domingo, 19 de outubro de 2025

Onde guardo as balas de mel…

Simplesmente assim:

Onde estão as crianças?

​As bicicletas estão sobre a grama.

A bola de futebol escorreu

Para uma poça d'água.

​Nos pátios, camisetas e calções

Embandeiram os varais.


​O cachorro espia pela porta,

Sentindo o alarido que vem da rua.


​Onde estão as crianças?

​O tempo tolda as lembranças

E já não consigo distinguir

O presente do passado que

Ronda as minhas memórias.


Onde estão as crianças?

​No silêncio das suas ausências,

Os sonhos permitem que desfrute

De momentos fugidios em que elas

Ainda estão ali,

Correndo pelos corredores,

Invadindo a cozinha,

Implicando comigo,

Querendo o pote de bolachas

Ou o vidro onde ainda guardo as balas de mel…


​E quando o doce se desmancha na boca

Libera afetos que rondam as saudades.

Impedindo que se perca o que ainda resta 

Do que já foi um sentido para se viver…


(Imagens geradas pela IA Gemini. Áudio e vídeo em https://youtu.be/UCruaSaj5_E)

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