Um sorriso distraído, vistas abaixadas,
Mostrando que se anseia em fugir da rotina,
Conseguindo estender o que se vislumbra
Para além da imaginação.
A vida acomodada na mesmice
Vai, aos poucos, toldando a visão.
Embretar-se por caminhos repetidos
Não apenas anestesia os sentidos,
Também anula os sentimentos.
O fundo do poço é quando se pensa:
"Não vale mais a pena."
Tudo pelo qual se lutou
Parece não dar em nada.
Forças e energias drenadas por aquilo que,
Hoje, já não se sabe se era importante.
Desfilam pelas memórias
Momentos bons e outros nem tão bons assim.
Como muitos rostos que foram
Se perdendo pelos labirintos das memórias.
As palavras esvoaçam com a brisa.
Quando o vento bate na roseira
Traz o eco de muitas e sentidas saudades.
Alongar a vida é experimentar que
O tempo é o senhor das lembranças.
Colocando no rosto um sorriso enviesado,
Finalmente, mostra
O quanto se perdeu com detalhes,
Enquanto o certo seria apenas amar e sorrir
Ou, quem sabe, sorrir e amar...
Para, enfim, não chorar em silêncio…
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