segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Manoel Jesus palestra na Unijuí

O professor Manoel Jesus recebeu convite da diretora do Curso de Fisioterapia da Universidade de Ijuí (Unijuí), professora Simone Eickhoff Bigolin, para ministrar a aula de abertura das atividades de 2009, quando o curso alcança dez anos.
Manoel Jesus, professor de Comunicação da UCPel, falará, no dia 12 de março, às 19 horas, sobre “Comunicação e vida”, abordando os processos de interação entre paciente e fisioterapeuta.
“Meu contato com grupos de pessoas na terceira idade aponta para a necessidade de redimensionar a relação da sociedade com este segmento”, dizendo que levará para Ijuí experiências realizadas na Universidade Católica - Centro de Extensão em Atenção à Terceira Idade e Voltando à Sala de Aula – assim como no Serviço Social do Comércio.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Um olhar sem futuro

Foram muitas as matérias a respeito de crianças, na semana passada, culminando como seu dia. Diversas iniciativas positivas, incentivando valores e referências naqueles que não podem ser vistos apenas como “o futuro”, mas precisam ser trabalhados como um dos mais preciosos bens que temos no presente.
No entanto, depoimentos vindos de duas fontes preocupam: pais que não conseguem dar alimentação suficiente aos filhos em casa e crianças que não têm a merenda necessária nas escolas. No primeiro caso, o olhar entristecido dos que dizem comer até terra quando sentem fome. E pais desesperados porque já sabem que não têm como providenciar alimento para o dia seguinte. Por outro lado, professores e diretores denunciam a falta de recursos para merenda, em muitas circunstâncias, a refeição mais substancial que as crianças recebem ao longo de todo um dia.
O primeiro caso leva à subnutrição, com seqüelas para toda a vida, como foi mostrado em reportagem na qual um garoto, com dez anos, não sabe contar, ler ou entender um texto. O segundo causa problemas de atenção em crianças e jovens, que dormem durante as aulas, por não estarem alimentados. Educadores dizem que elas chegam entusiasmadas porque vão iniciar o turno pelo alimento e a decepção visível quando se vêem privadas da refeição.
A responsabilidade legal é dos pais. Até creio que lhes cabe uma grande parte, mas não só. Uma parcela significativa é das autoridades públicas e da própria sociedade, que se omite em dar o devido acompanhamento. É interessante que se estabeleçam bolsas para famílias em situação de carência. No entanto, isto não é suficiente se não existirem programas que as livrem da mais trágica das misérias: a cultural. Em muitos casos, os recursos são recebidos e destinados para outros fins. Não se transformam em alimento.
Sabemos que responsabilizar legalmente apenas os pais, em situação de carência, não é suficiente. Então, é preciso a ação do estado tomando as devidas providências para que estas crianças não sejam privadas - em casa ou na escola - do sustento necessário que lhes dê condições de sonhar com um futuro.
O momento é difícil em todos os sentidos. Mas há alguns casos em que a urgência é assustadora: ou nos responsabilizamos por elas, juntamente com seus pais, e se tomam atitudes corajosas e oportunas, ou teremos um desfile de mortos vivos, sem perspectivas e sem futuro.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Minha identidade

