terça-feira, 26 de novembro de 2019

Francisco: um profeta e um pastor

Ele já caminha devagar. Embora suas feições continuem exalando a mesma simpatia, seus traços demonstram o cansaço de uma agenda pesada para alguém da sua idade. Completando 83 anos em dezembro, na sua visita pelo Oriente, o papa Francisco mostrou sua capacidade profética - tão necessária aos nossos tempos - incentivando diálogo fecundo entre católicos e budistas, na Tailândia; e pedindo aos religiosos que vivam um "tempo de ousar a lógica do encontro e do diálogo", no Japão.
Viagem preparada com a marca pastoral de Francisco. Na Tailândia, foca seu discurso na exploração sexual, resultado de um turismo que permite esta chaga que coloca em risco a dignidade da mulher, da criança e de um bom número jovens. No Japão, a preocupação centrou-se na visita a Nagasaki e Hiroshima, cidades devastadas por bombas nucleares americanas, havendo necessidade de reconsiderar o tema dos conflitos bélicos, para evitar o que chamou de "suicídio da humanidade".
Das muitas imagens conhecidas hoje sobre as dores passadas pela população civil daquelas cidades, Francisco destacou a do menino que transportava o corpo do seu irmãozinho já sem vida, depois do bombardeio nuclear. “Uma imagem deste tipo”, alertou, “comove mais do que mil palavras”. Mas, também, precisa interrogar as consciências e se transformar numa advertência à comunidade internacional para encontrar formas de evitar que estes genocídios voltem a acontecer.
Na juventude, Jorge Mario Bergoglio (atual papa Francisco) sonhava em ir ao Japão como missionário. Passa, agora, por terras onde o fenômeno do isolamento e da desesperança entre os jovens é muito forte. É hora em que sua capacidade profética e de pastoreio estimulam os cristãos a dar sentido à atividade das próprias Igrejas, com dificuldades para evangelizar naquela área, pela negação de fundamentalistas, até com a morte de seus seguidores, minoria naqueles países.
O papa tem os pés na Ásia e os olhos no comportamento do seu rebanho nos demais continentes. Sabe que seu profetismo é causa de divisões, já que a estrutura da sua Igreja se tornou burocrática, perdendo o sentido da sua missionariedade e da atividade pastoral. Como em países onde, até bem pouco tempo atrás, seus pronunciamentos tinham repercussão na mídia e na sociedade - caso do Brasil - e hoje não merecem atenção, se perdem na vala das notícias consideradas sem importância.
Vida longa ao profeta Francisco... Quando transporta uma bolsa com seus pertences nas mãos ao subir ou descer de um voo é a imagem que se precisa para acreditar que nem tudo está perdido. Não somente para católicos, mas, para homens e mulheres de religião: há um profeta entre nós, denunciando as mazelas da humanidade... também um pastor cuidando de tantas feridas abertas, feridas que não vertem sangue, mas transformam em chagas a indiferença, a violência, as tristezas, o desamor...

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Bráulio Bessa: um encantador de palavras

