domingo, 26 de abril de 2009

Cortar o mal pela raiz

O que tem em comum o fato do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, ter apostado no “crescei e multiplicai-vos” e congressistas brasileiros pautarem as manchetes das semanas, sempre com um novo escândalo¿ Em princípio, parece que nada, mas não é bem assim, em ambos há uma marca do que se chama de “relativismo moral”. No Paraguai, mulheres declaram ter dado filhos ao então padre ou bispo Lugo, agora presidente do país. Tendo sido padre e bispo da Igreja Católica, que tanto zela pela preservação da moral, tal comportamento é desabonador para o próprio e para a instituição. Sim, porque já se falava a respeito destes casos antes que os meios de comunicação “fresteassem” por esta janela semi-encostada pela pudicidade dos integrantes da própria Igreja. Ou seja, acobertaram uma conduta nada edificante.
No Congresso Nacional, a cada dia se vêem escândalos ligados ao tráfico de influência e mal uso de recursos públicos. “Inocentes parlamentares” chegam a dizer que não sabiam de nada, ou, pior, que sempre foi assim e porque somente agora se cobra uma conduta honesta¿ Este possivelmente seja o problema, em ambos os casos: aqueles que deveriam vigiar para que tais situações não evoluíssem – o ditado diz que “o mal deve ser arrancado pela raiz” - foram omissos ou complacentes, acreditando que não fosse chegar a tal ponto. Pois evoluiu e já não basta uma atitude de aceitar o reconhecimento público do erro. Ainda temos a pecha do “jeitinho brasileiro” e uma triste indiferença por parte da população, que vê isto como “normal” no chamado processo democrático.
Estamos mal e quem sabe possamos trazer estes casos para mais próximo, caso da ULBRA, por exemplo, onde a omissão em nível público e privado levou a uma espécie de letargia coletiva, onde cada um quer apenas resolver os seus problemas e conseguir sobreviver. Na Alemanha nazista, um escritor registrou que “um dia vieram os soldados e levaram uma família judia. Eu não sou judeu, então não me importei. No outro, buscaram uma família de ciganos. Como eu também não sou, não me importei. Em seguida buscaram os homossexuais e também achei que não era comigo. Depois vieram me buscar e não havia mais ninguém para reclamar”.
Estou fazendo a minha reclamação enquanto cristão, pelos “lugos” da vida, e expressando revolta com aqueles que se apossam do dinheiro público, menosprezando a inteligência de cada um de nós. Esta história eu já conheço e luto, a cada dia, para que não se repita.

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