A defesa de
Lindemberg Alves Fernandes, acusado de matar a estudante Eloá Cristina
Pimentel, 15 anos, está usando como tática culpar o Grupo de Ações Táticas
Especiais da Polícia Militar de São Paulo e a imprensa. Tenho pensado nisto há
algum tempo: a responsabilidade dos integrantes da área militar e do jornalismo
no campo da ética, em coberturas onde a vida está em risco.
Não resta dúvida
que muitos destes eventos foram espetacularizados, onde, muitas vezes, os
limites são bem mal definidos. Por conta disto, em muitos casos, espetáculo e
protagonistas se confundem.
No caso da
imprensa, em muitos casos, a pressa em dar a notícia confunde os limites e faz
com que parentes e amigos das vítimas também sejam vítimas, pois recebem através
dos meios de comunicação a narração de desgraças, como acidentes, envolvimento
em seqüestros, etc.
Também os
militares não escapam. A falta de preparo acaba transformando-os em fontes que
perdem a noção diante das luzes das câmaras e a atração dos microfones.
Tornam-se “artistas” por um dia, dizendo impropriedades em horas inadequadas.
No caso citado,
as duas coisas se juntaram e foram sendo passadas para vizinhos, parentes e, até,
os três que estavam dentro da casa: Lindemberg, Eloá e uma amiga. O passar dos
dias transformou a todos os envolvidos em protagonistas de uma grande tragédia
com o final plenamente anunciado.
Estes limites,
realmente, são muito difíceis. Mas é necessário que retomemos a discussão ética
e moral de certas coberturas. Mesmo que se diga que o ridículo e a tragédia têm
papel especial na cabeça da maior parte da população, isto também faz parte do
papel da comunicação, que é educar um povo para que mude e assuma a sua própria
cidadania.
Um comentário:
o papel da comunicação, que é educar um povo para que mude e assuma a sua própria cidadania.
Os MCS querem espetáculo, o artista morreu hoje , amanhã é o dia todo mostrando quanto ele era bom!!!
Tudo é excessivo!!!
muito bom teu artigo Manoel Jesus!!!
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