"Poesia que transforma" é o título da palestra motivacional que Bráulio Bessa faz no próximo domingo (24 de novembro, 20 horas), no Theatro Guarany, em Pelotas. Considerado um dos maiores ativistas da cultura nordestina, é a típica figura "que deixou o sertão, mas o sertão não saiu dele." Sua produção poética, especialmente na literatura de cordel, nasceu no interior do Ceará (Alto Santo) e ganhou o Mundo quando foi descoberto pela mídia e começou a participar de programas como o da apresentadora Fátima Bernardes (Rede Globo).
Autor de tiradas como: "nem toda lágrima é dor, nem toda graça é sorriso, nem toda curva da vida tem uma placa de aviso, nem sempre que você perde é de fato um prejuízo," tem feito com que a poesia efetiva (e afetivamente) se transforme em produção que caiu no interesse popular. Brincando com as palavras vai dizer: "acredite no poder da palavra “Desistir", tire o D coloque o R, que você vai Resistir. Uma pequena mudança às vezes traz esperança e faz a gente seguir."
Autor de livros como "Poesia com Rapadura" e "Poesia que transforma" faz rir, chorar e pensar, quando encanta as plateias... Sua marca registrada é o sotaque da sua terra e o chapéu, que ajudam a "vender" seu projeto da "nação nordestina", divulgando a cultura, especialmente pela Internet. Como foi apresentado no lançamento do seu primeiro livro: motiva e dá novas perspectivas, sendo "um apanhado de afetos que versam do Nordeste, do amor, da fé, de tudo que há de belo na vida".
Se a poesia é a palavra encantada, Bráulio Bessa é um encan
tador de palavras. Num de seus mais belos poemas, diz: "recomece, se esforce, relembre o que foi bom, reconstrua cada sonho, redescubra algum dom, reaprenda quando errar, rebole quando dançar. E se um dia lá na frente a vida der uma ré, recupere sua fé e recomece novamente". As palavras de Bráulio inspiram pequenas e grandes mudanças, sendo capaz de fazer aflorar o melhor de cada um, com uma poesia que brota do coração!
Lia Luft fala das "palavras que fazem bem". É como poderia se definir Bráulio Bessa, que diz de sua obra: "gosto de comparar a poesia a um abraço, que consegue fazer um carinho na alma sem nem saber qual é a dor que você está sentindo. A poesia se adapta à sua dor. um abraço cego e despretensioso, como quem diz: "Venha! Tá doendo? Pois deixe eu dar um arrocho que vai lhe fazer bem." Uma palestra para não ser esquecida. Tempo para acalentar o coração e lhe dar um alimento tão necessário: a poesia, jeito humano de viver algo tão próximo da sensação de ser divino...

"Que Deus te abençoe..."

A senhora contou que havia passado por duas experiências: a primeira quando saia do supermercado e entregou o alimento para o grupo que recolhia donativos. A menina recebeu, agradeceu e completou: "Deus a abençoe". Achou que não havia entendido e disse: "como?" Ganhou um sorriso e a repetição: "Deus a abençoe!" Na outra ocasião, a filha saia para uma prova quando parou diante da porta e falou: "falta alguma coisa..." A mãe perguntou o que era: "a senhora ainda não me disse 'Deus te abençoe'."
Tenho repetido nos diversos grupos que me chamam para conversar: abençoar é um jeito de transmitir energia positiva para as pessoas que amamos. E também uma forma de estreitar solidariedade com aqueles que cruzam os nossos caminhos e vêem em nós um sinal de bondade e de carinho. Somos frutos de bênçãos espirituais que nos fazem melhores não quando deixamos aflorar nossas vaidades, mas sim a capacidade de cuidar e zelar pelo outro.
Ao se aproximar o final de ano, multiplicam-se grupos preocupados em conseguir alimentos, roupas, brinquedos que não vão resolver, mas minimizam o sofrimento de quem está em dificuldade. Pertencem a igrejas, sindicatos, associações, vizinhança, mas, especialmente, os bancos de alimentos - da Madre Tereza de Calcutá e o de Pelotas  - emblemáticos na luta que fazem em conseguir ser uma ponte entre a sociedade e a população mais pobre. Miram este tempo tão especial sem perder a perspectiva de que a preocupação com quem está fragilizado deve ser permanente.
Uma destas postagens das redes sociais dizia: "se você não pode fazer o milagre da multiplicação dos pães - como Jesus - faça o da divisão". Dar e receber são partes inerentes à vida. Todos nós, um dia, precisamos receber algo de alguém, assim como também seremos capazes de suprir as necessidades alheias. Se por algum motivo deixamos de fazer uma das duas vemos tolhida a nossa capacidade de amadurecer e de ser feliz. Os ideiais são sempre muito bons quando, de alguma forma, nos tornam mais humanos e capazes de humanizar aqueles que, por algum motivo, se degradaram.
A senhora que me contou as duas histórias disse que saiu mais leve de suas compras. Ao chegar em casa colocou as chaves sob a prateleirinha onde fizera um "cantinho do sagrado". Ao lado estava a fotografia da filha. Murmurou um "Deus te abençoe" e soube que sua vida fazia sentido. Não era apenas por sua fé ou religião, mas porque estava feliz sabendo que ao ajudar também fora ajudada. Mais que uma bênção, era um sereno raio de luz, num Mundo de tantas injustiças e de tantas tristezas...

O novembro é azul

Seis anos atrás, mês de janeiro. Já havia feito todos os exames e achava que convencia o médico de que apenas a medicação ajudaria. Mas o diagnóstico estava fechado: tinha um câncer de próstata. Estava no limiar de uma situação irreversível. Naquela consulta juntei todos os argumentos para negar a cirurgia. Meu médico foi implacável: está marcada, não tem como adiar. Recém vindo do tratamento de um câncer do meu pai - que acabou em morte - entrei numa espécie de limbo emocional...
É preciso reconhecer: em diversas ocasiões, anteriormente, havia sido advertido. Os exames mostravam que os índices do PSA (Antígeno Prostático Específico) estavam elevados e onde há fumaça, há fogo... Mas nós, homens, diferentemente das mulheres, não damos tanta importância à prevenção (ou será medo?) e sempre achamos que a medicina está evoluindo e vai encontrar um "remedinho" que nos livre da faca...
É para mudar esta situação que foi criado o Novembro Azul, especialmente para a prevenção do câncer de próstata, tumor mais comum entre os homens, matando cerca de 42 pessoas por dia e sendo a segunda maior causa de morte pela "doença ruim" (como diziam os antigos), no Brasil. Para envolver público tão arredio nos cuidados preventivos, o desafio foi resumido no tema: "seja herói da sua saúde!"
Geraldo Farias, da Sociedade Brasileira de Urologia, sintetiza: "queremos alertar não só para a saúde da próstata, como também incentivar o homem a olhar mais para a sua saúde, fazer exames que podem prevenir uma série de outras doenças. As mulheres, culturalmente, têm esse cuidado, mas os homens só vão ao médico quando não se sentem bem. Ter consciência de que precisa fazer um check-up é fundamental.”
O tratamento de câncer evoluiu nos últimos anos. Dos amigos e parentes que precisaram de atendimento, infelizmente, nem todos tiveram a mesma sorte... Mas a bandeira do Outubro Rosa e o Novembro Azul - câncer de mama e de próstata - incentiva a que se detecte precocemente e receba cuidados que livram o paciente de uma inclemente espada do destino. A medicina já coloca à disposição medicações e cirurgia menos invasivas, permitindo, no pós-tratamento, maior qualidade de vida.
A rede pública está distante do que se precisa e existem dificuldades nos convênios. Há diversas questões a serem enfrentadas - educação e adequação de estruturas, por exemplo. O que não se admite é que morram pessoas por preconceitos que já deveriam ter sido ultrapassados, assim como a ausência ou omissão do estado no diagnóstico e tratamento do câncer. A motivação está numa campanha anterior: "homem que se cuida tem atitude. Cuide da sua saúde." Perfeito, falta só marcar a próxima consulta...

Finados: um caminho para a saudade

Minha participação no retiro das Mães Cristãs chegava ao fim quando uma senhoras fez a pergunta: "o que se diz para a família que recém perdeu um filho ainda pequeno?" Não tive tempo de responder. Outra mãe deu um depoimento que manteve em silêncio qualquer argumento: "não há o que dizer. Não há como medir ou sentir a dor de quem perdeu um filho. Mesmo para quem tem fé, é necessário um tempo para viver o luto, que não passa por chavões repetidos, mas por solidariedade, ombro amigo, companheirismo. O direito ao silêncio e, até, a se fazer "acertos" com Deus..."
No dia 2 de novembro (próximo sábado), celebra-se o Dia de Finados, um momento para se pensar naqueles que já nos deixaram; no caso dos cristãos, não com o sentido de finitude, mas de privilegiados que alcançaram, antes, um patamar que alimenta a esperança. Num momento de tantas perdas (recentemente o Tufy, a Aura, a Zênia...), dá-se sentido ao pensamento que fala no quanto o passar do tempo e as ausências vão acumulando lembranças. O peso é suficiente para que se comece a mancar do lado esquerdo... até que se alcance a Eternidade!
Nascer e morrer são como o exercício da própria fé: é pessoal, exige aprendizado e paciência... O certo é que passamos a vida sorvendo o tempo que já nos encaminha para o fim. O que colocamos no horizonte não depende dos outros, mas da capacidade de dar valor ao caminho e aos caminhantes que podem nos acompanhar. Um dia a mais na vida significa um dia a menos neste insondável desafio que é dar sentido à própria existência. Muita gente morre cedo, exatamente porque perde o entusiasmo pela vida.
A proximidade da morte - seja para uma pessoa doente ou um idoso - é um tempo em que as pessoas mantêm um olhar profundo e silencioso. Não é apenas a ausência de vida, mas a compreensão de que todas as dúvidas, em breve, serão sanadas. O olhar de minha mãe - dona Francinha - foi exatamente assim: a ausência de palavras não significava um silêncio pesado, mas a certeza de que já havia vivido o suficiente, passara por tristezas e alegrias. Cansara da vida e tinha o direito de descansar em paz...
Uma súplica para que se relaxassem os laços. Agora, existiriam numa outra dimensão: a da certeza de que, um dia, o reencontro será inevitável. Ir ao cemitério ou a uma Igreja no próximo fim de semana é celebrar a saudade. Saudade que já deixou tantas marcas: sorrisos, lágrimas, abraços, olhares carinhosos, enfim, uma existência marcada por compartilhar a vida nos momentos fáceis e difíceis. Como uma longa e bela estrada onde, possivelmente, numa próxima curva, reencontremos aqueles que já amamos e, também, a resposta para todas as nossas perguntas e todas as nossas angústias...

Um pé no caminho e outro na esperança

Recentemente, num encontro na comunidade São Francisco (bairro Py-Crespo) comecei a conversa recuperando a história daquele grupo, assim como da área urbana onde foi instalado. Preciosidades. É como classifico os depoimentos das pessoas mais velhas que lembraram de suas origens (o bairro é bem mais velho), no Salão Xavante, início dos anos 80. As Missões Populares realizadas pela Igreja Católica agregaram famílias inteiras que tinham uma origem comum: o interior. E a migração.
Vieram de diversos municípios, a partir da década de 50, e constituíram as vilas que se tornariam os bairros Santa Terezinha, Py-Crespo, Lindóia, Fragata, Areal... Tentavam melhorar a própria vida e sabiam que a terra não era suficiente para sustentar e dar perspectivas para seus filhos. A migração se deu para a periferia das cidades, fazendo a transição entre população predominantemente rural - até os anos 70 - para a urbana.
Alguns emocionados porque os pais que os trouxeram já não existem mais... Os mesmos que precisavam de terrenos amplos onde - na ausência dos campos e lavouras que faziam seus horizontes - plantavam árvores, tinham um pomar, criavam animais de pequeno porte. A vizinhança com novos conhecidos e parentes ajudava e as cercas eram apenas contenção para os animais. A generosidade se manifestava na solidariedade e capacidade de cuidar de quem enfrentara a mesma sorte.
Os que davam depoimentos são a última geração de homens e mulheres que vieram da terra. Entendem a linguagem do meio rural, mas se dividem entre quem ainda guarda saudades do tempo de infância e quem jura nunca mais voltar para aquela vida. Os que deixaram o interior mais "taludos" já compreendiam as dificuldades; os que vieram mais novos talvez lembrem de brincadeiras e uma vida mais próxima com a família.
Estão formando uma nova geração, de homens e mulheres do asfalto. Este salto dado sob a influência dos novos meios de comunicação faz a transição em que valores estão sendo abandonados: proximidade física, família patriarcal, lideranças personalistas, influência das religiões cristãs; e novos incorporados: relações mediadas por redes, família difusa, lideranças oportunistas, influência de espiritualidades e espiritualismos...
Para os "saudosistas", há sempre a lembrança de tempos que não viveram, mas que transformaram em valores: uma vida no interior bucólica ao invés da fome e das dificuldades; uma linguagem desconectada de valores rurais e um caminho onde as mudanças não dão chance de retorno... Entre a terra e o asfalto, há o homem, com os mesmos sonhos de felicidade que trouxeram seus pais para as cidades, quando estavam com um pé no caminho e o outro na esperança!

Sínodo: evangelização e cuidados com a "casa"

A Igreja Católica instalou no dia 6 de outubro o Sínodo da Amazônia, convocado em 15 de outubro de 2017, sob a justificativa de que a Igreja precisa de um "rosto amazônico"... para a sua atuação na Amazônia. Em pauta, a discussão - até 27 de outubro - de como a Igreja lidará com ameaças aos povos indígenas, urgência no combate às mudanças climáticas e ao desmatamento e de que forma deve enfrentar as carências de sua própria estrutura na região.
O papa Francisco já havia lançado a encíclica “Laudato Si” - primeira dedicada exclusivamente ao meio ambiente - e o documento preparatório mostra a preocupação com a região - tão importante para manter a própria "casa" (a Terra), como chama o Sumo Pontífice. Com as mudanças climáticas, as temperaturas na Amazônia podem aumentar até 4 graus Celsius, já tendo sido desmatado de 15 a 20% do bioma. Se este índice chegar a 40%, a floresta enfrenta o processo de desertificação.
Temas ambientais são tratados juntamente com o problema das populações pobres e desassistidas que habitam a área de confluência de nove países. Num desafio a que se encontrem formas de tornar comum as riquezas, sem que a população local sofra mais do que já tem sofrido. Infelizmente, a pequenez de visão de algumas lideranças viu na iniciativa de Francisco uma recriminação ao atual governo brasileiro.
É bem possível, embora sabendo que os crimes cometidos contra índios, pequenos produtores e extrativistas são históricos, passando por diversos regimes e governos. O papa, que já convocou dois outros sínodos: da família e dos jovens, quer que a humanidade - e especialmente a Igreja Católica - se debruce sobre problemas que estão se agravando... Sabe que a preocupação ecológica é uma parte da questão, que precisa ser enfrentada com uma forma diferenciada de fazer a evangelização.
Recentemente, jornalistas mal informados chegaram a dizer que a Igreja Católica abriria mão de evangelizar naquela região... Impossível. A Igreja existe exatamente para isto: propagar o Evangelho, isto é, o anúncio de Jesus Cristo, como referência para cristãos e todos os homens e mulheres de boa vontade. Os ataques feitos por políticos, mídia e organizações econômicas pretendem minimizar as palavras de um dos mais fortes profetas da atualidade em temas religiosos, sociais, culturais...
Francisco não dita normas, apresenta fatos e argumentos - analisados a partir do Evangelho - que podem encontrar acolhida dentro e fora do seu rebanho. O resultado do Sínodo não corresponde a uma política pública. Os governos da Pan-Amazônia podem se inspirar para formular medidas de defesa da região e da população. É a Igreja encontrando seus rumos, que passam pelos caminhos dos homens, buscando a realização plena da pessoa, sem perder o horizonte da fé...