terça-feira, 27 de julho de 2021

Polo regional: um futuro que precisa iniciar hoje

O anúncio de investimentos em Rio Grande remexe com surradas discussões sobre um projeto para o desenvolvimento regional. Superadas disputas mesquinhas entre rio-grandinos e pelotenses, se vê a necessidade de atuação para fortalecer laços e viabilizar atividades que não sejam, apenas, a região servindo de entreposto da produção agrícola e países importadores. Ainda são muitos os gargalos que impedem a industrialização efetiva, que exporte produtos com maior valor agregado.

O pessoal com mais de 60 anos… Até me atrevo a dizer que mesmo com mais de 90 anos, ainda vai ver a Br 116 duplicada. Não riam, por favor… Talvez, quando chegaram ao Céu e contarem, ninguém acredite, mas em dois anos, provavelmente, tenha-se estradas prontas, embora faltem algumas pontes, assim como o acesso ao porto de Rio Grande, na Br 392. Afunilamento histórico que dificulta o escoamento das safras e a vida dos caminhoneiros…

Justamente a categoria que dá grande contribuição para se concretizar o polo regional e alavancar economicamente a região. No entanto, vê-se por suas reivindicações que o arrocho transformou profissionais que tinham uma vida tranquila com suas famílias em verdadeiras aventuras. Muitas vezes sabendo que saem de casa com vida e saúde e as condições de trânsito, de segurança e o atendimento nos pontos de carregamento e descarga os transformam em mendigos de serviços que deveriam ser prestados não como favor a uma categoria, mas como um direito do trabalhador.

O setor produtivo agrícola do Rio Grande do Sul, quando faz um acerto mínimo com São Pedro, consegue bons índices de produtividade. Foi assim com o plantio da soja e tem boas promessas para o trigo. O que impacta diretamente na sanha arrecadatória dos governos. Nos últimos tempos, com os demais setores em baixa, mantiveram o estado num patamar que, se não é invejável, ao menos garante que se possa sair da crise com o nariz um pouco acima dos níveis da água.

O processo de industrialização é outro que pena e transforma o estado em simples produtor “in natura”. Nossos maiores importadores sabem que pagam um preço aviltado por um produto que não possuem para atender suas populações. Mas o fato de saírem daqui em grãos, sem qualquer valor industrial, deprecia os possíveis ganhos e inviabiliza o aumento do número de empregos que poderiam ser gerados com distritos industriais capazes de receber e agregar valor.

E a necessidade de que se pontuem complementaridades e maximizem os valores da exportação e distrito industrial, no vizinho município; e, aqui, por ser um cruzamento de rodovias federais, incentive prestação de serviços e recupere o polo educacional. Discursos repetidos são a “novidade” de hoje, com novas roupagens, amanhã. A mobilização da comunidade empreendedora (clubes de serviços, associações, sindicatos, partidos políticos etc.) transforma potencialidades em desenvolvimento. O futuro se concretiza no engajamento de quem não aceita apenas o que é prometido, mas se organiza para cobrar mudanças de um futuro que precisa iniciar hoje!

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