domingo, 13 de julho de 2025

Tu és o meu sonho

Simplesmente assim:


Tu és o meu sonho e a minha realidade.

Não importa quantos anos tens,

O tempo que convivi contigo,

O quanto fomos próximos ou distantes.

Foi te ouvindo, me deixando cativar,

Que entendi:

Sempre precisei ter aqueles

Que amei na mira da minha esperança.

Envolto por carinho que se tornou

O abrigo seguro onde ancorei meu coração,

Sôfrego por tua disponibilidade e compreensão.

 

Não entendi quando o teu silêncio

Ajustou o manto protetor sobre a minha inexperiência.

Sabias que o meu mundo se contorcia em expectativas.

Colocavas em possibilidades as minhas certezas,

Que não resistiam à tua ternura.

Cada gesto teu, cada palavra, transbordavam a vida em que

Os obstáculos se transformaram em oportunidades.

Mesmo assim, não impediste que eu também os enfrentasse,

Sabendo que eu iria definhar se fosse por demais protegido.

Tua presença foi um final feliz, quando mergulhei 

No aconchego que somente encontrei à sombra do teu olhar...

(Com imagem gerada pela IA Gemini)

sábado, 12 de julho de 2025

O Mestre dos Mestres, de Augusto Cury

Leituras e lembranças:

Minha intenção não é fazer proselitismo (colocar goela abaixo), mas compartilhar conhecimento. Este o motivo de comentar um dos livros que me influenciou quando falo em sala de aula, palestras e textos: "O Mestre dos Mestres" é uma das produções mais conhecidas de Augusto Cury e faz parte da série "Análise da Inteligência de Cristo". Cury se propõe a compreender a psicologia da figura de Jesus Cristo, não sob uma perspectiva religiosa tradicional, mas sim como um educador e pensador.

O escritor, sendo psiquiatra, aborda Jesus sob uma ótica da inteligência emocional e da psicologia multifocal. Ele busca desmistificar a figura de Jesus, tirando-o do pedestal puramente religioso e o apresenta como um ser humano com uma mente brilhante, capaz de: gerenciar emoções em situações de pressão; pensar de forma livre e fora dos padrões da sua época; comunicar-se com empatia e sabedoria, fazendo perguntas que instigam a reflexão; ensinar de forma inspiradora, sem impor dogmas, mas provocando o autoconhecimento; amar incondicionalmente e incluir os excluídos sociais.

O livro explora aspectos da inteligência de Jesus, como: A arte de pensar: como desenvolveu seus pensamentos e como sua mente operava. A gestão da emoção: Sua capacidade de manter a serenidade e a paz interior mesmo diante de adversidades, críticas e perseguições. A didática: A forma única como ensinava, utilizando parábolas e questionamentos para estimular o aprendizado e a reflexão. Capacidade de se colocar no lugar do outro: a empatia e compaixão pelas dores e necessidades humanas. A liderança: Como inspirava e transformava as vidas de seus seguidores.

A obra de Cury destaca uma perspectiva diferente, fascinante tanto para religiosos quanto para não religiosos. Um Jesus mais "humano" e acessível. Numa linguagem clara e envolvente, o que torna a leitura fácil e agradável para um público amplo. Com menos foco na divindade: É importante notar que o livro se concentra na inteligência e nos aspectos psicológicos de Jesus, e não em sua divindade ou em uma abordagem teológica.

Pode-se dizer que "O Mestre dos Mestres" é uma jornada intelectual e emocional que convida o leitor a mergulhar na mente de Jesus Cristo e a extrair lições valiosas para a vida cotidiana, independentemente da sua crença. Um convite à reflexão sobre liderança, gestão emocional, empatia e a arte de viver com sabedoria. (Com pesquisa e imagem gerada pela IA Gemini)

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Revisitando o passado

Artigo da semana:

As novas tecnologias deram, àqueles que conseguiram vencer o século XX, o privilégio de acessar os registros de momentos marcantes nas últimas décadas. Desde que a fotografia, o vídeo e o som passaram a conservar recortes de vida, enriquecendo a compreensão de eras passadas. Casos como, recentemente, assisti Ronnie Von cantando a música A Praça (uma das muitas que ainda sei de cor), numa abertura da Praça é Nossa (humorístico) e no programa da Hebe (já falecida, ambos no SBT). 

Um turbilhão de lembranças de um tempo em que este acesso era difícil, porém, hoje, se faz presente na forma de “vale a pena ver de novo” em filmes, novelas, programas de auditório, atividades esportivas. Enfim, nutrem uma sensação de nostalgia por um tempo mais simples, quando os ídolos pareciam existir em um reino além da realidade. As novas tecnologias possibilitam conviver com os tempos em que este acervo se formava e não havia, ainda, instrumentos para o seu acesso.

Hoje, vive-se num tempo de solidão institucionalizada (negada ou menosprezada) e revisitar o passado é uma das formas de superar o isolamento não apenas para idosos e pessoas doentes, mas para muitos que, no dia a dia, sentem falta do convívio social e familiar. Para estes, o que é classificado como perigo por especialistas no uso das telas ao acessar as redes sociais e streaming, é a oportunidade de sentir-se participe de algum tipo de relacionamento humano. Mesmo que seja a distância.

Recentemente, muitos filmes recuperaram personagens que frequentaram o imaginário, como “bom rapaz ou boa mocinha”, em especial dos que foram jovens nas décadas de 70 e 80. É estranho, resgatar uma história de vida, da forma como as produções apresentam, que se distancia dos “modelos” que se “comprava” como sendo os ídolos de então. Revisita-se um passado em que a imagem era a superfície sem manchas e, hoje, as histórias vão sendo contadas com o amadurecer e o distanciamento do tempo.

Emblemático assistir ao filme “Homem com H”, a história de Ney Matogrosso. Em especial, narrando dilemas pessoais (familiares e sexuais), marcando o cenário artístico conturbado de então. Resta um gosto de que a precaridade do sucesso corrói valores e a própria vida, como os mitos do passado que desmoronam muitas vezes sob o peso do tempo e de uma revisão crítica dos fatos, ecoando a pungente canção de Cazuza, "O tempo não para". A imagem concebida de forma ingênua mostra o quanto a juventude é fugaz e cria mitos que não se sustentam na realidade e na revisão da história… (Este e outros textos em manoeljesus.blogspot.com)

domingo, 6 de julho de 2025

Saborear a vida

Simplesmente assim:


O tempo amadurece o sentimento de que nem tudo

Com o que a gente se importa, de fato, tem valor.

A busca por realização somente é saciada

Quando restam boas lembranças das pessoas

E dos lugares por onde se conviveu.

Viver é uma oportunidade e uma graça.

A chance de experimentar este dom precioso

Que somente se valoriza quando, andado um percurso,

Alcança-se o olhar ao Infinito, 

No encontro de um terno e derradeiro horizonte.


Benditas são as lágrimas que percorrem os sulcos da tua face.

Podem ser de dor, mas também a oportunidade

Para livrar-se dos sentimentos que se tornam desnecessários.

No instante em que a vida se transforma em canção

Ou quando se desafina o tom, sem desistir de cantarolar.

Momento em que não há mais voz para solfejar a letra,

Porém, a música continua assobiando pela memória.

No acalento da saudade, se transforma no desejo

De sorver os poucos segundos que ainda têm o gosto de destino…

(Este e outros textos em manoeljesus.blogspot.com)

sábado, 5 de julho de 2025

“O Natal de Poirot”, de Agatha Christie

Leituras e lembranças

"O Natal de Poirot" se passa na véspera de Natal, quando o tirânico e odiado patriarca Simeon Lee convida seus filhos e esposas para uma reunião familiar em sua luxuosa mansão. A atmosfera está longe de ser festiva, permeada por ressentimentos, segredos e intrigas. A tensão atinge o ápice quando, após o jantar, um barulho ensurdecedor de móveis sendo destruídos é ouvido, seguido por um grito agudo. Simeon Lee está morto em seu quarto, trancado por dentro, em uma poça de sangue, degolado...

O detetive Hercule Poirot está no vilarejo para passar o Natal e oferece ajuda na investigação. Ele se depara com uma família onde todos têm motivos para desejar a morte do milionário. Poirot precisa usar sua astúcia para desvendar as complexas dinâmicas familiares, expor mentiras e descobrir a verdade por trás do brutal assassinato. O mistério se aprofunda com a descoberta de que o crime foi planejado meticulosamente, com reviravoltas surpreendentes e um final chocante.

A ambientação natalina, com seu contraste entre a festividade da época e a brutalidade do crime, adiciona uma camada irônica e impactante à história. Poirot está em sua melhor forma, com sua meticulosidade e observações afiadas, desvendando os mistérios da família Lee. É um livro que diverte e desafia o raciocínio do leitor, sendo altamente recomendado tanto para fãs da autora quanto para quem deseja se aventurar no gênero policial. O final é, como de costume da autora, surpreendente e difícil de prever.

Juntamente com Miss Marple, o detetive Hercule Poirot preencheu o imaginário de muitos leitores, especialmente na segunda metade do século passado. A primeira, também conhecida como Jane Marple, aparece em 12 romances e em 20 contos policiais de Agatha Christie. Solteirona, vive no vilarejo fictício de St. Mary Mead, atuando como “detetive amadora”. O segundo é um personagem extravagante, belga, sem ser modesto e que se gaba da sua inteligência diferenciada…

"O Natal de Poirot" compartilha muitas características com outras obras clássicas da especialista em suspenses, destacando-se aquelas que envolvem o "mistério de quarto trancado" e a reunião de um grupo limitado de suspeitos em um local isolado. "O Natal de Poirot" é um exemplo do estilo e da maestria de Agatha Christie, combinando elementos clássicos de mistério com uma ambientação festiva que adiciona um toque único à trama. É um livro que solidificou sua reputação como a "Rainha do Crime". (Este e outros textos em manoeljesus.blogspot.com. Com pesquisa da IA Gemini)


sexta-feira, 4 de julho de 2025

Mudanças e histórias ressignificadas

Artigo da semana:

Se não existia, criei a expressão “mudanças sempre causam lambanças”. Por temperamento, preciso de um tempo para amadurecer qualquer coisa que me tire da rotina. Ainda mais que a novidade se chamou deixar onde praticamente nasci (viemos de Canguçu para Pelotas em 1959) e lá fiquei por 64 anos, com idas e vindas, sempre onde deixei minhas referências. O lugar que acolheu a mim e a minha família como migrantes numa mistura de carinho e desafio.

Depois de todo este tempo, parti da casa velha onde exercitei minha capacidade de “imitador de arquiteto” com inúmeras construções do tipo “puxadinhos”, ao ponto de que meu padrinho Valdemar brincar comigo e com a Neli (sua esposa) “do que nós iríamos inventar de novidade”. Meu pai construiu o primeiro corpo da casa, depois foi tudo comigo. Com pouco dinheiro, ainda jovem, eu e meu irmão construímos dois quartos independentes na parte superior da casa.

Depois, meu puxadinho chegou a um apartamento completo, onde passei mais de 30 anos. Para juntar as duas casas, um jardim de inverno. E como meu pai era agregador nato, a área gourmet, onde ele e meus cunhados, além de amigos, exercitaram a arte do churrasco. Habilidade que eu não tenho (sequer paciência) de esquentar a barriga na beira do fogo. O tempo levou aqueles com quem tive a alegria de conviver. E a casa foi se tornando grande demais para uma pessoa só.

Como sei que só pego de arranque, conversei com a Roberta, que já alugava a parte debaixo, onde funciona um salão de beleza há mais de cinco anos. Em outras ocasiões, havia manifestado interesse na casa inteira. Propus trocar pela moradia que a Roberta tinha no residencial Moradas Club, ainda na vila Silveira. Ajustamos os finalmente dos “pilas” e chegamos a um acordo. Adverti: o que tiver que ser feito, tem que ser para ontem. “Se eu pensar demais, desisto”.

Tive a ajuda de muitas mãos, inclusive da Roberta e sua irmã, a Renata. Objetivas, competentes, supriram minha total incompetência em organizar transporte e acomodação. Em certos momentos, senti-me tonto e, então, era seguir o fluxo. Hoje, já estou bem instalado, sentindo que a mudança não precisa ser ruim, mas alcançar novos patamares, até nas relações humanas. Não importando a idade e sim não perder a oportunidade de ressignificar a própria história.

terça-feira, 24 de junho de 2025

Coreia do Sul e a Jornada da Juventude

Artigo da semana:

A morte do papa Francisco e a realização da Jornada Mundial da Juventude Católica, em 2027, em Seul, na Coreia do Sul, despertam a atenção sobre o catolicismo naquele país. Onde cerca de 5,8 milhões de pessoas, 11% da população, se diz católica. Naquela localidade, não foram os missionários que abriram caminhos, mas sim a disseminação de uma literatura religiosa, especialmente nos meios educacionais, já no século XVIII. A Igreja Católica seguiu os mesmos rumos que em outros lugares, especialmente, até a metade do século passado, contribuindo com a educação, o atendimento à saúde e o desenvolvimento social.

Recentemente, muitos textos e vídeos foram publicados a respeito. Num deles, destacava-se o fenômeno do sincretismo, em especial com o Confucionismo, o Budismo e outras práticas tradicionais coreanas. Semelhante ao Brasil, onde a justaposição de religiões e filosofias se dá com o Espiritismo e as de matrizes africanas. Na Coreia do Sul, ela tem se adaptado às tradições culturais do país, como a realização de rituais e festas religiosas em que se combinam elementos do catolicismo e do budismo, por exemplo. 

Sequer os k-dramas (as novelinhas coreanas) escapam da presença de elementos de fé. Em “Young Lady and Gentleman” o casal protagonista se reencontra diante de uma imagem de Nossa Senhora, num templo católico, onde consagram suas vidas. Já em “O sacerdote impetuoso”, um personagem formado como soldado de combate mortal vira padre e enfrenta uma máfia. Sendo um misto de comédia e drama, tem cenas bem violentas. No entanto, o trato com a figura do sacerdote é respeitoso, sem as apelações ocidentais de que, neste caso, sempre arrumam uma parceira para desencaminhá-lo do celibato…

O catolicismo, na Coreia, é uma fé minoritária. Seu crescimento se deve a uma forte presença leiga, antes mesmo que fosse feito o trabalho de missionários. Pesquisas apontaram a “simpatia” pela religião por sua forte presença nas causas sociais. O Budismo tem o maior percentual, seguido daqueles que se dizem protestantes. O fenômeno interessante é que o Budismo chega a 22% da população; cristãos (católicos e protestantes, somados) a quase 40% e as demais denominações fecham os outros 38%.

A cultura oriental tem suas próprias peculiaridades. Não se pode generalizar, com a antiga história de que são “todos com olhos puxadinhos…” Eventos como este, reunindo jovens de todos os continentes, alavancam o fervor religioso, mas também tem reflexo no turismo, economia e o dia a dia das pessoas. Foi assim no Rio de Janeiro, como em outras grandes metrópoles. Certamente, com a presença do papa Leão XIV, a oportunidade de se rezar pela paz e o tão necessário entendimento entre os povos.