terça-feira, 26 de julho de 2022

Saúde em tempos de pandemia

A live Partilhando da arquidiocese de Pelotas (quartas, às 20h30m, pelas redes sociais) conversou, semana passada, a respeito da Pastoral da Saúde. Os convidados foram os coordenadores Beno Konrad e Bernardete Lovatel. Fizeram avaliação de como andava antes da pandemia, como se viraram neste período e perspectivas. Nem é preciso dizer que a atividade de cunho social foi das mais prejudicadas, tendo que superar obstáculos como o negacionismo e a falta de uma cultura de cuidados em todos os níveis.

A preocupação, hoje, é mobilizar a estrutura das paróquias católicas e implementar atividade com três aspectos: da solidariedade, a comunitária e a político-institucional. No documento que embasa suas práticas (redes sociais da arquidiocese de Pelotas), diz que são “interligadas e interdependentes. Pode-se priorizar uma, sem deixar de lado as outras. Em todas as dimensões será momento para: acolher, orientar, promover a saúde, educar, libertar, reivindicar, organizar, assistir, evangelizar.”

 Na dimensão da solidariedade, destaca-se a presença junto a doentes tratados em suas residências ou nos hospitais, necessitando de cuidados domiciliares e da comunidade, num atendimento ao ser humano, de forma integral, nas suas dimensões física, mental, social e espiritual. A segunda é a dimensão comunitária, pela educação para a saúde, em que se valoriza, também, a sabedoria e religiosidade popular, promovendo encontros educativos sobre doenças, mas, também, alimentação, saneamento básico e higiene.

Por fim, a dimensão político-institucional atua junto aos órgãos e instituições públicas e privadas que prestam atendimento e formam profissionais na área da saúde. Incentiva a que aconteça uma reflexão bioética, uma formação ética e se definam políticas que, de fato, beneficiem a população. Esta atuação se dá pela presença nos conselhos de saúde, em todos os níveis, e nas conferências da área, tendo como preocupação o Sistema Único de Saúde, que precisa ser bem utilizado, cobrado e fiscalizado.

É um trabalho de formiguinha... Os grupos paroquiais que retomam suas atividades estão superando a ideia de uma saúde curativa por uma saúde preventiva e integral. Vale a pena repetir: a saúde se dá nas dimensões física, mental, social e espiritual. Quando chega ao ponto de ser somente lugar onde se descarrega a produção da indústria farmacêutica, existe algo errado. Quando um paciente chega a um postinho e recebe, apenas, exames e medicamentos, significa que se errou no processo de conscientização.

Os entrevistados destacam a riqueza da parceria com as demais pastorais e movimentos sociais. O empobrecimento da população causa estragos no presente e aponta sequelas para o futuro. A pastoral da criança, em um texto, diz que “somos o que comemos...” Na verdade, somos o que fazemos com nosso físico, com os desafios mentais, a capacidade de interação social e a paz que se precisa alcançar pela espiritualidade. É uma mão estendida, um longo caminho e uma jornada que não se pode fazer sozinhos...

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