domingo, 7 de julho de 2024

Delicada como a flor da cerejeira

Parecia delicada como a flor da cerejeira,

Encantadora como o rebento do pessegueiro…

Um curto espaço de tempo entre desabrochar e fenecer, 

Contemplando, sofregamente, 

As poucas vezes em que veem o nascer do sol.

Ao surgirem, brilham os olhos

E suspira a imaginação.


Quando as pétalas deslizam no ar,

Trilhando os rumos da terra,

Esperam por enamorados 

Que interrompam seu destino,

Na crença de que cada uma delas

É garantia de permanência

Ao lado do primeiro amor.


Dolentemente, despertam sua forma,

Sublimando a beleza e o carinho.

Deixam mensagens de 

Felicidade e esperança

No pouco tempo de vida, desfrutam 

Das gotas de orvalho que mantém o seu viço.

 

Fica o encanto que habita em teus olhos,

No desejo de que

Ninguém barre teus sonhos.

Contemplam os céus 

Na espera por aves migratórias,

Testemunhas de cada uma das suas conquistas,

Desde o dormitar da semente no seio da terra,

Até fenecer nas mãos dos amantes

Ou atapetando ruas e prados.


Engravidar a terra é a espera por renascer, 

No desejo, nem que seja, de 

Viver apenas uma primavera.

A vida florescendo no silêncio:

Germina quando surgem 

Os primeiros raios de luz na manhã,  

Aguarda pelo tempo de romper o solo,

Desabrocha, plana nos céus e, finalmente,

Aconchega-se ao ventre da mãe Natureza…

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