 

Este é o motivo para você gingar

Quando seu corpo alquebrado exigir

Um esforço ainda maior para ficar em pé.

Transforme em canção a melodia que

O vento murmura acarinhando seus cabelos.

No silêncio de um longo caminho de tristezas,

Assobie enquanto uma lágrima insiste em rolar

E transformar sua face numa pauta

Em que cada traço clama por um acorde...

 

Encontre a trilha sonora da sua vida.

Afinado ou desafinado, a canção é sua.

E ao cantar, deixe que seu corpo cante junto,

Que seus olhos brilhem regados

Por um instante em que o palco é seu,

Os holofotes lhe colocam em cena

E o seu sorriso marca o compasso dos seus sonhos...

 

Na sua vida, você é a estrela principal.

Não é egoísmo, não é maldade,

Há espaço para que abrigue todos os seus amores,

Mas existem momentos em que apenas você

Pode sussurrar a canção que revolve o passado

E devolve a certeza de que quer e merece viver!

 

Existe a melodia que grudou e não lhe sai da cabeça,

A que doeu no peito pelas muitas recordações.

Aquela que lhe fez mais próximo de alguém.

Então, baile, baile no ritmo que lhe for possível.

É indiferente se já não tiver a leveza da juventude,

O importante é não esquecer do prazer

Que os embalos da vida já lhe proporcionaram.

 

Ouça a música nos seus mais doces devaneios,

Dance embalado pelo encanto da sua imaginação,

Se a vida é quimera, não desista das suas fantasias.

Ao morrer a utopia, a música também perde o sentido

E, dolorosamente, definha os horizontes da própria vida!

Um comentário:

O Sentido das Letras disse...

"Lendo" você, senti saudades de um tempo tão doce, cheio de esperanças, expectativas e sonhos. Lembrei da Empório, do Brod, Minduim e de um mundo que eu desenhava cheio de cores.
Abraços colega querido. Suas palavras são lindas e sensíveis.

Mariza