Sou um apaixonado por peças publicitárias bem feitas. Aquelas que são, no fundo, coisas simples que mexem com nossos sentimentos, que, de alguma forma, nos sensibilizam. Em palestras para grupos de igrejas cristãs tenho dito que se oferecerem um espaço de uma hora para uma entrevista ou 60 inserções de 30 segundos, fiquem com a segunda: uma mensagem bem feita e repetida tem uma força muito grande, seja em rádio, seja em televisão.
Joseph Goebbels, o grande articulador de comunicação do governo Hitler, na Alemanha da segunda guerra, dizia que "uma mentira mil vezes repetida vira uma verdade". Veja-se o que fazem nossos políticos e administradores públicos, que se valem deste princípio para estabelecerem "verdades" que não deveriam resistir a uma boa argumentação.
No entanto, é exatamente aí que entram as peças publicitárias: além da sofisticação (que nem sempre é sinônimo de requintes tecnológicos), entra a alma e a sensibilidade de quem as produz, capaz de flagrar em 30 segundos aquilo que o ouvinte ou o telespectador gostariam de ver, ou, ainda mais, são provocados para reconhecer que, ali, está algo absolutamente novo. E encantador.
Bons publicitários são como encantadores. Neste caso, encantam gente. Vão em busca de nossas lembranças mais remotas, trabalham com aquilo que nos sensibiliza, são capazes de despertar um sorriso maroto ou uma lágrima teimosa que expõe tudo o que guardamos no fundo de nossas gavetas sentimentais.
Não tenho esta sensibilidade, mas, no dia do Publicitário, gostaria de reverenciar quem, diariamente, olha para a humanidade com o desejo de surpreendê-la, de alguma forma, desalojá-la de seu quotidiano e, se possível, fazê-la mais feliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário