A máxima que utilizo em sala de aula, na disciplina de Comunicação e Marketing, é que “marketing não é a capacidade de vender, mas sim de convencer”. No entanto, as campanhas eleitorais para a Presidência, por falta de candidatos com maior substância, têm apelado para “vender seu produto”, independente do seu conteúdo e valor político.
Convenhamos: a discussão a respeito de aborto é, literalmente, colocar na sala o bode para depois de muita conversa fiada, retirá-lo como se aí estivesse a solução. É função da Presidência propor políticas de saúde pública – e aí podem estar questões relativas ao aborto – mas a discussão tem que passar pelo lugar competente: o Congresso Nacional, onde estão presentes todos os credos e representações de segmentos existentes no País.
Nenhum candidato (ou candidata), em sã consciência, seria inconseqüente ao ponto de propor algo tão específico sabendo que é uma saia justa e que só pode resultar em ver as barbas queimadas. Também os credos religiosos têm tido posição discreta ao afirmar que não é a hora e o lugar para se falar a respeito.
Recentemente, no Chile, durante a cobertura do resgate dos 33 que passaram mais de dois meses soterrados, houve momentos em que os próprios familiares pediam para não dar entrevista. Outros passaram a cobrar. E caro.
Pois a soma destes dois elementos: a sanha da imprensa de ter algum elemento “diferente” para a sua cobertura - que pode ser uma lágrima, no caso dos chilenos; ou uma atitude destemperada, no caso dos presidenciáveis – juntando com o maquiavelismo de alguns marqueteiros, faz a receita ideal para que, mais uma vez, se confunda a população, ao invés de ajudá-la a entender o processo eleitoral.
Também nós temos parcela de culpa. A imprensa fiscaliza, mas, em muitos casos, quer fazer as regras do jogo e indicar o juiz. Não é assim: a bem da sanidade nacional, mesmo com candidatos insossos, burocratas, não se tira leite de cabra morta. Ao contrário, é um desrespeito, que já causou o descrédito da classe política e pode estar encaminhando o aviltamento de um bom segmento da imprensa nacional.
domingo, 17 de outubro de 2010
sábado, 9 de outubro de 2010
Vou envelhecer
Amiga viajou com a mãe, de quase 80 anos, e acabaram num parque de diversão, com todos aqueles brinquedos que desafiam a gravidade e a sanidade mental. A mãe, no entanto, não se fez de rogada e quis provocar os próprios limites, inclusive na Montanha Russa, que a filha passou ao lado. A rapaziada que estava na fila fez festa ao ver a velhinha “radical” que iria acompanhá-los no grande desafio. Resultado, ao final, muitas fotos e promessas de postagens em diversos recursos da Internet.
Envelhecer é sempre um mistério. O sonho de consumo é que se possa ter saúde razoável e qualidade de vida para enfrentar os problemas que, naturalmente, acontecerão. Os geriatras dizem que o envelhecimento é resultado de tudo o que fizermos (“plantamos”) ao longo da vida. Isto é: fumar, beber, comer mal ou em excesso lança uma fatura que será cobrada exatamente na chamada terceira idade.
Tenho o privilégio de conviver com diversos grupos de idosos e me arrisco a dar algumas dicas: o primeiro é de que a pessoa não fique na volta do próprio umbigo, mas tente fazer algo pelo outro – pode ser apenas tricotar meias para outras pessoas idosas. O segundo, procurar um grupo de convivência, pois precisamos de momentos de silêncio, mas também daqueles em que se atua comunitariamente ou, até, se diverte, em grupo. E o terceiro, por uma exigência natural, buscar um arrimo na espiritualidade. Alguém que teve o sustento da fé, dificilmente deixará de enfrentar cada momento com o respaldo de uma silenciosa compreensão.
Sei que vou envelhecer. Um tempo para saborear a recordação de cada momento que passou: as diabruras de criança; a contestação da juventude; os anseios da maturidade; e a proximidade do fim, quando envelhecemos. O que me seduz em viver é a capacidade de passar por cada um destes momentos como se fossem únicos: Não vivo apenas porque vai haver o amanhã, vivo pelo simples fato de que posso sorver, em cada instante, o ar que respiro num parque, na rua, na Montanha Russa, ou da janela de minha casa.
Envelhecer é sempre um mistério. O sonho de consumo é que se possa ter saúde razoável e qualidade de vida para enfrentar os problemas que, naturalmente, acontecerão. Os geriatras dizem que o envelhecimento é resultado de tudo o que fizermos (“plantamos”) ao longo da vida. Isto é: fumar, beber, comer mal ou em excesso lança uma fatura que será cobrada exatamente na chamada terceira idade.
Tenho o privilégio de conviver com diversos grupos de idosos e me arrisco a dar algumas dicas: o primeiro é de que a pessoa não fique na volta do próprio umbigo, mas tente fazer algo pelo outro – pode ser apenas tricotar meias para outras pessoas idosas. O segundo, procurar um grupo de convivência, pois precisamos de momentos de silêncio, mas também daqueles em que se atua comunitariamente ou, até, se diverte, em grupo. E o terceiro, por uma exigência natural, buscar um arrimo na espiritualidade. Alguém que teve o sustento da fé, dificilmente deixará de enfrentar cada momento com o respaldo de uma silenciosa compreensão.
Sei que vou envelhecer. Um tempo para saborear a recordação de cada momento que passou: as diabruras de criança; a contestação da juventude; os anseios da maturidade; e a proximidade do fim, quando envelhecemos. O que me seduz em viver é a capacidade de passar por cada um destes momentos como se fossem únicos: Não vivo apenas porque vai haver o amanhã, vivo pelo simples fato de que posso sorver, em cada instante, o ar que respiro num parque, na rua, na Montanha Russa, ou da janela de minha casa.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Marcas da vida
Cartão de crédito produziu peça publicitária de rara sensibilidade: menina perde um dente e, na sua vaidade, tem medo de enfrentar o Mundo, porque, ao sorrir ou ao falar, ali está a “porteirinha”. O pai parte para o humor, que não dá certo. Tenta um lance diferente: compra uma caixa de lápis coloridos e dá de presente. A criança abre a caixa e falta um - entregue pelo pai - que abre a boca e lá está “faltando” um dente (pintado de preto). A reação impressiona porque a ousadia da cumplicidade vem recheada de emoção e carinho.
Tenho ouvido relatos desta experiência ao conversar com educadores e pais: não há receitas para encaminhar bem um filho ou aluno na vida, mas é necessário dedicação, atenção e, sobretudo, criatividade em tentar o novo ou o diferente quando as coisas não vão bem. Especialmente, ocupando a crianças em áreas pelas quais demonstra interesse.
A ideia de um dente “faltante” é o jeito de dizer que, se possível, o pai gostaria de estar no lugar da filha, assumindo a sua tristeza e mágoa por aquele deslize da natureza, que derruba os dentes de leite, mas, em seguida, dá uma nova dentição. Como a criança ainda não entende, o gesto de solidariedade é o arrimo para vivenciar a situação, certa de que não está sozinha neste aprendizado.
Quase sempre me deparo com situações familiares e educacionais as mais diferentes possíveis e imagináveis, mas que não passam longe deste problema e da forma como o pai a encarou. Não havia a necessidade de muitas palavras, mas fica-se com a certeza de que a criança vai guardar por toda a vida o momento em que o pai soube mostrar o quanto a amava, num gesto simples, capaz de modificar o comportamento diante da insegurança.
Coisas que, então, nos pareceram banais são valorizadas por filhos ou alunos, anos depois, pois estava presente a solidariedade, a compreensão e o desejo de reiniciar novamente – tantas vezes quanto necessário - não tendo medo do ridículo, se vislumbramos um caminho onde deixamos marcas da vida.
