sexta-feira, 17 de outubro de 2025

O brasileiro não desiste…

Artigo da semana:

O maior acerto que se pode fazer hoje é um pacto pela Honestidade (sim, com inicial maiúscula). Uma das palavras fundantes nas relações, prostituída por supostas espertezas de quem acredita que deve levar vantagem em tudo o que for possível. Relativizando conceitos éticos e morais, desde que, num discurso carregado de supostas “verdades”, arrebanhe quem está cansado dos políticos tradicionais e se deixa ludibriar pelos “novos” (e nem tão novos assim), arautos da defesa da “pátria, família e propriedade”.

O que se vê é que não há nada melhor do que um dia após o outro para mostrar que até as recentes obras pela reconstrução das estradas nas enchentes passaram por superfaturamento de preços e a combinação de valores em concorrência pública (o que configura cartel). Mas é pior, pois o escândalo que derrubou um ministro, na Previdência Social, é apenas a ponta de um iceberg. Todos os dias, idosos recebem contatos de financeiras e bancos, antes mesmo de receberem a informação oficial de que estão aposentados. 

Sem contar o amontoado de instituições “benemerentes” que, de forma legal (embora imoral), desvia recursos. Uma suposta “governabilidade” é a desculpa para que deputados e senadores se julguem no direito de distribuir dinheiro do contribuinte como se administradores fossem. Um desvio de função, já que eleitos para legislar e fiscalizar o Executivo. Um congresso inchado por interesses escusos, trabalhando em causa própria, desidratando recursos que o cidadão espera serem usados em serviços públicos. 

O pacto pela Honestidade prevê que ninguém é obrigado a ter as mesmas ideias políticas e ideológicas, mas pode haver um consenso sobre aquilo que prejudica a população. Devendo ser ensinado em família, na escola, na sociedade e nas igrejas. Mostrando quantas vidas se perdem, em todos os sentidos, quando se sucateia a educação, a saúde, a segurança, a moradia, o transporte coletivo… A perda da dignidade é também a perda da cidadania. Aquela que permite a todo o brasileiro ser, efetivamente, um brasileiro…

Quem aceita função pública não pode servir-se dela em questões particulares, mas colocar-se a serviço das populações desassistidas. No caso, aceitar propina ou favores ilícitos deve ser considerado crime inafiançável. Quando, hoje, as lideranças sentem-se desanimadas por parecer que dão murro em ponta de faca, pois a maioria dos políticos que está aí sonha em se perpetuar no poder, resta lembrar que o brasileiro não desiste. Pode até cansar, mas precisa se dar conta de que entregar de mãos beijadas o futuro, especialmente dos mais jovens e das crianças, é um crime, na cumplicidade de quem se omite em viver e fazer política…

(Imagens geradas pela IA Gemini. Áudio e vídeo em https://youtu.be/DIV4krT4ahI)

Nenhum comentário: