No início dos anos 80, estávamos em fase de redemocratização, com o regime militar chegando ao seu final, era comum de que pessoas mais simples utilizassem jargões de esquerda, julgando estar fazendo um discurso politicamente correto. Infelizmente, o máximo que acontecia, é que se transformavam em papagaios ideológicos.
Foi do que me lembrei quando, esta semana, discutia com amigos a respeito do julgamento do "Ficha Limpa" (que deve passar no Supremo Tribunal Federal) e as suas consequências para a sociedade. Alguém dizia que era necessário um processo de politização da população. Argumentei que não concordava: para mim, conscientização é um processo que precede e que deve levar à politização como resultado.
Conscientização é algo mais elementar, pois trabalha com um dos mais ricos elementos da atualidade: a informação. Na atual Campanha da Fraternidade - Fraternidade e Saúde Pública - tenho defendido que uma das ações seja informar, para poder conscientizar, a população dos seus direitos mais elementares: como a disponibilidade de remédios da cesta básica para toda a população, com prescrição médica.
A população precisa conhecer os seus direitos - e deveres, consequentemente - para poder efetivar a sua participação plenamente consciente. O "Ficha Limpa" é uma das etapas - necessária, é claro - mas parte do seu processo de amadurecimento, na busca do sonho de que, um dia, possamos viver plenamente um relacionamento democrático, em todos os níveis: político e econômico, por exemplo, para não viveremos uma democracia de papagaios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário