terça-feira, 16 de julho de 2024

Eleições de outubro e o novo normal

As eleições de outubro deste ano são - para nós, simples mortais - as mais importantes no que se refere à vida do brasileiro comum. Embora os meandros jurídicos sejam complicados e tortuosos, exatamente para que o cidadão se canse e dispense sua compreensão, prazos eleitorais estão sendo fechados e entra-se na reta final para a escolha de prefeitos e vereadores. O pleito é para o preenchimento de cargo na casa onde se deveria trabalhar a responsabilidade pelas ações que propiciam o bem-estar do munícipe (a prefeitura).

Na outra instância, a câmara de vereadores, é o lugar, por excelência, onde se fazem as grandes discussões da sociedade, com as representações comunitárias e os fóruns profissionais capazes de alertar para as necessidades básicas, assim como fiscalizar a administração pública. Cuidar da educação, saúde, conservação dos bens comuns, por exemplo, deveria ser trivial. Mantendo os olhos abertos para o planejamento a médio e longo prazo, capaz de alertar para possíveis transtornos e preparar para tempos mais difíceis. 

Por exemplo, o caso das enchentes e da previsão de seca, ainda este ano. As mudanças climáticas e o aquecimento global mostraram-se piores do que o anunciado, criando o novo normal, que se repete sem que se possa tornar previsível. Pelotas é um dos casos e demonstrou toda a falta de planejamento. Correu-se atrás do prejuízo, aprendendo, da pior forma possível, o quanto a cidade, especialmente o bairro do Laranjal, está exposta e a proteção fragilizada. Pode acontecer de novo? Pode. Quando? Ninguém sabe…

Se de fato a dor ensina a gemer, é preciso revisar os zoneamentos e conhecer soluções em outras realidades para não apenas reconstruir, mas fazer uma área urbana, especialmente, melhor do que já se teve. Os especialistas dizem que é trabalho para 10, 20 anos. E que precisa de uma mudança de mentalidade, já que fomos acostumados à pobreza dos serviços públicos, pois, quando acontecem catástrofes, nos conformamos em ficar mais pobres, sem estímulo para focar nos desafios, que somente a conscientização pública cria.

As mudanças climáticas repetirão as catástrofes. Infelizmente, hoje, prevenir não significa evitar, mas criar mecanismos que salvaguardem vidas. Mesmo países desenvolvidos investem em proteção e informação. O que passa pela educação, em todos os sentidos. Um exemplo da atualidade é a Tailândia, para onde converge o “turismo político” para ouvir o elementar: é preciso preparar os educadores e pagar adequadamente quem ensina, formando um cidadão consciente, capaz de escolher bem a sua representação política.

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