Uma criança, um pátio de fácil acesso, um cachorro de raça classificada como "animal feroz" e um "acidente", que resultou na morte do Gustavo. Todos eram fatores de risco: a criança estava sendo descuidada, foi relaxada a capacidade de contenção do animal e a fatalidade aconteceu.
Há uma briga histórica entre aqueles que defendem a criação destes animais e aqueles que julgam que situações de risco devem ser eliminadas, especialmente pela castração, o que, em algum tempo, acabaria com estas raças.
No entanto, parece que aqueles que defendem a sua existência, mais do que os argumentos colocados, têm, inconscientemente, a necessidade de provarem que são capazes de dominar o perigo. Quando ouvi técnicos falando a respeito, veio-me à lembrança os muitos animais que passeiam com seus donos pelas calçadas e calçadões, ostentando sua "arma" em potencial. Confiam no braço para controlar um animal que, na maior parte das vezes, está numa coleira, mas sem a salvadora focinheira.
É mais uma demonstração de machismo recalcado que tenta colocar num animal a sua potencial violência e virilidade. Na maior parte das vezes, sem ter plena consciência - por ser um tipo de exibicionismo - dos perigos que pode causar a terceiros.
A morte do Gustavo era plenamente evitável. Mas quando se expõe a perigos - inclusive de uma criança - o pior pode acontecer, porque a própria criança não tem noção de perigo. Infelizmente, muitas explicações vão ser dadas, mas nenhuma vai trazer o Gustavo de volta.
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