Sou até chato quando registro o quanto faz a diferença, pessoal e socialmente, quando "cometemos" atos de gentileza. Tive que sorrir, hoje, pela manhã, quando o carro na minha frente parou para dar passagem a um idoso que andava com muitas dificuldades. Do outro lado, um motoqueiro (quase sempre responsabilizados por todos os problemas de trânsito e de incivilidades) também trancou o trânsito para que aquele senhor fizesse o seu percurso com toda a segurança.
Dias atrás fui passado, pela direita e pela esquerda, por quatro motoqueiros. Em seguida, havia uma faixa de pedestres, onde se preparava para atravessar uma mãe com o filho pela mão, sendo que o filho segurava um boneco. Pensei: "estes filhos da .... não vão parar". Queimei a língua: os quatro pararam! E mais, quando já estavam quase do outro lado, o boneco caiu e a criança deu um safanão na mão da mãe, libertou-se e correu para apanhar o objeto. Quase fechei os olhos, pensando na desgraça anunciada. Mas nada aconteceu, os quatro permaneceram esperando que a criança apanhasse o objeto do seu desejo e que a mãe - estresse puro e desespero - alcançasse o pequeno.
Meu ex-colega de escola, Marcos Medronha, escreveu sobre um personagem do Rio de Janeiro, alcunhado de Gentileza, pois encontrou no interiorzão de Canguçu alguém com o mesmo sobrenome, acreditando que o nome também tornava a pessoa portadora das mesmas qualidades. Que bom que fosse, pois precisamos da gentileza para fazer a vida melhor. Precisamos da gentileza para gastar mais tempo com as pessoas do que com nossas preocupações e objetos. A graça da vida está exatamente aí: compartilhar vida.
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