sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Foi a lua quem disse...

O silêncio da noite aumenta o tormento da incerteza.

Caminhar sem rumo, até onde desaparecem

As luzes da cidade e resta o brilho das estrelas.

A solidão é compartilhada com a Lua

Que, no seu brilho gélido, oferece abrigo e conforto.

 

É um caminho para encontrar solidariedade,

O lugar da confidência.

Uma necessidade humana da qual os Anjos

Se utilizam para amenizar dores e a solidão...

Transforma-se em cumplicidade.

E também em confiança.

Transita pelo lugar onde duas almas

Encontram sintonia,

Num sentimento próximo ao divino.

 

Um Anjo sussurrou ao ouvido de Deus

Ser um jeito humano de suportar

Segredos revelados ou insinuados.

Assumindo proporções em que se precisa

De um ombro acolhedor.

É uma porta entreaberta permitindo

Acalentar o desejo de que, até na loucura,

Se encontre alguém para compartilhar

Incertezas e agonias.

 

A confidência nasce ao abrigo da alma.

Permite a quem não abre mão

Dos seus sonhos rasgar a tormenta,

Ultrapassar barreiras e sorver as gotas da chuva

Acariciando um corpo cansado,

Sem se deixar abater.

Seu sentido está num tênue filete de vida

Insistindo - e nunca desistindo - de se redescobrir.

 

Se por acaso, numa noite fria e serena,

A Lua lhe fizer confidências, acredite.

A Lua não é apenas e tão somente dos namorados,

Mas daqueles que aprendem a mirar os céus

E encontrar as estrelas, por sobre as nuvens,

Sem deixar de tremeluzir no firmamento

Porque se aproxima uma tempestade.

 

A esperança que viceja na magia do eterno silêncio,

Por caminhos onde se descobrem marcas da própria vida.

Nas confidências feitas aos Anjos ou à Lua,

Quando a escuridão tem gosto de aurora,

Despertando os primeiros raios de sol no amanhecer...

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