sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Pétalas com cheiro de caminhos...

Quando,

Depois do tempo da espera,

Encontrares novamente

Uma rosa branca no jardim,

Me aguarda: esta noite venho te visitar

Nos teus sonhos...

Serão doces, como são doces as saudades.

A lua será testemunha dos teus devaneios.

 

Nas brumas que percorrem as memórias

Me dissolverás em pétalas,

Para que ainda guardes uma delas

Em meio às folhas de um livro

Onde restarão nossas lembranças.

 

Multiplicadas pelo vento,

Flutuarão quando

As correntes que percorrem os ares

As depositarem como oferendas nas margens do rio.

Só então, terei coragem de pedir ao Eterno

Que permita planar nas asas do vento,

Acima das nuvens e dos céus...

 

Nas ausências, as lágrimas

Gotejarão sobre as águas que,

Displicentes, beijam os seixos.

Em uma sombra na encosta,

Quero te encontrar, murmurar carinhos,

Realizar desejos...

 

Já não posso seguir em frente.

Prefiro ficar contigo exatamente aqui,

Onde o rio corre

Envolvendo e acariciando as pedras.

São lugares sagrados em que

Espíritos murmuram preces.

Borboletas no dia

E pirilampos à noite,

São guardiões que celebram a vida.

 

Na dança da chuva que salpica a correnteza,

As pétalas se reúnem em redemoinho,

Onde teus olhos vertem palavras mágicas,

Borbulhando elementos capazes de

Fazer o reencontro onde reencarna a flor.

 

Juntam-se as partes,

Agora com a poeira dos passantes,

Os ventos dos desertos...

Pétalas com cheiro e gosto de caminhos,

Recobertas com as gotículas

Que refrescam e inebriam...

 

Antecipa-se o que se perdeu

Para se encantar com

O reencontro do sentido de um sonho.

A dor do parto,

Que rasga o presente, e

Deixa na boca o gosto de que

A vida é pura expectativa!

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