terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Novas histórias para se contar...

Durante janeiro, dei-me o direito a uma “parada técnica”. Não era para descansar como fazem os comuns dos mortais… isto não sei fazer há muito tempo (embora os maldosos digam que descanso há oito anos, desde que me aposentei). Mas precisava parar para refletir sobre o que se passou na pandemia (até aqui) e a necessidade de atender a quem me acompanha por jornais, rádio e redes sociais. Escrever, para mim, é uma necessidade (poderia dizer que é um vício e olha que disto eu entendo. E, por favor, não façam intrigas, estou sem beber há nove anos, sequer vinho de Missa...).

Passado o susto inicial com a Covid e integrando grupos de risco (não sou hipocondríaco – maníaco por doenças - mas passei por cirurgia de câncer, problemas com o coração, pressão e colesterol…) precisava me reinventar porque o período de isolamento se alongava e necessitava me ocupar. Oportunidades surgiram no que eu já conhecia – a produção de texto para jornais foi reforçada com uma crônica dominical, ampliando horizontes pelas redes sociais, onde passei a compartilhar textos em áudio e vídeo. Desafiador foi ocupar espaço semanal para conversar através da live Partilhando.

Os bate-papos em palestras com grupos diversos me levaram a mais de dez dioceses do Estado (virtualmente, é claro), além de atender atividades ligadas à Igreja Católica e ao Rotary Club. Uma tendência que deve persistir durante este ano de 2022, percebendo que já se tem mais recursos à disposição. No entanto, ainda falta a presença física, compensada com a imagem e o áudio que permitem, em muitos casos, percorrer lugares que, de outra forma, possivelmente não se fizesse. Até se teve um reinício de atividades presenciais no final de 2021 que não deve ter continuidade…

Quando o coordenador de comunicação da arquidiocese de Pelotas, Lupi Scher dos Santos, convidou para um programa de entrevistas foi provocador. Amadurecia uma proposta onde um simples espaço por redes sociais se propunha a fazer companhia (literalmente) às pessoas que se encontravam sozinhas, em casa. Virou um mantra falar em “família Partilhando”, “estamos chegando com o convidado na sala da sua casa”, recomendando aos entrevistados que não dessem uma aula, não fizessem uma palestra, nem catequese… mas contassem muito da sua história!

Era isto o que eu queria: que todo o processo de “encontros”, de alguma forma, facilitasse a vida das pessoas, uma das funções mais nobres da comunicação. E facilitar, como agora, pode ser tornar menos difícil atravessar tempos penosos, sabendo que, em algum momento, o programa estava no ar, assim como textos, áudios e vídeos do Manoel Jesus. No meu caso, pensar que não preciso mais de emprego (estou razoavelmente aposentado), não quero função (as que tive já me deram um bom currículo) e abro mão de honrarias (grande parte da minha vaidade se evaporou com o tempo…)

Reverencio a cada um daqueles que me acompanham ao longo destes mais de 20 anos. Em 2022, me abençoem com sua leitura, comentários, compartilhamentos. Sou jornalista e me sinto realizado quando, a partir de cada história que trago, alguém vasculha seu baú de memórias e compartilha. Sou filho de contadores de causos e me orgulho da origem na roça e na vila. Lugares de onde emergem personagens que alimentam minhas narrativas, provocando uma dorzinha de saudade que deixa a sensação de que o ano que chega guarda muitas e novas histórias para se contar…

Um comentário:

Roberta Cardoso disse...

Bom retorno. Boas histórias.