Não adianta segurar a noite.
Ela vai desaparecendo,
se escondendo por cantos e recantos
do quarto, onde o sol não chega.
Além dos ruídos do dia,
a luz teima em redesenhar cada um dos móveis.
Reflete nos espelhos
e brinca com a poeira em suspensão
que não sabe se vai ao teto
ou se acomoda no chão.
A vida reinicia.
Me escondo sob o travesseiro,
mas não há mais chance:
é preciso seguir o sol
e entrar na fila do dia que se espicha
até que a noite retorne.
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