terça-feira, 19 de abril de 2022

De novo: alerta aos aposentados!

A partir do dia 25 de abril, o governo federal repete o que já fez recentemente: antecipa o pagamento do 13º salário para aposentados e pensionistas. O mesmo esquema que usou nos últimos dois anos: duas parcelas depositadas em meses subsequentes, iniciando por quem tem vencimentos de um salário e, no início do mês seguinte, aqueles que recebem mais do que este valor. Este é o primeiro alerta necessário: prepare-se para receber agora a metade e a outra metade depois de um mês. Serão parcelas pagas com os vencimentos dos meses de abril e maio, respectivamente.

É necessário não confundir: alguns pensam que é o 14º salário, em tramitação no Congresso, e que, por todas as sinalizações, não sai este ano, sendo um dos fatos mais concretos a própria antecipação do 13º. Na real, é preciso que o aposentado se dê conta de que o dinheiro depositado agora não é nenhum recurso extra, mas o que estava previsto para o final do ano, quando não terá mais nada para receber. Então, se não for necessário, especialmente para saldar dívidas, não caia no canto da sereia de bancos que falam na oportunidade de fazer uma boa compra ou aquela viagem sonhada…

O alerta se deve à experiência realizada em 2020 e 2021. A antecipação é boa para o governo que, em tempos de vacas magras, injeta na economia um volume grande de recursos. Quanto mais dinheiro em circulação, mais negócios são feitos, aumentando a produção. Sabendo que será um dinheiro que vem em plena campanha eleitoral, supostamente, “beneficiando” aposentados. Sem que se tenha aprendido a lição de que gastar com antecedência significa a necessidade de encontrar fonte para, no fim do ano, pagar IPTU, IPVA, além do material para a educação de filhos e netos.

O que é bom para os economistas nem sempre é bom para o cidadão. É o caso da antecipação do 13º para aposentados e pensionistas. Pode até ser vendido com a ideia de que ajuda, mas, com certeza, não resolve os problemas. Especialmente quando as populações de baixa renda veem o seu real valor de compra diminuir com a inflação que não é mais uma perspectiva rondando nossos bolsos, mas a realidade que diminui o poder de compra e a qualidade de vida. Com as experiências mais preocupantes nas compras que são feitas em supermercados, serviços públicos básicos e saúde.

Não se engane com relação à questão política. O governo não está sendo um papai noel antecipado. Os noticiários de economia foram pródigos em salientar que a arrecadação dos cofres públicos nos primeiros meses do ano foram acima do esperado. “Sobrou dinheiro”, o que viabilizou esta antecipação. Não entro aqui na discussão de que outros não fizeram, mas é uma medida oportunista que demonstra o quanto é uma questão de política decidir que o cidadão também tem o direito de receber o retorno dos impostos escorchantes que, compulsoriamente, é obrigado a pagar.

Aposentado e pensionista pense duas vezes antes de gastar seu dinheiro. Nem caia em tentação de ir a um banco negociar a antecipação do 14º. É furada. Não saindo, precisa voltar e renegociar com as regras deles. Meus pêsames! Se está endividado, paciência, use o 13º e pague as dívidas, ganhando algum fôlego. Senão, guarde até embaixo do colchão, longe dos mais gastadores da casa. A pandemia ainda vai mostrar uma face perversa: a conta para restaurar a economia, para que todos nós paguemos. E o que estava ruim, infelizmente, tem todo o jeito de que ainda vai ficar pior…

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