Semana passada, encontrei um amigo advogado que foi logo dizendo: “leio teus artigos, apesar dos teus ataques católicos, algumas vezes”. Não tivemos muito tempo para conversar, mas fiquei matutando a respeito e tive que sorrir da resposta que pensei em dar: minha formação é cristã, conseqüentemente, humanista, e tento fazer das minhas reflexões registros desta influência. Assumi como missão, no dizer do documento de Aparecida, resultado da assembléia dos bispos da Igreja Católica, de 2007, ser “um homem da Igreja no coração do Mundo e um homem do Mundo no coração da Igreja”.
Talvez as pessoas achem fácil dizer que não sofrem influência de sua formação para expressar alguma idéia, especialmente nestes espaços em que atuamos como formadores de opinião. Enganam-se, pois não há neutralidade ao se fazer algum tipo de análise, ou mesmo ao expressar uma opinião, porque selecionamos argumentos, em detrimento de outros, que terão a marca da nossa identidade, dos nossos valores e referências.
Quando falamos no papel do leigo ligado a alguma igreja na sociedade, fica claro que não somos “miniaturas de padres”, “miniaturas de ministros”, “miniaturas de religiosos”. Somos leigos, com o papel de influenciar positivamente em todas as relações humanas, onde se encontra a política, a administração, o ensino, a saúde, etc.
Existem os que desejam conhecer a nossa opinião, mas, também, por interesses próprios ou de grupos, os que esperam que voltemos para a sacristia, onde tratemos apenas de assuntos ligados à própria igreja ou ao assistencialismo. Mesmo que hoje não sejamos maioria – e talvez por este motivo mesmo - um homem ou uma mulher de religião consciente não pode se omitir de se expressar, bem pelo contrário, sem sua ação, mediante o testemunho, não há sentido em querer assumir-se como cristão. O pressuposto de que algumas atividades – em especial a política – estão contaminadas é uma bela desculpa para o maior de todos os pecados: a omissão.
Não tenho muita certeza se sou um bom sinal cristão no Mundo, mas o importante é que não me omito. Em cada artigo, comentário, palestra, tento deixar uma marca desta caminhada. E percebo a energia positiva vindo de crianças, jovens, adultos, idosos, portadores da síndrome de down, em suma, gente, que alinha a minha caminhada e reforça o sentido das minhas opções. Não vejo muita alternativa: é preciso testemunhar com os instrumentos que Deus me deu, o que faz parte da minha própria identidade.

domingo, 21 de setembro de 2008

Perdi uma lição

Uma das máximas da teoria de mercado, pregada pelo Capitalismo, diz que a ele cabe resolver seus próprios problemas. Portanto, é indevida a intervenção do estado, que pode até resolver alguns em curto prazo, mas causaria maiores a médio e longo prazo. As economias do Mundo – em maior ou menor grau – dobraram-se a esta cartilha e o presidente Lula, antes de assumir seu primeiro mandato, elaborou um documento dizendo que rezava conforme os seus mandamentos.
Pois foi com surpresa que, na semana passada, ouvi os mesmos economistas - pregadores da liberdade do capital gestar seu destino - aplaudir a intervenção do Banco Central, especialmente dos Estados Unidos e da Europa, na economia. Fiquei pasmo. Mas continuei acreditando que devo ter entendido algo errado.
Durante muitos anos, esta conversa sempre girou em torno dos mesmos temas: a sociedade ser filantrópica, até pode, o que não pode é institucionalizar políticas sociais de governo para a área, porque então passa a ser uma intervenção na economia, conseqüentemente, uma ação indevida.
Passados alguns anos, quando o mercado dá-se conta de que o precipício está se abrindo a seus pés, “corajosamente” resolveu apelar para que os governos sejam sensíveis e salvem a sua lavoura, já que, do outro lado, a das políticas sociais de governo, andava e anda a míngua.
E, por favor, não diga que você não entende nem quer entender de economia. Mesmo o governo afirmando que estas trovoadas somente vão causar tormentas acima do Equador e do outro lado do Atlântico, isto é meia verdade. Oscilações do dólar, por exemplo, influenciam desde o preço do pãozinho nosso de cada dia até a passagem de ônibus (com um “ajuste” no preço de combustíveis dos quais, já aprendemos, somos auto-suficientes, mas que, estranhamente, acabam nos afetando).
Tenho batido na tecla de que o Brasil é rico, o brasileiro é que é pobre. Embora alguns índices já demonstrem melhorias, não é o suficiente para não termos mais crianças morrendo de fome, nem pessoas vivendo em situação de miséria absoluta, perdendo toda a perspectiva de vida ou tomando outras que mutilam ainda mais a sua existência.
Viver em função do mercado é um erro, pois perdemos o foco na pessoa. Em qualquer sistema, priorize-se o cidadão, busque-se resolver os seus problemas, sem promessas de paraísos impossíveis. Não há sentido em, depois, ter que desmentir a própria teoria. Ou será que fui eu que perdi a lição?

sábado, 30 de agosto de 2008

Partilho com vocês

Manoel Jesus recebe o Troféu Guerreiro 2008

O jornal Eco do Vale, de Bento Gonçalves, e a Associação de Escritores de Turismo, Sociedade e Lazer do Rio Grande do Sul enviaram convite ao professor da Universidade Católica, Manoel Jesus, para receber o Troféu Guerreiro 2008, “em reconhecimento à integridade com que sempre procurou nortear sua atuação, seu trabalho, bem como contribuir para o crescimento de sua comunidade e, por extensão, do País.
O prêmio é entregue há mais de 36 anos e a solenidade acontece no dia 27 de setembro, no Salão Windrose, do Ritter Hotel, em Porto Alegre, a partir das 20h30min. A direção do jornal Eco do Vale destaca que a indicação se deu em função de que o professor de Comunicação Social “vive momento especial em sua vida, contribuindo para o engrandecimento de sua comunidade, na causa abraçada, em sua profissão e na sociedade em que vive”.
Manoel Jesus já recebeu três troféus estaduais: Obirici, Guarita e Anita Garibaldi, reconhecendo seu trabalho como professor; em meios de comunicação - rádio, televisão, jornal e internet; palestras em diversos municípios; como formador de opinião, em especial a partir dos 20 jornais que reproduzem seus artigos no Rio Grande do Sul.
Seu site na internet – http://manoeljesus.ucpel.tche.br – chega, em 2009, aos seus dez anos, com a promessa de novidades: “ali estão meus trabalhos, pesquisas, apoio aos alunos, artigos, crônicas e histórias. Mas, no novo ano, aguardem novidades nas áreas de vídeo e de áudio”, conclui.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Contador de história

Alguns autores dizem que um bom jornalista é um bom contador de história. Exageros. Um bom jornalista é também um bom contador de histórias, mas tem mais bala na agulha, porque é capaz de fazer uma boa descrição e uma boa dissertação.
Embora já tenha acreditado que a maior parte das matérias que resultam em reportagens sejam narrativas, acabei vendo, pelo dia a dia, que as matérias descritivas tomaram impulso e são aquelas que se tornam capazes de expressar melhor a nossa realidade.
Na verdade, sabendo que o Jornalismo não é uma ciência exata (para alguns sequer é ciência), também sabemos que os três gêneros não aparecem em seu estado puro: o que há é a predominância de um deles, valendo-se de alguns elementos dos demais.
No entanto, quando converso com meus alunos fico preocupado com o fato de que são poucos aqueles que querem se exercitar contando uma boa história. A maior parte quer partir para a objetividade, que tem maior espaço nas matérias descritivas e dissertativas.
Não tenho nada contra, mas, creio, a perda da força narrativa acaba fazendo com que se perca um pouco do tempero que dá aquele sabor especial a um texto. Perder um pouco de tempo garimpando informações que possam contextualizar e preencher os espaços de uma matéria burocrática acaba fazendo o diferencial para aquele leitor que se sente satisfeito ao final de uma leitura, com o insubstituível sabor de quero mais.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Profissão: jornalista

Periodicamente volta à baila a questão da regulamentação da profissão de jornalista. São muitas as "forças" que gostariam de ver as porteiras abertas da nossa atividade para que qualquer um possa ocupar espaços nos meios de comunicação, falando como se jornalista fosse.
A batalha da regulamentação profissional foi longa e árdua. E ainda passou por um período de adaptação, onde profissionais que vinham de outras áreas, ou haviam se formado na escola da vida, pudessem ter o registro necessário.
Mas este é um tempo que já passou. Do nosso lado, não pedimos para que seja desregulamentada a profissão do advogado, por exemplo, já que poderíamos ser bons de tribunais, tendo capacidade de argumentação e oratória.
Não é o caso. O que defendemos é que se respeite a nossa profissão, assim como respeitamos as demais. Não é, como dizem alguns, "reserva de mercado", pois se um profissional esforçou-se em fazer um curso, percorrer todos os meandros para seu registro, precisa e tem que ser respeitado.
Muitas Escolas de Comunicação estão encabeçando uma luta que é boa. Mas precisamos também ter os profissionais como aliados para que não se turvem mais as águas nas quais já é tão difícil de se nadar.