Durante a programação de algumas emissoras da capital, durante a manhã deste sábado, fui achando interessante que os comentaristas se rendessem e confessassem que tinham preconceito musical, sim, achando que Michel Teló seria apenas mais uma baboseira a se apresentar no Planeta Atlântico.
Pois o garoto que confessa suas origens gaúchas abalou, inclusive, incluindo cancioneiros dos Pampas e levando a que se formasse um coral de mais de 40 mil vozes. Foi, sem dúvida, uma das grandes apresentações da noite, independente do gênero musical, importando, sim, que o espetáculo se formou pela afinação entre artista e público que não teve o coração aliviado, mas teve sim, o coração embalado nos acordes do sertanejo universitário.
Cada vez que uma destas pesquisas de Internet me pergunta qual o gênero musical do qual gosto, digo que "os bons", o mesmo a respeito de músicas: não é um gênero que me agrada, mas são algumas canções, assim como são algumas músicas, aquelas que desde o início, ficam na cabeça da gente e que são assobiadas ou murmuradas a todo o momento.
Sou movido a música. Ela está presente quando trabalho, quando faço minhas caminhadas, ou quando estou no meu carro. Gosto do Roberto Carlos, pois sua voz é inconfundível para mover com os sentimentos; do Chico Buarque (sem ele cantar, mas suas canções na voz de outros cantores), naquela remexida da vila, e do sambinha de roda, que alimentaram minha juventude em intermináveis noites ao redor de uma mesa, com instrumentos musicais, ou apenas o improviso de talheres, beiras de mesas, ou batidas de latas.
Dizem que a música é o instrumento dos deuses. O que fazemos é tentar roubar um pouco daquilo que se ouve por todos os caminhos da Eternidade. Sendo assim, não há como ter preconceito, por mais simplória, mais estranha, mesmo comercial, faz parte de um desejo do ser humano de superar-se e atingir a realização de seus próprios sonhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário