sexta-feira, 19 de abril de 2024

Ainda preciso andarilhar...

Há um caminho desenhado nos corações.

Não o chame de destino.

É a bagagem das muitas andanças,

Que se acumula e orienta os rumos da vida.

Onde se estaciona as emoções,

Quando se começa

A ficar mais seletivo com as lembranças.

 

Um itinerário que se constrói com a imaginação,

Ao se deixa que as expectativas

Repousem carinhosamente no peito,

O lugar privilegiado

Para não se equivocar na direção.

 

Andarilhar é preciso...

No caminho,

Não se pode estar bem o tempo todo,

Sequer os momentos de tristeza

Apagam o direito de ser feliz.

Afinal, é o que norteia cada passo

Na superação das angústias e das procuras.

 

A existência empresta momentos em perspectiva.

Horizontes,

O lugar onde se colocam as possibilidades:

Ali, os sonhos são etéreos,

As ilusões tornam-se passageiras,

As crenças são ancoradas e

As fantasias minoram as dores da realidade.

 

Um céu estrelado é sempre a esperança

Do olhar para o futuro,

Como quem já encontrou a estrela-guia.

Mesmo na tormenta, ela está lá,

Aguardando por uma nesga de céu

Para confirmar a eterna cumplicidade

E a justa inspiração.

 

Tendo a música, da qual alguém se apropria,

Tratando memórias com o bálsamo do tempo,

Um amigo que seca todas as lágrimas,

Não permitindo que se frustrem as emoções.

Na paciência de quem acompanha o vento,

Sente o rumor das ondas

Sabendo que, mesmo em seu murmúrio,

Negam-se a desvelar seus rumos.

 

No entardecer,

Quando a brisa acalenta as ondas,

Testemunha-se a leveza de quem pode

Acarinhar a turbulência sem medo

De semicerrar os olhos e deixar que

Uma lágrima sele o destino

De quem ainda precisa andarilhar...

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