Artigo da semana:
No debate sobre inteligência artificial, uma das discussões mais importantes é sobre o papel que se atribui ao educador. Ele precisa deixar de ser a principal fonte de informação para se tornar um facilitador e um mentor. Como facilitador, guia os alunos por um vasto oceano de informações (que muitos confundem com conhecimento). Sua função é orientar o aluno a fazer as perguntas certas à IA, a filtrar os dados e a verificar a credibilidade das fontes.
Ensina o que a IA ainda não consegue ter: pensamento crítico, criatividade, colaboração e empatia. Inspira a curiosidade e ajuda os alunos a desenvolverem as habilidades humanas essenciais para usar a tecnologia de forma inteligente e ética. A chave para motivar o aluno a "gastar tempo estudando" é mudar a definição do próprio conceito. Estudar não é mais memorizar, mas sim dominar recursos técnicos e ampliar o conhecimento. Essa máxima já se aplica a outros campos da produção científica e tecnológica.Em resumo: a IA oferece a resposta, mas o educando traz o contexto. A IA não sabe por que aquela resposta é importante para a vida do aluno. A IA faz o cálculo, mas o educando traz a criatividade. A IA pode escrever um texto, mas não sabe o que o aluno quer expressar ou qual sentimento deseja transmitir. A IA tem dados, mas o educando tem a curiosidade. A IA não sabe "o que não sabe". O aluno precisa ter vontade e motivação para explorar, questionar e descobrir essa ampla gama de possibilidades.
Em um debate que promovo com alunos de Filosofia e Teologia, discutimos os prós e contras da IA, e o que chamo de teoria do "mas" (a indecisão). A tarefa proposta no último encontro foi a de elaborar um trabalho de observação da realidade onde atuam pastoralmente, sistematizar cerca de cinco pontos de um fragmento dessa realidade e pedir auxílio à IA para construir um texto. Ao longo do processo, exercem a sensibilidade e aprimoram seu próprio aprendizado.
As demandas educacionais precisam focar na mudança das estruturas tradicionais, incluindo as de sala de aula. Em espaços informatizados e com maior informalidade, educador e educando se apropriam, em conjunto, do que já existe nos bancos de dados, mas precisam aplicar esse conhecimento a uma realidade específica. O estudo transforma informação em conhecimento e, mais importante, em sabedoria. Que não se restringe ao acúmulo de informações, mas à capacidade de utilizá-las a serviço do bem comum.
Pesquisa e imagens com apoio IA Gemini. Áudio e vídeo em https://youtu.be/hmRti6PtGBI.