sexta-feira, 25 de abril de 2025

Para, enfim, não chorar em silêncio…

Desvelar um outro olhar passa por

Um sorriso distraído, vistas abaixadas,

Mostrando que se anseia em fugir da rotina,

Conseguindo estender o que se vislumbra

Para além da imaginação.

A vida acomodada na mesmice

Vai, aos poucos, toldando a visão.

Embretar-se por caminhos repetidos

Não apenas anestesia os sentidos,

Também anula os sentimentos.

 

O fundo do poço é quando se pensa:

"Não vale mais a pena."

Tudo pelo qual se lutou

Parece não dar em nada.

Forças e energias drenadas por aquilo que,

Hoje, já não se sabe se era importante.

Desfilam pelas memórias

Momentos bons e outros nem tão bons assim.

Como muitos rostos que foram

Se perdendo pelos labirintos das memórias.

 

As palavras esvoaçam com a brisa.

Quando o vento bate na roseira

Traz o eco de muitas e sentidas saudades.

Alongar a vida é experimentar que

O tempo é o senhor das lembranças.

Colocando no rosto um sorriso enviesado,

Finalmente, mostra

O quanto se perdeu com detalhes,

Enquanto o certo seria apenas amar e sorrir

Ou, quem sabe, sorrir e amar...

Para, enfim, não chorar em silêncio…


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