domingo, 13 de maio de 2018

Paulo: a jornada de um convertido

Paulo e Lucas viveram os primórdios do Cristianismo. Depois de cair, literalmente, do cavalo, Paulo passou a evangelizar o mundo fora da Judéia. Transformou-se no estrategista que levaria a "Seita do Caminho" até Roma, percorrendo as estradas conhecidas. E, no caminho, encontrou Lucas, convertido pelo testemunho do apóstolo. De descendência grega, homem de cultura, que, pelo interesse da medicina, também tinha feito suas andanças pelo Mediterrâneo.
O filme "Paulo, o Apóstolo" vai encontrá-los em Roma - anos 67 - quando Nero incendeia parte da cidade e faz dos cristãos (religião exótica para eles) bode expiatório necessário para desencadear as cenas de perseguição, tortura e martírio. Paulo está preso e tem em Lucas um companheiro fiel que o acompanha em seus últimos momentos. Recordam suas jornadas - o anúncio da Boa Nova - enquanto andarilhos e registravam o que seriam o Evangelho de Lucas e os Atos dos Apóstolos.
Quando as mortes começam a acontecer, evidencia-se o dilema: como amar a quem os persegue? Como rezar em meio a tanto sofrimento? uma das belas cenas é quando, em diversas situações, reza-se o Pai Nosso: o prisioneiro fazendo o ritual da Eucaristia; os condenados a caminho da arena para enfrentar as feras e os libertos que deixam Roma em busca da sobrevivência. A tensão se mostra quando Paulo anuncia que a decisão tem que ser pessoal, baseada no amor, que desencadeia a solidariedade.
Paulo purga seus pecados sabendo que seus crimes foram medonhos. Seus sonhos são atormentados pelo martírio de Estêvão, que morreu à sua frente e com o seu consentimento; passando por aldeias onde matou homens, mulheres e crianças. Com um único crime: acreditaram na pregação do Homem de Nazaré e dos seus seguidores.
Ao longo da História e ainda hoje, a cada instante, há alguém que reza o Pai Nosso. A energia mística que faz de uma prece a capacidade de dar forças em momentos difíceis, estimular a que não se desista, mostrar todo o carinho de Deus para com o ser humano. Paulo sentiu isto. Na sua morte, reencontra todos aqueles que vitimou. Não há mais perseguidos e perseguidores, mas a certeza de que também pode ser perdoado.
Faz a jornada de um convertido. Uma alma que se liberta de seus tormentos. Descobre que a pedagogia do amor trabalha com as fraquezas e omissões. A abertura para o Infinito é que pode fazer o homem reencontrar a sua própria humanidade. E a certeza de que, apesar de todas as agruras, percorrendo caminhos incertos e doloridos, ainda guarda - na saudade da morada eterna - uma fagulha de Deus!

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