segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

As mulheres da minha vida

Este foi um ano difícil para minha família: minha mãe em processo de desistência da vida, minha irmã tendo detectado um tumor e precisando tratá-lo e uma sobrinha grávida em situação de risco. Três mulheres que já me deram muitos bons exemplos, mas que se superaram ao fazer a vida valer a pena em cada um dos momentos que aproveitamos juntos, ou mesmo naqueles de angústia que vivemos à distância.
Quando a mãe chegou ao fundo do poço – sem qualquer movimento que não o facial ou das mãos e já sem pronunciar palavras inteligíveis – o mais certo era, apenas, aguardar o fim, procurando lhe dar dignidade e qualidade de vida. Mas as medicações foram se alinhando e voltou a se perceber a vontade de viver, inicialmente por mais tempo com os olhos abertos, sorrisos e pequenos carinhos pedidos e dados. Depois, o desejo de sair da cama, auxiliada pela cadeira de roda, sendo feliz no contato com as visitas de sempre, aonde o reconhecimento sempre vinha recoberto pelo calor dos olhos que pareciam querer abraçar cada um dos amigos!
Minha mana, Leonice, já está fazendo fisioterapia. Ainda tem um longo tempo de recuperação pela frente, mas, agora, estará em Pelotas, para que possamos acompanhá-la e ela possa estar conosco nesta etapa da vida da mãe.
A saga da Júlia somente vai acabar – quem sabe começar? - em meados de fevereiro. Será a minha mais nova sobrinha neta – bisneta da dona Francinha – fazendo valer cada momento difícil, que meus dois sobrinhos netos – Alessa e Murilo – enfrentam com bom humor e sendo parceiros da mãe, a Vânia (Vani, para os íntimos).
Ao olhar para a história destes seres de luz, vejo que talvez não tenham o crédito merecido, mas, na minha família, ao menos, três gerações fazem ver que as mulheres da minha vida têm a fibra e o cerne que nem as tempestades conseguem dobrar! Quando a vida lhes nega algo, sublimam suas possíveis derrotas e mostram que há sempre uma opção de sentir gosto em, apenas, viver um novo dia, compartilhando a simplicidade que é a esperança de viver!

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