Tenho ouvido relatos desta experiência ao conversar com educadores e pais: não há receitas para encaminhar bem um filho ou aluno na vida, mas é necessário dedicação, atenção e, sobretudo, criatividade em tentar o novo ou o diferente quando as coisas não vão bem. Especialmente, ocupando a crianças em áreas pelas quais demonstra interesse.
A ideia de um dente “faltante” é o jeito de dizer que, se possível, o pai gostaria de estar no lugar da filha, assumindo a sua tristeza e mágoa por aquele deslize da natureza, que derruba os dentes de leite, mas, em seguida, dá uma nova dentição. Como a criança ainda não entende, o gesto de solidariedade é o arrimo para vivenciar a situação, certa de que não está sozinha neste aprendizado.
Quase sempre me deparo com situações familiares e educacionais as mais diferentes possíveis e imagináveis, mas que não passam longe deste problema e da forma como o pai a encarou. Não havia a necessidade de muitas palavras, mas fica-se com a certeza de que a criança vai guardar por toda a vida o momento em que o pai soube mostrar o quanto a amava, num gesto simples, capaz de modificar o comportamento diante da insegurança.
Coisas que, então, nos pareceram banais são valorizadas por filhos ou alunos, anos depois, pois estava presente a solidariedade, a compreensão e o desejo de reiniciar novamente – tantas vezes quanto necessário - não tendo medo do ridículo, se vislumbramos um caminho onde deixamos marcas da vida.
domingo, 26 de setembro de 2010
Humanizar a saúde
A professora Maria Firmina emprestou-me o livro Tocar – O significado humano da Pele, onde se analisa um dos fundamentos da relação humana: o toque. Não apenas por seu significado físico, mas pelo simbolismo que representa. Foi do que me lembrei em duas ocasiões: na palestra de abertura das comemorações dos 10 anos do Curso de Fisioterapia da Universidade de Ijuí e quando tive chance e tempo de observar profissionais da saúde em ação.
Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos da saúde, hoje, têm uma carga estressante de trabalho, pois, em muitos casos, cumprem dupla jornada para conseguir rendimento financeiro justo. Possivelmente, este seja um dos motivos pelos quais podem até serem burocratas da área - atendendo com civilidade e cortesia - mas falta o sentido humano do trato com o paciente.
Tivemos duas pessoas internadas e, embora toda a atenção, faltava a sensibilidade de não lhes negar a noção de tempo e manter as referências que têm no dia a dia. No caso de pessoas idosas, as referências são a casa, a cama, seus remédios, pessoas que precisam de seus cuidados ou pelas quais são cuidadas. Isolá-las desta realidade é um martírio que em nada auxilia na melhora.
Um ser humano, mesmo que esteja um “caquinho”, não é uma máquina. Não adianta apenas corrigir algum mau funcionamento, há uma cabeça envolvida que pode auxiliar ou atrapalhar este processo. Neste caso, mais do que fórmulas, é necessária a capacidade de tolerância para entender o ser humano que deseja voltar para casa.
Têm-se aprimorado - e muito - as técnicas para tratar diversas doenças, mas precisamos humanizar a saúde. A debilidade provocada pela idade não tem muitos remédios possíveis. Talvez seja aí, exatamente, o momento de compensar carências com um olhar desprendido do relógio, um toque carinhoso e sem pressa e um coração aberto para um olhar cansado, que não pede muito, a não ser o respeito por uma história de vida e seus sentimentos.
Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos da saúde, hoje, têm uma carga estressante de trabalho, pois, em muitos casos, cumprem dupla jornada para conseguir rendimento financeiro justo. Possivelmente, este seja um dos motivos pelos quais podem até serem burocratas da área - atendendo com civilidade e cortesia - mas falta o sentido humano do trato com o paciente.
Tivemos duas pessoas internadas e, embora toda a atenção, faltava a sensibilidade de não lhes negar a noção de tempo e manter as referências que têm no dia a dia. No caso de pessoas idosas, as referências são a casa, a cama, seus remédios, pessoas que precisam de seus cuidados ou pelas quais são cuidadas. Isolá-las desta realidade é um martírio que em nada auxilia na melhora.
Um ser humano, mesmo que esteja um “caquinho”, não é uma máquina. Não adianta apenas corrigir algum mau funcionamento, há uma cabeça envolvida que pode auxiliar ou atrapalhar este processo. Neste caso, mais do que fórmulas, é necessária a capacidade de tolerância para entender o ser humano que deseja voltar para casa.
Têm-se aprimorado - e muito - as técnicas para tratar diversas doenças, mas precisamos humanizar a saúde. A debilidade provocada pela idade não tem muitos remédios possíveis. Talvez seja aí, exatamente, o momento de compensar carências com um olhar desprendido do relógio, um toque carinhoso e sem pressa e um coração aberto para um olhar cansado, que não pede muito, a não ser o respeito por uma história de vida e seus sentimentos.
domingo, 19 de setembro de 2010
Em busca de um novo sol
Vivíamos o final da década de 70 - o período da ditadura militar chegava ao fim – quando surgiu, na paróquia católica Santa Teresinha, em Pelotas, um grupo de jovens: Em busca de um Novo Sol. Era o auge da Pastoral da Juventude das igrejas cristãs, propiciando aos jovens, além de um ambiente religioso, também um espaço social de convívio e de aprendizado.
Lembro deste tempo com muito carinho, pois tive muitas alegrias com aqueles que, agora, chegam à casa dos 50, mas que tiveram seu caráter moldado naquele período. Até agora, seguidamente sou chamado para conversar com jovens ou orientadores a respeito da necessidade de espaços de convívio onde se aprenda elementos básicos, como o respeito pelo outro, a capacidade de moldar um caráter e a relação com a subjetividade.
Hoje, a Pastoral da Juventude não enfrenta um bom momento. O que é pena, pois num momento em que o jovem encontra-se com tantas dificuldades de caráter pessoal, social e profissional, este tipo de convívio poderia dar um novo rumo para a sua vida. O que, repito, é o óbvio: um bom grupo de jovens tem que ser um espaço de vivência religiosa, mas também de aprendizado social e profissional.
O primeiro é tranqüilo, mas o segundo, como é que acontece¿ Depende muito da criatividade de quem orienta os trabalhos, mas algumas instituições têm buscado em oficinas profissionais um atrativo que possa tornar estes momentos prazerosos, mas também educativos, buscando em escolas técnicas, universidades, setores públicos de trabalho as informações tão necessárias para as coisas mais elementares: de como conseguir documentação adequada, até colocação no mercado de trabalho.
Algumas igrejas reconhecem que investem na formação de seus quadros e que dão prioridade para aqueles que, depois, lhe darão algum tipo de retorno. Não há nada de errado nesta opção, bem pelo contrário, jovens formados numa perspectiva de sociedade e de religiosidade são aqueles que encontram respostas para os tempos atuais e, com certeza, continuarão em busca de um novo sol.
Lembro deste tempo com muito carinho, pois tive muitas alegrias com aqueles que, agora, chegam à casa dos 50, mas que tiveram seu caráter moldado naquele período. Até agora, seguidamente sou chamado para conversar com jovens ou orientadores a respeito da necessidade de espaços de convívio onde se aprenda elementos básicos, como o respeito pelo outro, a capacidade de moldar um caráter e a relação com a subjetividade.
Hoje, a Pastoral da Juventude não enfrenta um bom momento. O que é pena, pois num momento em que o jovem encontra-se com tantas dificuldades de caráter pessoal, social e profissional, este tipo de convívio poderia dar um novo rumo para a sua vida. O que, repito, é o óbvio: um bom grupo de jovens tem que ser um espaço de vivência religiosa, mas também de aprendizado social e profissional.
O primeiro é tranqüilo, mas o segundo, como é que acontece¿ Depende muito da criatividade de quem orienta os trabalhos, mas algumas instituições têm buscado em oficinas profissionais um atrativo que possa tornar estes momentos prazerosos, mas também educativos, buscando em escolas técnicas, universidades, setores públicos de trabalho as informações tão necessárias para as coisas mais elementares: de como conseguir documentação adequada, até colocação no mercado de trabalho.
Algumas igrejas reconhecem que investem na formação de seus quadros e que dão prioridade para aqueles que, depois, lhe darão algum tipo de retorno. Não há nada de errado nesta opção, bem pelo contrário, jovens formados numa perspectiva de sociedade e de religiosidade são aqueles que encontram respostas para os tempos atuais e, com certeza, continuarão em busca de um novo sol.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Operação cara de pau
A prisão do governador do Amapá foi apenas a ponta do iceberg. O articulista Arnaldo Jabor teve um texto censurado pela Justiça, a pedido do presidente da República (ainda bem que se tem a Internet e muita gente tomou conhecimento – “A verdade está na cara, mas não se impõe”), onde desnudava o ventre do poder – em todos os níveis – mostrando a vergonha do que está sendo feito à esquerda e à direita, passando pelo centro, com recursos públicos. Em síntese: os projetos apresentados podem ser de governo, mas por trás está um projeto de poder, perpetuado de qualquer forma por grupos econômicos que têm, nos políticos, autênticos fantoches utilizados para disfarçar reais interesses.
Quando vemos o que nos apresenta a campanha eleitoral, é preciso rir, para não chorar. Nada, absolutamente nada de novo, está sendo apresentado. Praticamente todos os candidatos já ofereceram seus nomes e, em muitos casos, foram eleitos, com as plataformas que voltam a propor, mesmo não tendo cumprido promessas anteriores.
Então, como depositar um voto de confiança nestes candidatos? Os escândalos que eclodem nacionalmente ou no próprio estado mostram que os políticos ainda não se deram conta de que, eleitos, deixam projetos partidários e passam a trabalhar por projetos de estado. Consequentemente, não podem se amesquinhar achando explicável a receita federal e o governo do estado deixar vazar dados privados do cidadão, ou um banco público ter recursos desviados sem que se julgue e condene os infratores.
As explicações são dadas com tanta ênfase e com jeito de quem está sendo ofendido, que um incauto até pode ser enganado. É uma autêntica “operação cara de pau”, somente vencida pelo voto. Não temos alternativa e se o “ficha limpa” ainda é pouco, está na hora de nos livrarmos dos “bolsos sujos”. Não se engane com anúncios e estatísticas. Fique atento e, se não encontra no espectro político alguém que atenda a todos os quesitos, vote no “menos pior”. Pode ser a diferença entre mudar ou continuarmos patrocinando orgias com nossos minguados recursos.
Quando vemos o que nos apresenta a campanha eleitoral, é preciso rir, para não chorar. Nada, absolutamente nada de novo, está sendo apresentado. Praticamente todos os candidatos já ofereceram seus nomes e, em muitos casos, foram eleitos, com as plataformas que voltam a propor, mesmo não tendo cumprido promessas anteriores.
Então, como depositar um voto de confiança nestes candidatos? Os escândalos que eclodem nacionalmente ou no próprio estado mostram que os políticos ainda não se deram conta de que, eleitos, deixam projetos partidários e passam a trabalhar por projetos de estado. Consequentemente, não podem se amesquinhar achando explicável a receita federal e o governo do estado deixar vazar dados privados do cidadão, ou um banco público ter recursos desviados sem que se julgue e condene os infratores.
As explicações são dadas com tanta ênfase e com jeito de quem está sendo ofendido, que um incauto até pode ser enganado. É uma autêntica “operação cara de pau”, somente vencida pelo voto. Não temos alternativa e se o “ficha limpa” ainda é pouco, está na hora de nos livrarmos dos “bolsos sujos”. Não se engane com anúncios e estatísticas. Fique atento e, se não encontra no espectro político alguém que atenda a todos os quesitos, vote no “menos pior”. Pode ser a diferença entre mudar ou continuarmos patrocinando orgias com nossos minguados recursos.
domingo, 5 de setembro de 2010
O direito de viver a própria vida
Sexta-feira (03 de setembro), marcou a data em que o Mundo tomou conhecimento de que, durante a 2ª Guerra Mundial, o regime Nazista Alemão, utilizou pela primeira vez, em campos de concentração, a câmera de gás para matar seus supostos adversários: judeus, ciganos e homossexuais. Um dos maiores crimes cometidos contra a humanidade dizimou famílias inteiras e praticou experiências pseudamente científicas.
Este fato foi o motivo para que fosse escrito um belo livro: O Menino do Pijama Listado. Em síntese: um garoto é filho de um oficial alemão transferido para trabalhar num campo de concentração. Uma realidade nova, completamente diferente da Berlim, onde morava, tendo a casa junto a um imenso muro gradeado e coberto por rolos de arame farpado. Seu espírito de aventura leva-o a caminhar ao longo da cerca.
Um dia, surpreende-se porque, do outro lado, está também um menino, da sua idade – cerca de sete anos - com um “pijama listado” (roupa de prisioneiro). O relacionamento é desenvolvido a partir do que existe em cada um de seus mundos: o pequeno alemão que perdeu as regalias do convívio com outras crianças de seu povo e o pequeno judeu que, nos últimos anos, somente recorda da vida sem liberdade.
O judeu diz que seguidamente as pessoas lá de dentro saem para viajar e não voltam. O alemão diz que nunca viu ninguém sair de lá: com mala ou sem malas. O destino, vai mostrando o livro, eram as câmeras de gás. Não posso contar o desfecho que é, ao mesmo tempo, belo e profundamente triste, quando, para provar a sua amizade, o alemão veste a roupa de prisioneiro e entra no campo de concentração.
É triste que ainda hoje existam lutas pelo mesmo motivo: econômico, sacrificando vidas em frentes de guerra ou em campos e cidades que são devastadas por falsos princípios democráticos. Quando falarem que há guerras justas, não acredite: as guerras não são religiosas, étnicas ou sociais, são feitas por grupos que, no final das contas, ganham muito dinheiro. Pena é que elas deixam, no seu rastro, muitos sacrifícios: inclusive de crianças que não tiveram o direito de viver a própria vida.
Este fato foi o motivo para que fosse escrito um belo livro: O Menino do Pijama Listado. Em síntese: um garoto é filho de um oficial alemão transferido para trabalhar num campo de concentração. Uma realidade nova, completamente diferente da Berlim, onde morava, tendo a casa junto a um imenso muro gradeado e coberto por rolos de arame farpado. Seu espírito de aventura leva-o a caminhar ao longo da cerca.
Um dia, surpreende-se porque, do outro lado, está também um menino, da sua idade – cerca de sete anos - com um “pijama listado” (roupa de prisioneiro). O relacionamento é desenvolvido a partir do que existe em cada um de seus mundos: o pequeno alemão que perdeu as regalias do convívio com outras crianças de seu povo e o pequeno judeu que, nos últimos anos, somente recorda da vida sem liberdade.
O judeu diz que seguidamente as pessoas lá de dentro saem para viajar e não voltam. O alemão diz que nunca viu ninguém sair de lá: com mala ou sem malas. O destino, vai mostrando o livro, eram as câmeras de gás. Não posso contar o desfecho que é, ao mesmo tempo, belo e profundamente triste, quando, para provar a sua amizade, o alemão veste a roupa de prisioneiro e entra no campo de concentração.
É triste que ainda hoje existam lutas pelo mesmo motivo: econômico, sacrificando vidas em frentes de guerra ou em campos e cidades que são devastadas por falsos princípios democráticos. Quando falarem que há guerras justas, não acredite: as guerras não são religiosas, étnicas ou sociais, são feitas por grupos que, no final das contas, ganham muito dinheiro. Pena é que elas deixam, no seu rastro, muitos sacrifícios: inclusive de crianças que não tiveram o direito de viver a própria vida.
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