A lua foi chegando, ainda durante a tarde,
sem alarde e sem que alguém prestasse atenção.
Antecedeu o desfile de corpos celestes
que pontuariam o firmamento.
Aqui e ali um pássaro se acomodou na copa de uma árvore,
para dormir ou procurando um lugar melhor
que permitisse contemplar o espetáculo que se anunciava.
Na barra que tingiu o horizonte,
o Sol insistia em se manter presente,
multicolorindo a sua despedida.
A curiosidade e o encanto
não permitiam que tirasse os olhos dos céus.
Quedei-me em silêncio,
ao pressentir a grandiosidade dos
astros e estrelas que venciam o breu da noite.
Por horas fugidias, a Lua se apresentou como protagonista,
tendo, no seu corpo de baile, artistas que
não se importavam se tinham brilho próprio ou não.
Apenas desfilaram as Três Marias, a Menina, a Carina, a Maya, a Mira...
E, por fim, quando já ameaçam os primeiros raios do Sol,
a eterna dama da madrugada, a Estrela Dalva.
Quando o sono pesou os meus olhos,
o melhor caminho foi seguir, dentro da noite.
À espera de que, do outro lado da escuridão, surgisse a aurora,
com a promessa de um novo dia.
No tempo em que a escuridão adensa e a noite se despede,
o sereno da manhã me encontrou preso no meu próprio abraço.
No limiar do sonho, o derradeiro encanto:
faço parte desta imensidão que beira ao Infinito.
O Universo que me acolhe murmura:
o caminho por entre astros e estrelas
é o desafio de me tornar Senhor... do meu próprio Destino!