Artigo da semana:
Costumo terminar conversas, ou quando me despeço, utilizando a expressão “Deus te abençoe”. É, mais do que um hábito, a forma de compartilhar a energia que, na minha visão, se tornou rara atualmente. Por quê? Como peço em sala de aula ou em palestras que não tenham medo de “gastar o sinal da cruz”. Para mim, além de ser sinal potente de religiosidade, é um catalisador de forças positivas. As mesmas energias que se tornaram escassas em serem socializadas…
A prepotência da secularização contribuiu com a polarização que se vive. Embora a definição de que “somos um animal social”, sempre houve propensão ao confronto. Instituições religiosas, na grande maioria, procuram contribuir para um convívio social em que a aceitação do diferente (político, racial, de gênero…) não seja empecilho para harmonizar discrepâncias. A diversidade sempre foi pregada como possibilidade de enriquecimento de um todo.
Questionam-me, seguidamente, sobre grupos fundamentalistas nas religiões que acirram confrontos. Defendo que as chamadas “guerras religiosas”, sempre serviram de desculpas em disputas financeiras, políticas ou mesmo de vaidades. Infelizmente, por serem comunidades humanas, agrupam muitos e diversos interesses que podem ficar, por um tempo, adormecidos. Quando se sentem fortalecidos, transformam ressentimentos em bandeiras de batalhas.Mesmo os “homens de Deus” de todas as religiões, continuam sendo homens. Sujeitos a uma história familiar e social, traumas, dificuldades de relacionamentos, ambições, deformação de caráter. Perde sentido a religião que representam? Em princípio, não. Demonstra quão longo é o caminho de conversão, mesmo para quem está perto de ambientes considerados sagrados. Porém, continuam necessários para quebrar correntes colocadas nas portas do diálogo religioso e social.
“Quem nunca pecou, atire a primeira pedra”. Readquirir confiança na interação e praticar a tolerância. Receita para um diálogo civilizado que permite ao diferente manifestar-se sem que se torne um antagonista. Para pessoas de fé, um “Deus te abençoe” não pode ser negado a quem foi feito “à imagem e semelhança de Deus”. E quando se sente que a energia se esvai, traçar o “sinal da Cruz” é a razão para se convencer de que a humanidade ainda merece uma nova chance…
(Imagem gerada pela IA Gemini. Áudio e vídeo em https://youtu.be/Nh211RaKy0Q)
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